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O diálogo sobre o que é escrito aqui e sobre o que vem acontecendo ao nosso redor é muito mais valioso e poderoso do que podemos imaginar.

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sexta-feira, 28 de julho de 2017

6 passos para ser menos Ansioso e parar de pensar demais sobre tudo.


6 passos para ser menos Ansioso e parar de pensar demais sobre tudo.


Um termo bastante conhecido lá fora se chama “overthinking” e é usado para definir uma atitude comum pra muita gente: pensar demais, e inutilmente, sobre tudo. 
Provavelmente você já ficou horas e horas pensando sobre a mesma coisa e refletindo sobre os milhares motivos para algo dar errado – ou certo. 
Antes de dormir, por exemplo, já deve ter perdido o sono viajando em possibilidades e ficando extremamente paranoico sobre algo sem nenhum motivo aparente.
Bem, existem maneiras de impedir esse looping infinito de pensamentos prejudiciais quando, é claro, o “overthinking” não está relacionado ao transtorno de ansiedade ou outra doença psicológica que exige um tratamento específico.
Ruminação, em psiquiatria, é aquela forma obsessiva de pensamento onde as mesmas ideias ou temas se repetem, excluindo outros tipos de atividade mental e, por isso, prejudicando sua produtividade e estado emocional.

O “OVERTHINKING” PODE ACABAR COM O SEU DIA E COM O SEU HUMOR.


Em casos extremos, o “overthinking” pode te fazer realmente enxergar algo dando errado e sentir que aquilo é real. 
Por exemplo: você brigou com a sua namorada mas, no fim do dia, ficou tudo bem. 
Porém, quando você foi dormir, não parou de pensar na possibilidade dela terminar com você mesmo assim e até imaginou cada detalhe de uma nova briga que vocês sequer tiveram. 
No dia seguinte, além de esgotado psicologicamente, você também não vai conseguir aproveitar nada com sua namorada, pois sua mente já está amargurada e premeditando o fim.

O PERIGO QUE VOCÊ IMAGINA PODE NÃO SER REAL, MAS OS EFEITOS NEGATIVOS DE PENSAR DEMAIS SOBRE ALGO, SIM.


Uma pesquisa descobriu que pensar demais sobre algo de forma compulsiva pode aumentar o risco de desenvolver problemas mentais. 
Esse processo todo vira um ciclo vicioso porque, com a saúde mental em declínio, a tendência é entrar em uma paranoia ainda maior sobre tudo. 
Além disso, você ainda pode experimentar transtornos de sono e prejudicar toda a sua rotina saudável por causa do “overthinking”, então, é hora de controlar esse hábito. 
Veja as dicas da psiquiatra Amy Morin, autora do livro 13 Coisas Que Pessoas Mentalmente Forte não Fazem:

PERCEBA QUANDO VOCÊ ESTIVER PENSANDO EXCESSIVAMENTE SOBRE ALGO.


Ter consciência sobre as suas ações pode te ajudar a bloqueá-las. 
Comece a prestar atenção na forma que você pensa, quando você reparar que está remoendo eventos passados e pensando demais sobre algo que deveria ter feito ou algo que não fez ainda, pare. 
Tenha consciência que pensamentos em excesso não são saudáveis e sequer aumentam a sua produtividade. 
Desafie seus pensamentos. 
É fácil entrar na bola de neve dos pensamentos compulsivos e se perder ali no meio, então, quando você perceber que está vivenciando uma crise de “overthinking”, tenha consciência de que seus pensamentos podem ser extremamente negativos. 
Aprenda a reconhecer e substituir pensamentos prejudiciais antes que eles te empurrem para baixo por completo.

MANTENHA O FOCO NA SOLUÇÃO DOS PROBLEMAS


Remoer seus problemas não é saudável, mas encontrar soluções, sim. 
Então, pergunte para você mesmo o que pode fazer para resolver determinada situação e como aprender com seus erros. 
Em vez de se perguntar as razões pelas quais algo aconteceu, tente entender o que você pode fazer para mudar o cenário.

