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sexta-feira, 29 de junho de 2018

Moraes nega pedido de liberdade de Lula


Moraes nega pedido de liberdade de Lula
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 7 de abril de 2018 - AFP/Arquivos

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu há pouco negar pedido de liberdade feito pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 
O ministro também rejeitou outro pedido para que o recurso seja julgado pela Segunda Turma da Corte, e não pelo plenário.
A defesa de Lula recorreu da decisão do relator do pedido de liberdade, ministro Edson Fachin, que, na sexta-feira (22), enviou pedido de liberdade ou prisão domiciliar do ex-presidente para julgamento pelo plenário, e não na turma, como queria a defesa.
No colegiado, há maioria de três votos a favor de mudar o entendimento que autoriza prisão após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça. 
A turma é formada pelos ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, além de Fachin e Celso de Mello.
Ao justificar o envio, Fachin disse que a questão deve ser tratada pela Corte por exigir análise do trecho da Lei da Ficha Limpa que prevê a suspensão da inelegibilidade “sempre que existir plausibilidade da pretensão recursal”.
Ontem (29), a defesa de Lula, em novo recurso ao próprio Fachin, afirmou que análise da questão não foi solicitada, e Fachin deve rever sua justificativa.
Lula foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex em Guarujá (SP) e teve a pena executada pelo juiz federal Sergio Moro após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça, conforme definiu o STF.
Com a confirmação da condenação na Operação Lava Jato, o ex-presidente foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que impede a candidatura de condenados pelos órgãos colegiados da Justiça. 
No entanto, Lula ainda pode ser beneficiado por uma liminar e disputar as eleições.

post: Marcelo Ferla
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LUIZ CARLOS BARRETO - PRODUTOR DE CINEMA


Entrevista
LUIZ CARLOS BARRETO - PRODUTOR DE CINEMA
O Brasil daria um filme de terror ou uma chanchada
Eliane Lobato


Luiz Carlos Barreto é uma das raras pessoas que inserem, no meio de uma conversa, um episódio vivido em 1942 como se fosse normal voltar 76 anos no tempo sem surpreender o interlocutor. 
Mas ele tem números que justificam a ousadia: acaba de completar 90 anos de vida, tem 73 de carreira cinematográfica, um casamento de 65 anos (sua mulher, Lucy, é, também, parceira profissional), além de uma memória espetacular. 
Barretão, o maior produtor de cinema do Brasil, é um retirante nordestino que escolheu o Rio de Janeiro para morar e o Brasil para amar, embora seja um crítico impiedoso. 
Além dos três filhos, sete netos e cinco bisnetos, considera-se pai dos filmes nos quais trabalhou, alguns deles clássicos como “Dona Flor e seus dois maridos”, “Bye bye, Brasil”, “A dama do lotação” e “Memórias do cárcere”. 
Nesta entrevista à ISTOÉ, ele diz que o Brasil está recuando tanto que chegará à Monarquia.

Mais de cinco décadas de sua vida são dedicadas ao cinema. 
Que filme o Brasil daria hoje?
O Brasil comporta todos os gêneros. 
Daria bom argumento cinematográfico para um filme de terror e também para uma comédia. 
Na verdade, uma chanchada. 
Há lances da política brasileira que dariam uma tragédia também. 
O Brasil daria um filme de terror, uma chanchada ou uma tragédia.

Nenhuma drama histórico?
Gosto do ser humano que este país produziu.
Não é o mito do brasileiro cordial; sou fascinado é pela capacidade de relacionamento humano.
O problema do brasileiro é o espírito escravagista que ficou instalado.
Acabamos de fazer um documentário de cinco capítulos sobre trabalho escravo no Brasil, o título é “Escravidão — Século 21”.
Hoje, há mais escravidão aqui do que na época do Império.
Tem trabalho escravo na rua Barata Ribeiro, no Rio, na Avenida Paulista, em São Paulo, nas confecções de moda de tudo o quanto é lugar.


