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terça-feira, 11 de outubro de 2016
Boato na internet faz serralheiro ser ameaçado e ter medo de sair de casa.
Boato na internet faz
serralheiro ser ameaçado e ter medo de sair de casa.
A vida do serralheiro
Carlos Luiz Batista se tornou bem mais difícil nas últimas semanas, quando
boatos infundados compartilhados por WhatsApp e Facebook fizeram com que ele
virasse alvo de ameaças de morte.
Embora o seu nome não seja citado nas
mensagens, uma foto sua é compartilhada junto a um texto que o identifica como
um estuprador e sequestrador de crianças que vive na Baixada Fluminense e
dirige um Fox preto – embora ele tenha outro carro e more em uma região
diferente do Rio de Janeiro.
“Estão acabando com a
minha vida. Minha família toda está ameaçada por causa de uma calúnia”.
O boato começou a se
espalhar por meio de corrente no mensageiro, mas não levou muito tempo até ser
compartilhada na rede social.
Alguns administradores de páginas se recusaram a
repassar a suposta denúncia sem provas, mas isso não impediu que usuários
fizessem isso em seus próprios perfis.
Desde então, Batista começou a receber
gravações de ameaças que chegaram a seus amigos e parentes, nas quais pessoas
dizem que ele morrerá se for visto na rua.
Assustado, o serralheiro
registrou queixa na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) no
final de setembro, mas isso não impediu que o boato continuasse a se espalhar.
Por esse motivo, Batista resolveu gravar um vídeo próprio em que, junto à
própria família, mostra o registro de ocorrência feito na polícia e pede para
que a mensagem mentirosa deixe de ser compartilhada.
“Estão acabando com a
minha vida. Não sei que inventou essa mentira, mas a minha família toda está
ameaçada por causa de uma calúnia”,.disse.
A ocorrência será
investigada pela DRCI e a delegada Fernanda Fernandes afirmou que a Polícia
Civil já encaminhou um pedido de quebra de sigilo de IP ao Ministério Público
para tentar descobrir quem é o responsável pela história.
No entanto, a avaliação
da solicitação pelas autoridades pode levar de 6 a 8 meses, já que há uma
grande fila de casos que incluem demandas similares.
Consequências graves
De acordo com o Extra,
boatos semelhantes ao que atingiu Carlos também afetaram outros três homens de
Pernambuco, Amazonas e Sergipe entre janeiro de 2014 e abril deste ano.
Em
todos os casos, fotos com os rostos dos alvos dos rumores foram compartilhadas
junto a acusações de estupro.
Em maio de 2014, outro
caso de confusão engrandecida pelas redes sociais acabou resultando no
falecimento da dona de casa Fabiane Maria de Jesus.
A vítima foi espancada e
morta depois de ser confundida com uma suposta sequestradora de crianças que
praticava rituais de magia negra em Guarujá (SP).
Uma página no Facebook
compartilhou um retrato falado da suspeita e a população da cidade acabou
identificando a mulher errada e a agredindo.
Compartilhar denúncias sem
checar sua veracidade pode resultar em mortes
A moral da história toda é
bastante clara:mesmo que as informações venham de pessoas em quem você confie,
nunca compartilhe correntes e denúncias contra alguém sem checar sua
procedência diretamente com autoridades competentes.
A propagação de boatos
maldosos pode resultar em dificuldades e até na morte de pessoas inocentes.
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