RESERVE UM TEMPO PARA REFLETIR


Uma reflexão rápida pode ser saudável, então, treine seu cérebro e marque um tempo para refletir sobre algum problema ou preocupação. 
Porém, respeite o tempo e não passe dos limites. 
Vinte minutos são suficientes e, depois, você pode partir para a ação e fazer algo produtivo. 
Se você começar a rolar na bola de neve da paranoia, pense que você tem um horário específico para refletir e se controle.

PRATIQUE A ARTE DA ATENÇÃO


É praticamente impossível remoer o passado e se preocupar excessivamente com o futuro se você está concentrado no presente, certo? 
Então, faça isso. 
Preste atenção em tudo o que acontece e viva um dia de cada vez. 
Para conseguir isso, é preciso praticar bastante e ter paciência mas, com o tempo, você vai ver que não é tão difícil. 
Só vê se não fica pensando demais nisso também, ok?

MENTE VAZIA É OFICINA DO DIABO


Dizer para você mesmo parar de pensar demais sobre alguma coisa pode ser um tiro pela culatra. 
Então, ocupe-se com outra atividade toda vez que a onda do “overthinking” ameaçar aparecer. 
Faça algum exercício ou converse com alguém! 
Assistir um filme nessa hora pode ser pior, já que no meio da história você provavelmente vai se pegar pensando em todos os erros que cometeu ao longo da vida em vez de focar nos erros do personagem, então, mantenha a mente funcionando e trabalhando.
Lembrando: essas dicas não são tão úteis se você realmente sofrer de algum transtorno psicológico que exija tratamento, então, é sempre bom consultar um psicólogo.

texto:


Maria Confort Jornalista, cinéfila, fanática por literatura e, por isso, apaixonada pela ideia de entender pessoas.




post: Marcelo Ferla
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quarta-feira, 26 de julho de 2017

ILUSTRADORA RECRIA PERSONAGENS DE FROZEN...


ILUSTRADORA RECRIA PERSONAGENS DE FROZEN INSPIRADOS EM TIM BURTON.



Yoko é uma japonesa que adora ilustrar. Inspirada na animação Frozen da Disney, a artista transformou os desenhos no estilo de Tim Burton. 
O resultado ficou bem legal.








Carol T. Moré é editora do FTC. Internet, café, todo tipo de arte, viagens e pequenos detalhes da vida a fazem feliz. 
Acredita que boas histórias e inspirações transformadas em pixels conectam pessoas.

post: Marcelo Ferla

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Admirável mundo torto.


'Tenho medo de dormir': a cruel caçada por ossos de albinos no Malauí.

O albinismo é um distúrbio congênito caracterizado pela ausência de pigmento na pele, cabelos e olhos devido a uma deficiência na produção de melanina pelo organismo.
Femia Tchulani é uma vendedora de legumes que sobreviveu a uma tentativa de sequestro organizada por "caçadores" de albinos, que queriam matá-la para tirar partes de seu corpo.
Ela narrou o caso, ocorrido em sua casa no Malauí há dois anos, a Patience Atuhaire, da BBC África.
Tchulani conta como é viver sob ameaça, com medo das pessoas que acreditam que partes dos corpos sem pigmentação de albinos trazem saúde e sorte.

Leia o depoimento dela:
"Era uma sexta-feira. Cinco homens e uma mulher chegaram à minha casa por volta das 19h. Quando apareceram, eu estava na cozinha preparando o jantar. 
Meu marido estava do lado de fora.
Disseram que procuravam por mim. 
Disseram que eram policiais e estavam ali para me proteger porque receberam a informação de que queriam me matar.
Fiquei assustada. 
Eram pessoas desconhecidas, nunca as tinha visto antes. 
A chegada deles criou uma certa comoção e fez com que alguns dos nossos vizinhos se reunissem.
Apesar de terem dito que eram policiais, não usavam uniforme. 
No começo, não me convenceram. 
Mas então mencionaram o nome do chefe de polícia da nossa área. 
Nós até pedimos para que descrevessem o chefe; e eles os fizeram.
Na verdade, nos mostraram armas e até carteiras de identificação. 
Mas claro, a gente não tinha como saber se eram verdadeiros ou não.