Sua produtora está fazendo um documentário sobre a Marielle Franco, a vereadora assassinada há três meses no Rio de Janeiro. 
O que o público deve esperar?
Está em fase de preparação. 
Não queremos fazer um registro apenas. 
Estamos acompanhando toda a história, mas a polícia não descobre quem matou! 
Aliás, se as Forças Armadas e a polícia não conseguem descobrir quem roubou, em 2006, dois milhões de cartuchos de dentro do quartel, terá capacidade de descobrir que matou a Marielle com algumas das balas roubadas? 
Não tem controle da própria munição, que sai das dependências deles e vai para as mãos de bandidos. 
De uma hora para outra, podem inventar um assassino para se livrar da cobrança mundial sobre este crime. 
Estamos procurando fazer algo que não seja a exploração sensacionalista do assassinato. 
A trajetória de militante da Marielle tem várias facetas: diversidade sexual, miséria, preconceito de cor, raça, gênero, contra a favela. 
Ela tinha uma visão múltipla.

“O problema do brasileiro é o espírito escravagista que ficou instalado. 
Hoje, há mais escravidão aqui do que na época do Império”

Por que a operação Lava Jato está investigando os patrocínios do filme “Lula, o filho do Brasil”, dirigido por seu filho Fábio Barreto?
Não é a primeira vez da Lava Jato comigo.
Há uns três anos, às 7h, eu estava em casa me preparando para dar uma caminhada, quando toca o telefone.
Atendi: “Dr. Barreto?”. 
Respondi: “Não sou eu, só fiz o ginásio até o terceiro ano, nunca frequentei universidade.”
Não adiantou: “Entendi, doutor.
Aqui é o delegado da Polícia Federal de Curitiba.” 
Para contrapor, perguntei: “Qual é o problema, ‘companheiro?’”
Ele me disse que eu receberia uma intimação porque tinham encontrado nos arquivos do José Dirceu um contrato firmado entre a empresa dele e a minha, e queriam esclarecimentos sobre as cifras do filme que eu ia fazer.
Era um longa sobre a história da clandestinidade do José Dirceu e se chamava “O Homem Invisível”.
Eu rompi com o meu sigilo bancário, anexei todos os cheques, juntei o argumento da história, papelada e mandei.
Dias depois, o delegado me liga de novo, disse que estava tudo ok e comentou:
“Mas uma coisa me impressionou, que história bonita a deste homem, não é?”.
Isso é o Brasil (risos).

E o filme sobre o ex-presidente Lula?
Mesma coisa, recebi uma intimação, dei as explicações, enviei os documentos e também deixaram o assunto de lado.
Nada há de errado ou oculto.

Qual o estado de saúde de seu filho Fábio, que tinha acabado de dirigir o filme quando sofreu um grave acidente de carro, há nove anos?
Ele está em um estágio estabilizado. 
Não está em coma total, mas é consciência mínima.
O cerebelo está bem, o problema é o trono cerebral, que atrofiou com o trauma do acidente. 
Foram feitos alguns testes modernos e constatou-se que ele ouve e entende. 
O teste é, em resumo, assim: ele fica dentro de um tubo e o médico, numa cabine. 
É dito para ele mexer a mão, por exemplo.
Ele entende e aparelhos mostram que mentalmente faz o movimento, mas não executa fisicamente. 
Se faz um barulho, ele ouve e olha na direção. 
O estado orgânico dele é impecável, os exames são ótimos. 
Levamos o Fábio para o hospital para fazer alguns procedimentos experimentais, eletromagnéticos, com um dos médicos que cuida do piloto Michael Schumacher, que vive caso idêntico. 
Está se fazendo o possível para que ele mantenha um bom estado clínico até que apareça uma solução, a esperança está nas células-tronco.
Vamos ver se dá para chegar lá. 
Nós o visitamos três vezes por semana. 
O Fábio sempre disse uma frase que gosto de repetir: há o cinema útil e o fútil.
Ele não queria fazer um filme que seria jogado no lixo junto com o saco de pipoca após a sessão.

O senhor também encara o cinema dessa forma?
Sim. 
A indústria do entretenimento já é a primeira do mundo em negócios: US$ 1,2 trilhão de receita anual no mundo inteiro.
No Brasil, essa cifra é de US$ 60 bilhões.
Das 24 horas da vida de uma pessoa, ela consome, em média, oito com sono, oito no trabalho e sobram oito que são divididas: quatro em ocupação doméstica e quatro são ociosas. 
Somando, são quase 1.500 horas por ano de ociosidade. 
Como é preenchido? 
Com o entretenimento. 
Quem inventou o esquema para explorar o ativo deste mercado? 
Os americanos, claro. 
Montou uma indústria de música, editorial, de cinema etc, que não só preenche a necessidade do cidadão americano como ainda exporta para preencher a de pessoas de outros países. 
No Brasil, o Ministério da Cultura não tem essa preocupação, mas deveria. 
Não pode deixar 1.500 horas de um cidadão para consumo do que é importado. 
Daí, a perda da identidade. 
A pessoa pensa que está se globalizando, quando está se alienando de seu país.

Bye bye Brasil, literalmente?
Eu, se tivesse 30 anos, iria para o Canadá. 
Mas, na verdade, eu não me mudei no tempo da ditadura militar, acho que não seria agora. 
Não troco o Brasil por nada. 
Fiquei dois anos como correspondente da revista O Cruzeiro, na Europa, e não quis ficar lá, embora tenha recebido convites.
Nunca quis morar fora do Brasil, sou um ser brasileiro, me orgulho muito disso.

Como ex-jogador futebol e apaixonado pelo esporte, o senhor está no clima da Copa?
Tenho três paixões na vida. 
A Lucy, o futebol e o cinema.
Sobre a Copa, estou absolutamente frio com a Seleção Brasileira porque o futebol que eu admiro não é mais jogado, o futebol arte que tinha o Brasil como sede mundial. 
Nosso país, agora, adota o futebol força. 
Passamos a copiar sistemas táticos e de jogo de times europeus. 
Hoje temos o Neymar, o único que sabe brincar com a bola. 
Perdemos a nossa identidade do futebol. 
Já perdemos em várias outras coisas também.

O que explica o Brasil ter interrompido sua busca de identidade?
O segundo mandato da Dilma (Rousseff/PT) foi o começo do recuo.
Ela queria agradar ao mercado e nomeou um “ultra pré neoliberal”, o Joaquim Levy, que nunca foi formulador de políticas. 
Era um ex-funcionário do FMI. 
E chegamos ao estágio que estamos, com o governo atual recuando décadas no tempo. 
Daqui a pouco, vamos voltar à Monarquia.

Quais as outras identidades que o Brasil perdeu?
Cultural. 
O povo brasileiro mantém porque ele é a própria identidade. 
Mas a elite vive com o olho fora do País, quer morar fora, venera os hábitos e costumes europeus e americanos. 
Perdemos identidade gastronômica também. 
Raramente come-se comida brasileira em restaurantes.
Os cardápios são todos copiados da gastronomia italiana, francesa, japonesa, árabe… 
O povo ainda come, em casa, o feijão com arroz e carne assada; a elite prefere gastronomia importada. 



“O Donald Trump, na santa ignorância dele, fez uma única coisa certa, o slogan ‘América primeiro’, um retorno ao nacionalismo”.

Esse não seria um fenômeno global?
Globalização é a palavra que entrou na moda, mas só nos países do Terceiro Mundo. 
No chamado Primeiro Mundo, é o contrário: a onda é de nacionalismo. 
De novo, aqui, o povo continua nacionalista, acreditando no país. 
Essa herança colonialista é das elites, porque foram eles que se associaram aos colonizadores e foram se perpetuando no poder. 
Depois da democratização do País é que começamos a ir em busca de nossa própria identidade. 
No governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e no de Lula (PT) é que começamos a pensar em um projeto de País que valorizasse a produção cultural brasileira. 
O Donald Trump, na santa ignorância dele, fez uma única coisa certa, o slogan “América primeiro”, um retorno ao nacionalismo. 
Os Estados Unidos se tornaram a potência que são porque adotaram esse viés. 
Mas aqui no Brasil há um perigo, que é o movimento nacionalista radical de extrema direita do Jair Bolsonaro (PSL), um verdadeiro terror.