A falta de pigmentação deixa albinos mais vulneráveis ​​a câncer de pele e a problemas de visão.
Meu marido e eu, além de alguns vizinhos, concordamos em ir com eles a uma unidade policial. 
Quando chegamos lá, o posto estava trancado.
Os cinco que alegavam ser policiais chamaram outras três pessoas que estavam num bar próximo. 
Eles tentaram forçar eu e meu marido a irmos até outra unidade policial, mais longe da nossa área.
Foi tudo muito estranho, porque mandaram embora todos os curiosos que pararam perto da gente. Ficamos apenas eu, meu marido e os vizinhos que vieram conosco.

Em países como o Malauí e a Tanzânia, a caçada por albinos é motivada por um lucrativo e macabro comércio.
O dinheiro que ganho com este ponto fixo na feira não é suficiente para pagar mensalidades da escola, comprar uniformes e mesmo comida para meus filhos. 
Alguns já não podem mais frequentar as aulas.
Eu não acho que a polícia ou o governo estejam fazendo algo para proteger albinos como eu.
Vivo com a graça de Deus. 
E agradeço a Deus quando acordo todas as manhãs. 
Ainda não me sinto segura.
Por exemplo, teve uma noite no mês passado em que algumas pessoas tentaram entrar na minha casa pelo telhado. 
Eu acordei e fiquei alerta. 
A gente saiu de casa e gritou. 
Só assim eles fugiram.
A nossa comunidade está atenta aos riscos, especialmente vizinhos e as mulheres no mercado. 
É por isso que eles fizeram esse monte de pergunta à equipe da BBC. 
Eles sabem o que aconteceu comigo e não querem que se repita.
Olhe para minha casa, nem tenho boas portas para me proteger à noite.
Então, à noite para mim é como se fosse dia. 
Tenho medo e mal consigo dormir. 
Tenho medo que essas pessoas voltem. 
Eu adoraria que o governo me ajudasse com uma boa casa.
Também gostaria que o governo cuidasse do meu bem-estar porque estou impossibilitada de trabalhar e ganhar dinheiro suficiente para minha família por causa do que aconteceu.
Se isso acontecesse, eu seria uma pessoa feliz.".
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Perseguição a albinos
- No ano passado, a ONU emitiu um alerta no qual afirmava que 10 mil albinos no Malauí estão sob ameaça de morte por causa do interesse em partes dos corpos deles - que muitos acreditam dar sorte.
- Desde novembro de 2014, 19 albinos foram mortos e houve mais de 100 casos de desaparecimento ou tentativa de sequestro.
- Covas de albinos também são alvos de criminosos que removem os ossos dos cadáveres para vendê-los.
- A Anistia Internacional afirma que a maioria dos ataques contra albinos fica sem solução por causa da falta de capacidade da polícia de investigar.
- Ativistas dizem que a pobreza contribui para alimentar a crença de que partes do corpo de albinos trazem sorte e fortuna e também para sustentar esse comércio macabro.

post: Marcelo Ferla

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O campo de testes onde soviéticos explodiram quase 500 bombas atômicas.


O campo de testes onde soviéticos explodiram quase 500 bombas atômicas.

Vista aérea do 'Polígono', em que mais de 400 bombas nucleares foram detonadas.
"O Polígono" do Cazaquistão é um lugar com um passado aterrador.
Durante a Guerra Fria, mais precisamente entre 1949 e 1989, o local, conhecido oficialmente como Campo de Testes de Semipalatinsk, esteve no coração do programa nuclear da União Soviética - nada menos que 456 bombas foram detonadas nos 18 mil quilômetros quadrados do espaço.
E as consequências são sentidas até hoje.
Situado em uma região de estepe na Ásia Central, o Polígono era o maior campo de testes do mundo e sua extensão equivalia ao território da Bélgica.
Os testes eram coordenados a partir da cidade planejada de Kurchatov, que recebeu este nome em homenagem ao físico Igor Kurchatov, um dos pais do programa nuclear soviético.