Como é chegar aos 90 anos?
O Jorge Amado (1912-2001) dizia que até os 80 você comemora, depois começa a contagem regressiva. 
Mas eu acho que a diferença está em você mesmo. 
Pode aos 50 estar com 100 ou estar com 100 e ter 18. 
No meu caso, sinto que estou integrado aos meus 90 anos, e procurando pensar como se eu tivesse 30. 
O que faz você continuar vivendo é o trabalho, a vida normal. 
A aposentadoria é uma primeira morte. 
A receita é se manter em atividade.

post: Marcelo Ferla



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'Mãe, pinta meu rosto de branco?'


'Mãe, pinta meu rosto de branco?': como uma mãe negra reagiu ao pedido do filho para mudar
Leon, de 4 anos, começou a frequentar a escola e a dizer que 'não queria mais ser mais marrom'.
Por BBC
Leon, de 4 anos, pintou o rosto com creme de assaduras. Ele questionou mãe se poderia pintar o rosto com spray (Foto: BBC)
Quando Alison foi pegar seu filho Leon, de 4 anos, na casa de uma amiga, esta lhe disse: "Tenho que te mostrar uma coisa. Você vai achar hilário, é muito engraçado". 
Mas ela não achou graça. 
Na foto, o menino aparecia com a cara branca, toda lambuzada de creme contra assaduras.
Alison já estava preocupada, porque Leon havia começado a frequentar a escola não havia muito tempo e, logo em seguida, manifestara, pela primeira vez, o desejo de mudar a cor de sua pele.
"Estava colocando ele para dormir quando ele disse: 
'Mamãe, você pode pintar meu rosto com spray branco?'" conta a britânica.
Quando questionou por que Leon queria aquilo, ouviu de volta: 
"É que eu não quero mais ser marrom".
Foi quando Alison resolveu conversar com ele sobre o assunto. 
"Por que você não quer ser mais marrom?", ela perguntou.
"Mamãe é marrom, papai é marrom. 
Praticamente toda pessoa que você ama, que é próxima, é marrom."
Especialistas dizem que esse tipo de comportamento não é incomum em crianças da idade de Leon.
"Gostaria que incentivassem seus filhos a se expressarem", diz o psicoterapeuta infantil Rolan Gracia.
"Então, mesmo que você fique chocado, alarmado ou envergonhado, é ok parar por um momento e dizer: 
'Escute, vamos conversar sobre isso um minuto'."
Alison acredita que parte do problema está no fato de que seu filho não se vê representado no mundo a sua volta.
Ela deu à escola de Leon livros em que crianças negras aparecem nas ilustrações e histórias.
"Se algum dia ele quiser falar sobre se tornar branco, ele sabe que não vou ficar brava nem brigar com ele", diz ela.
"Vou sentar, olhar no olho dele e dizer: 
'Qual é, cara, por que você está pensando nisso'."

post: Marcelo Ferla

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Renascença Africana




O Monumento da Renascença Africana (em francês: Le Monument de la Renaissance africaine) é um gigantesco monumento estatuário de bronze que representa os 50 anos da independência do Senegal, localizado na cidade de Dakar. 
Conta com 49 metros de altura e custou US$ 27 milhões.
O Monumento da Renascença Africana no topo de uma das duas colinas gémeas chamadas Collines des Mamelles, nos arredores de Dakar.
Com vista sobre o oceano Atlântico, no subúrbio de Ouakam, foi desenhado pelo arquiteto senegalês Pierre Goudiaby, segundo uma sugestão apresentada pelo presidente Abdoulaye Wade, e construído por uma empresa da Coreia do Norte. 
O arranque das obras preparatórias deu-se no topo da colina de 100 m de altitude em 2006, e a construção da estátua de bronze começou 3 de abril de 2008. 
O plano original previa o fim da construção em 2009, mas vários atrasos fizeram com que fosse terminada em 2010, e em 4 de abril de 2010, no dia nacional do Senegal, foi inaugurada, para coincidir com o 50.º aniversário da independência senegalesa. 
É a mais alta estátua do mundo fora da Ásia e da antiga União Soviética.
Outro fator de crítica está relacionado com a alegada fração no preço das entradas que o presidente Wade reclama, por via da sua ideia para o monumento.


post: Marcelo Ferla

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Entenda os três recursos que pedem a liberdade de Lula no Supremo


Entenda os três recursos que pedem a liberdade de Lula no Supremo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante missa em São Bernardo do Campo, em 7 de abril de 2018 - AFP

Antes de os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) entrarem em férias coletivas, durante todo o mês de julho, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu ao menos três frentes para tentar libertá-lo, todas ainda pendentes de decisão final.
Nesta sexta-feira (29), o STF realizou sua última sessão plenária antes do intervalo do meio de ano. 
Com isso, o Supremo jogou para o segundo semestre o julgamento da liberdade de Lula. 
A próxima sessão será em 8 de agosto, faltando poucos dias para o prazo final de registro de candidaturas para as eleições deste ano, que é 15 de agosto.
O ex-presidente Lula está preso desde 7 de abril na sede da Superintendência da Polícia Federal no Paraná (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Lula está preso desde 7 de abril, após ter sido condenado em segunda instância a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do triplex no Guarujá. 
Confira abaixo os caminhos pelos quais a defesa tenta libertar o ex-presidente.

Execução da pena
Na primeira frente, aberta em 5 de junho por meio de uma petição, a equipe de oito advogados pediu que o STF garanta o direito do ex-presidente de recorrer em liberdade aos tribunais superiores contra a condenação a 12 anos e um mês de prisão no caso do triplex no Guarujá (SP). 
A esse direito se dá o nome de efeito suspensivo sobre a execução de pena.
O relator da petição, ministro Edson Fachin, enviou o pedido para ser julgado pela Segunda Turma do STF, nesta semana, mas depois cancelou o julgamento devido a uma decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), que não admitiu os recursos às instâncias superiores, prejudicando, assim, o pedido de efeito suspensivo feito pela defesa.
Os advogados então recorreram do cancelamento por meio de um agravo regimental. 
Fachin, no entanto, enviou o recurso para ser julgado pelo plenário e não pela Segunda Turma, como queria a defesa. 
Ele deu ainda 15 dias para a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar na petição.

Inelegibilidade de Lula
Entre as justificativas de Fachin para enviar o caso ao plenário, está a de que a petição trata da eventual inelegibilidade de Lula, tema que só poderia ser decidido pelo pleno.
A defesa do ex-presidente entrou então com embargos de declaração sobre a justificativa do ministro, pedindo para que ele retire a questão da inelegibilidade de pauta, mantendo somente o pedido de liberdade. 
Em despacho desta sexta-feira (29), Fachin argumentou que foram os próprios advogados que levantaram o ponto na petição inicial, e deu cinco dias para responderem se de fato querem ou não sua discussão.
Somente após ser resolvido esse ponto, levantado no embargo de declaração, é que a petição original, com o pedido de liberdade, será julgada em plenário, afirmou a ministra Cármen Lúcia nesta sexta. 
Na prática, se Lula for julgado inelegível pelo pleno do STF, antes do assunto ser apreciado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele fica sem ter a quem recorrer da decisão.

Reclamação
Em uma segunda frente, os advogados de Lula protocolaram ontem (28) no STF um outro recurso, em paralelo, chamado reclamação constitucional, também contra a decisão de Fachin de enviar ao plenário a primeira petição com o pedido de liberdade.
Na reclamação, a defesa argumenta que Fachin agiu de forma “arbitrária”, sem respaldo no regimento interno do STF, e que o juízo adequado para julgar a petição seria a Segunda Turma, não o plenário. 
Na peça, entretanto, os advogados embutiram um pedido de liminar (decisão provisória) para que Lula seja solto ao menos até que o pedido de liberdade inicial seja julgado pelo Supremo.
A estratégia nesse caso foi para que outro ministro decida sobre a liberdade de Lula, pois como a reclamação tem como alvo decisão do próprio Fachin, o processo teve de ser distribuído a um de seus pares. 
O sorteado foi Alexandre de Moraes, que disse que vai proferir rapidamente uma decisão.