A região foi escolhida tanto pelas suas características geográficas quanto por sua relativa proximidade de Moscou e, de acordo com o chefe do programa nuclear soviético, Lavrenti Beria, por ser um local "praticamente desabitado".
Foi justamente a desolação do terreno que fez com que, em meados do século 19, o czar russo Nicolau 1º enviasse para um campo de trabalhos forçados da região o escritor e dissidente russo Fiódor Dostoiévski.

Desabitado?
Porém, quando as autoridades russas decidiram criar ali o campo de testes, em 1947, cerca de 700 mil pessoas viviam nos arredores.
Karipbek Kuyukov é uma vítima dos testes. 
"Nasci sem braços. 
Minha mãe ficou chocada, foi tudo muito difícil para ela. 
Ficou dias sem olhar para mim", conta ele à BBC.
Nascido em 1968, Kuyukov é filho de um casal que pertencia a um grupo de pastores nômades evacuado pelo Exército soviético apenas horas antes de um teste nuclear.

O icônico 'cogumelo' de explosões nucleares.
"Os médicos disseram à minha mãe que, se ela não me quisesse, poderiam me dar uma injeção para acabar com meu sofrimento e o dela", explica.
Seu pai, porém, disse não.
"Ele me deu o presente da vida. Creio que desde então minha missão na Terra é assegurar que seja uma das últimas vítimas dos testes nucleares", completa Kuyukov.

'Espetáculo bonito'
As detonações foram realizadas em segredo absoluto pelo regime soviético. 
E muitos detalhes sobre o programa nuclear da URSS permaneceram desconhecidos porque o governo da Rússia ainda mantém os documentos sob sigilo.
"Minha mãe contava que subia as colinas para observar as explosões", diz Kuyukov.
"Ela dizia que era um espetáculo bonito, que começava com um flash e terminava com a subida ao céu de uma espécie de cogumelo. 
Segundos depois, tudo ficava escuro".
Durante muitos anos, os habitantes do "Polígono" eram examinados periodicamente por médicos do Exército. 
A região registrou o surgimento de doenças, incluindo inúmeros casos de câncer. 
Famílias inteiras se suicidaram, segundo contam moradores.
No final da década de 80, surgiu o Movimento Antinuclear Nevada-Semipalatinsk, que pedia o fim dos testes. 
Dois de seus principais líderes foram o poeta Olzhas Suleimenov e Kuyukov, convertido em ativista.
O movimento teve repercussão internacional e, consequentemente, a URSS cancelou 11 de 18 testes programados para 1990.

Karipbek Kuyukov tornou-se ativista.
Material abandonado
Em 29 de agosto de 1991, o presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, ordenou o fechamento de Semipalatinsk. 
A república soviética declarou sua independência em dezembro daquele ano e renunciou de forma voluntária ao arsenal nuclear herdado após o colapso da URSS.
O dia 29 de agosto foi escolhido pelo ONU o Dia Internacional contra os Testes Nucleares, a pedido do governo cazaque.
O representante permanente do Cazaquistão na ONU, Kairat Abdrakhmanov, disse que o país tinha, então, mais de 110 mísseis e cerca de 1,2 mil ogivas nucleares - que foram devolvidas à Rússia até 1995.
A retirada das tropas soviéticas trouxe consequências socioeconômicas terríveis para Semipalatinsk. 
Um contingente de apenas 500 soldados cazaques ficou a cargo da segurança das instalações.
Habitantes da região começaram a desmantelar a estrutura abandonada para vender como sucata, expondo-se ainda mais à radiação. 
O próprio diretor do "Polígono" foi despedido em 1993, depois de vir à tona que traficava equipamento militar.

Semipalatinsk nos dias de hoje.
'Impacto crônico'
E os problemas de saúde continuaram depois do fim dos testes nucleares. 
O Instituto de Medicina Radioativa e Ecologia do Cazaquistão estima que, entre 1949 e 1962, uma população de entre 500 mil a 1 milhão de pessoas tenha sido exposta à radiação.
Hoje, investigadores como o médico Talgat Muldagaliev estudam os efeitos da contaminação.