Embargos de declaração
A terceira frente de ação da defesa de Lula se deu por meio da interposição de embargos de declaração, protocolado nesta sexta (29), contra decisão de 4 de abril do plenário do STF, que por 6 a 5 negou um habeas corpus preventivo para impedir a prisão de Lula. 
Ele foi preso três dias depois.
Lula foi preso com base no entendimento atual do Supremo que permite a execução de pena após a condenação em segunda instância.
Nos embargos, os advogados argumentam não ter ficado claro, no resultado do julgamento, se a prisão deveria ter se dado de forma automática após o fim da tramitação do caso na segunda instância, como ocorrido. 
Diante do que diz ser uma omissão, a defesa pede que Lula seja posto em liberdade. 
Não há prazo para que este recurso seja julgado.

post: Marcelo Ferla

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Ricardo Boechat


Ricardo Boechat


Sobre o autor
Apresentador do Jornal da Band e da rádio BandNews FM, colunista da revista ISTOÉ e ganhador de três prêmios Esso. 
Também escreve para a coluna o jornalista Ronaldo Herdy
Mateus Bonomi
Principal delator da Operação Carne Fraca, o ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná Daniel Gonçalves detalhou à Procuradoria-Geral da República como funcionava o esquema político que o mantinha no cargo. 
Em troca do apoio, ele repassava propinas a deputados federais do MDB. 
Para que a bancada do partido no Senado não atrapalhasse, outros mimos eram distribuídos. 
O senador Roberto Requião, segundo ele, recebia peças de picanha dos frigoríficos favorecidos pela bandalheira.

Educação
Blá-blá-blá
No início de 2017, o MEC publicou decreto e portarias de atualização dos processos regulatórios baseados na avaliação da educação superior. 
A Pasta à época tinha Rossieli Soares como secretário de Educação Básica. 
Agora, com ele ministro veio uma portaria criando um grupo de trabalho para rever os indicadores. 
Cerca de 90% dos escolhidos para o GT são do próprio ministério e não há prazo para conclusão da análise. 
Enquanto a burocracia não se entende, a sociedade brasileira faz a verdadeira reforma universitária. 
Exige que profissionais formados em uma área sejam multidisciplinares na prática, exceto claro, em carreiras como a da medicina.

Poupança
A fila anda
Em um mês, 30.408 pedidos foram feitos na plataforma eletrônica (www.pagamentodapoupança.com.br) de adesões ao acordo que compensa perdas de investidores em contas de poupança nos planos econômicos Bresser, Verão e Collor 2. 
Estima-se que 3 milhões de pessoas serão beneficiadas no processo. 
Desde os anos 90, milhares de ações estão na Justiça para exigir melhor correção do que a aplicada pelo governo. 
A adesão é dividida em lotes. 
No primeiro foram habilitados 734 poupadores. 
Do total, 325 de São Paulo (44,2%). Na quinta-feira 21 começou o prazo para nascidos entre 1929 e 1933, segundo lote, com adesões até 20 de julho.

Política
Carteira fechada
Oatawa
Uma pesquisa com pessoas conectadas à internet mostrou pouca disposição dos eleitores em contribuir financeiramente para a campanha política. 
Apenas 23% de dois mil entrevistados revelaram disposição para financiar um candidato. 
O internauta participou de forma espontânea, de 19 de fevereiro a 28 de maio, na plataforma digital Presença On-Line. 
O estudo foi coordenado pelo Instituto Gerp, do Rio de Janeiro.

Saúde
Pingo no i
Por meio de sua assessoria, a Agência Nacional de Saúde confirma a informação da Coluna, na edição da semana passada, de que o economista Leandro Fonseca pediu demissão da presidência. 
Mas assegura que o ato foi anterior à polêmica do reajuste nos planos de saúde individuais. 
Aliás, a Justiça impediu que o órgão aplique correção bem acima da inflação, como foi anunciado.

Conversas
Plano B
André Bueno/CMSP
Se malograrem as suas expectativas de obter apoio formal do PT, Ciro Gomes tentará contar com a adesão do PP à sua campanha presidencial. 
Hábil na oratória, não lhe será difícil explicar a parceria com a sigla de Paulo Maluf, Ciro Nogueira e Nelson Meurer. 
Afinal, voto é voto.

Pessoas físicas
Vaivém
Com a proibição das doações de empresas a candidatos nas eleições desse ano, muitos políticos estão transferindo para o próprio nome bens de firmas de sua propriedade ou de suas famílias. 
Veículos e imóveis que possam ser usados na campanha são os patrimônios mais presentes nessas manobras.

São Paulo
Só milagre
A Câmara dos Vereadores de São Paulo abriu licitação para contratar serviços de publicidade. 
Vai gastar R$ 27 milhões em 12 meses com o objetivo de “fortalecer a imagem institucional” da Casa. Não bastaria trabalhar?

Lula
À espera
EVERSON BRESSAN/FUTURA PRESS

De dentro da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, Lula mandou mais um recado. 
Dessa vez em direção ao Congresso. 
Deseja que senadores “de peso e da velha guarda” lhe façam uma visita. 
Renan Calheiros e José Sarney foram os primeiros a receber o comunicado. 
E parece que irão ao Paraná. 
A visita que recebeu do ex-presidente do Uruguai, José “Pepe” Mujica, na semana passada, se insere no contexto, de se manter em evidência atrás das grades.

Codefat
Abono ameaçado
Sob clima de muita apreensão, na terça-feira 26, o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador começará a discutir o seu orçamento para 2019. 
Podem faltar recursos para o pagamento do seguro-desemprego e o abono salarial do ano que vem. 
Isso porque o Legislativo deu aval para a União utilizar como quiser 30% da arrecadação de impostos e contribuições sociais, há obrigatoriedade do FAT repassar 40% de suas receitas (com o PIS/Pasep) ao BNDES, permanece alto desemprego e falta investimentos em qualificação e intermediação de mão-de-obra.

MDB
Como sempre
Para figurões do PMDB, insatisfeitos com Henrique Meirelles, o escolhido por Michel Temer, o sonho dourado é deixar o partido fora da disputa, liberando os candidatos da legenda aos governos estaduais para as composições que lhes agrade.

Crianças
Lá e aqui
Com justa razão, o mundo se indignou com o decreto de Donald Trump, separando pais dos filhos que foram detidos entrando ilegalmente nos EUA. 
O noticiário destacou que havia 49 filhos de imigrantes brasileiros lá, nessa situação. 
Mas não podemos esquecer. 
Hoje, em nosso País, são mais de 47 mil crianças e adolescentes acolhidos em abrigos, separados da família, por decisão judicial, quase sempre pela carência de recursos.

Futebol
Entre eles
Pedro Martins
Um levantamento feito pelo Google nos últimos sete dias revelou que Tite está entre os dez técnicos mais buscados desde o início da Copa. 
O brasileiro aparece na plataforma com 6,93% em um ranking que tem, disparado na ponta, Joachim Low, que comanda a seleção alemã (21,59%). 
A segunda posição é de Fernando Hierro, da Espanha (14,16%), seguido pelo contestado Jorge Sampaoli, da Argentina (9,73%).

Mau vizinho
Fumo de rolo
MmeEmil
Nunca foi tão intenso o contrabando de cigarros para o Brasil. 
Segundo a Associação Brasileira de Combate à Falsificação, a marca líder desse mercado criminoso é a Eight, fabricada pela Tabacalera Tabesa. 
Seu dono, Horácio Cortes, acaba de renunciar à presidência da próspera república vizinha para assumir uma vaga no Senado, preservando o foro privilegiado na Justiça local. 
Tratado a pão-de-ló pelo Itamaraty, Sua Excelência é acusado de envolvimento com o crime organizado, o contrabando e o tráfico de drogas. 
Apenas isso.

Tv
A vez da ‘Pimentinha’
Divulgação
A Globo bateu o martelo. 
Vai lançar no primeiro semestre de 2019 uma minissérie inspirada na vida e na carreira de Elis Regina. 
Andreia Horta, que interpretou a cantora no cinema, fará o papel novamente.

post: Marcelo Ferla
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