"O que aconteceu no 'Polígono' é diferente de outras catástrofes radiotivas como Chernobil e Hiroshima", contou Muldagaliev à BBC Mundo (o serviço em espanhol da BBC).
"Naqueles locais houve apenas uma explosão, mas no Cazaquistão as pessoas estiveram expostas por muito tempo ao impacto crônico da radiação."

Outros 'cemitérios'
O "Polígono" não é a única região do mundo afetada pelos testes nucleares.
Durante a Guerra Fria, URSS, Estados Unidos, França e Reino Unido realizaram testes nucleares em vários pontos do planeta.
Apesar de a maioria das detonações ter sido realizada em regiões remotas - como atóis desabitados -, o governo americano durante muitos anos explodiu bombas no Campo de Nevada, a apenas 105 km de Las Vegas, o maior que os EUA já tiveram.
Em uma superfície de 3,5 mil quilômetros quadrados, o Exército americano realizou 928 testes entre 1951 e 1992 - mais de 800 detonações foram subterrâneas.

As Ilhas Marshall, no Oceano Pacífico, também foram palco de testes nucleares.
Muitas explosões se converteram em espetáculos midiáticos, pois podiam ser vistas a mais de 150 km de distância.
Mas em cidades como St. George, no Estado de Utah, moradores sofreram os efeitos da radiação arrastada pelo vento. 
Autoridades sanitárias dizem que casos de leucemia e cânceres de tireoide, seio e tumores cerebrais aumentaram consideravelmente entre as décadas de 1950 e 1980.
Especialistas como Carl J. Johnson criticaram abertamente o governo americano e alertaram sobre os riscos dos testes nucleares.
Em um estudo, Johnson assegurou que as detonações provocariam aumento de casos de câncer em Utah.
O mesmo estudo já trazia um indicador preocupante: as mortes de crianças por leucemia no condado de Jefferson, no Estado do Colorado - vizinho a Nevada -, eram o dobro da média nacional entre 1957 e 1962.

Fim dos testes
Além de Semipalatinsk e Nevada, a maioria dos testes nucleares realizados durante a Guerra Fria teve lugar em ilhas do Pacífico.

Estados Unidos fizeram explosões nucleares nas Ilhas Marshall.
A URSS usou a região ártica de Nova Zembla para realizar 224 testes entre 1955 e 1990. Um deles produziu a mais potente explosão humana da história, com a detonação, em 20 de outubro de 1961, de uma Bomba Tsar com potência de mais de 57 megatons - o equivalente a 57 milhões de toneladas de dinamite.
Cientistas calculam que a explosão foi 3 mil vezes mais potente que a provocada pela "Little Boy", a bomba lançada em 6 de agosto de 1945 em Hiroshima.
A Polinésia, por sua vez, foi campo de provas do exército francês. 
Nos atóis de Fangataufa e Mururoa, foi lançado um total de quase 190 bombas nucleares.
Os EUA levaram a cabo mais de 40 detonações nas Ilhas Marshall - uma delas foi tão forte que destruiu por completo a ilhota de Elugelab.

post: Marcelo Ferla

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Cuidado em saúde mental tem...


Cuidado em saúde mental tem de olhar para fatores como renda e vínculos sociais, diz psiquiatra.
Para psicoterapeuta e professor da Unisinos, tem ocorrido qualificação de meios de diagnóstico e tratamento, mas é preciso estar atento a exageros.

O psiquiatra e psicoterapeuta Rogério Lessa Horta foi um dos entrevistados da edição do caderno Rumo, sobre os caminhos para se promover a saúde.
Na entrevista a seguir, o professor da pós-graduação em Sáude Coletiva da Unisinos fala sobre os determinantes que podem levar ao adoecimento psíquico e as formas de enfrentamento aos desafios da saúde mental.

O que é ser mentalmente sadio?
Costuma-se definir o adoecimento psíquico como a percepção de sofrimento ou dificuldades no desempenho do indivíduo em relação aos seus pares, às relações e ao meio. 
Em princípio, ser mentalmente sadio é ser capaz de se organizar com esse conjunto de relações, ter desempenho que lhe dê satisfação, prazer ou bem-estar. 
Pode-se pensar esta trama de relações, desde cuidados com a sobrevivência até relações complexas como cidadania e participação social, capacidade de crítica, compreensão, aprendizado.

Pode-se dizer que a contemporaneidade é de menos saúde mental?
No passado, não tínhamos os mesmos instrumentos e meios de medida em relação a sofrimento e satisfação pessoal. 
As pessoas fazem inferências do tipo "hoje em dia é muito mais estressante"
É difícil comparar. 
Se, hoje, estou numa condição socioeconômica melhor, minha vida vai parecer melhor. 
Se eu passar por um declínio social, por perdas econômicas, a vida vai parecer pior. 
Do ponto de vista coletivo, conseguimos medir essa coisas hoje em dia. 
O que se sabe é que essas são questões psicossociais multideterminadas. 
Isso justifica a opção de chamar o serviço de saúde mental de Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), pensando que a prevenção e o tratamento têm de dar conta não apenas da questão médica, farmacológica, mas de questões psicossociais, de estabilidade, de formação de renda, de vínculos sociais.

Ocorre um excesso de diagnósticos ou um excesso de sofrimento?
As duas perspectivas fazem sentido. 
Até pouco tempo atrás, depressão e ansiedade eram condições negligenciadas, tratadas como irrelevantes, não como questões de saúde. 
Até que a distimia, uma forma de depressão persistente, fosse enunciada como doença, uma pessoa com distimia era vista como ranzinza, como desistente, ganhava contornos pejorativos e não era vista como passível de tratamento ou cuidados de equipe de profissionais da saúde.
Por outro lado, temos alguns excessos e exageros, porque a prestação de serviços e medicamentos se constitui em um circuito econômico. 
Há um interesse no excesso de diagnósticos.
Tem-se, então, as duas coisas: maior acurácia, qualificação dos meios de diagnósticos, dos conceitos, do treinamento de profissionais -- que é benéfico --, e um risco de exagero a que é preciso estar atento.
E quando temos maior oferta de serviços, com a reforma psiquiátrica, em que o serviço de saúde deixa de ser centrado no hospital e passa a se constituir em serviços comunitários, mais próximos de onde as pessoas vivem, começa-se a ter dimensionamento mais próximo da carga desse tipo de doença. 

Há questões do nosso tempo que fazem que pessoas adoeçam mais? 
É possível que sim, ao mesmo tempo em que há facilidades e recursos que provavelmente nos ajudem.

Quando o sofrimento psíquico passa a ser passível de tratamento?
O único meio de discriminar entre "sentimentos normais" e os que justificam a busca de atendimento não está na tipologia dos sintomas, nem em especificidades de sua origem. 
No luto, por exemplo, as pessoas desenvolvem várias evidências de um quadro depressivo. 
Uma pessoa enlutada precisa de ajuda não por ter aqueles sintomas, mas quando o prejuízo que deles decorre é mais importante, com repercussões mais relevantes e, principalmente, se a pessoa (ou as pessoas que se preocupam com ela) não se percebe capaz de resolver aquela condição sem ajuda profissional.
A gravidade das diferentes formas de adoecimento psíquico pode ser sintetizada em esferas de repercussão. 
Quadros leves nos incapacitam apenas para atividades eletivas e de lazer. 
Quadros moderados incapacitam ou dificultam sensivelmente o desempenho nas atividades consideradas obrigatórias, como trabalho e escola. 
Graves são os quadros que nos incapacitam até mesmo para as atividades de cuidados pessoais.

Novas descobertas no campo da neurociência têm impactado a visão e tratamento de problemas como depressão e ansiedade?
Os avanços seguem restritos ao campo da pesquisa, de melhor compreensão dos fenômenos. 
Não há, ainda, desdobramento em dispositivos de cuidado ou medidas terapêuticas específicas.
O investimento nessa linha de pesquisa é fundamental, porque ainda conhecemos pouco dos processos de adoecimento. 
Mas o maior avanço recente que se tem em países como o Brasil é a mudança da política de cuidados, a reforma psiquiátrica.

post: Marcelo Ferla

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