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Informativo
Sempre gosto de lembrar aos leitores que este blog tem como intenção trazer à tona a informação, o conhecimento e o debate democrático sobre os assuntos mais variados do nosso cotidiano, fazendo com que todos se sintam atualizados.
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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016
A vida como ela é.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
SOU MULHER E CHICO BUARQUE NÃO ME COMPREENDE.
Parece unanimidade: Chico Buarque compreende a alma feminina.
Elas basicamente transbordam ou quietude e passividade ou histeria, e esses são dois lados do mesmo clichê.
Um clichê que pode ser chamado de alma feminina.
Em seu livro Sexo e Temperamento, escrito a partir dessa vivência, Mead sugere que as características masculinas e femininas são principalmente construções culturais.
Entre os Tchambuli da Nova Guiné, por exemplo, os homens são emocionalmente dependentes e irresponsáveis, se pintam, se enfeitam e dançam para as mulheres (carecas e detentoras da riqueza e patrimônio da tribo), apresentando comportamentos aparentemente inversos aos típicos da sociedade ocidental.
É o que a filósofa Judith Butler chama de performatividade de gênero, ou seja, as condutas femininas e masculinas não passam de representações, performances , nessa sociedade do espetáculo em que estamos todos inseridos.
"Morena, dos olhos d'água/ Tira os seus olhos do mar. (..) Seu homem foi-se embora, Prometendo voltar já." (Morena dos Olhos D’agua)
“Mulher, você vai gostar:"Tô levando uns amigos pra conversar.” Na hora fiquei feliz por esse marido pensar na mulher como amiga, que participa da conversa com os amigos dele. Parece simples, mas lembremos que estamos falando do universo das esposas que esperam na janela. Bom, a música segue e “..Mulher, você vai fritar/ Um montão de torresmo pra acompanhar/ Mulher, depois de salgar / Faça um bom refogado.”
O que o marido realmente queria era que a esposa cozinhasse uma feijoada para os camaradas dele. Nossa, que notícia boa, ela realmente vai adorar.
No fim da música chega a vez da mulher dizer o que ela sonha fazer como patroa do homem, e ela contenta-se em imaginar que continua servindo o marido, mas dando-lhe um café pequeno, e afagando-lhe como quem afaga um cão.
Tudo isso cantado num ritmo alegre e com um tom despretensioso.
Mas ao retratar romanticamente relações abusivas, tão claras como essa, e também mais sutis como em tantas outras canções, Chico Buarque evita questionar a situação ou empoderar suas personagens. Pelo contrário, ele naturaliza e normatiza o machismo e pinta suas personagens femininas com um forte tom de resignação.
“Assim que as coisas são, sem possibilidade de mudança, e tudo bem.”
Não encontrei confirmação alguma do próprio Chico, mas acredito que possa ser o caso em algum momento.
De qualquer forma as músicas existem sozinhas e falam por si, quer dizer, elas ultrapassaram a ditadura e sobreviveram, quer queira, quer não, como músicas românticas sobre relacionamentos amorosos.
Esse arquétipo não é um reflexo de mulheres reais, a alma feminina não é um atributo que está no DNA, (ou no útero), de todas as mulheres, e sim uma série de características culturalmente construídas, que muitas meninas ainda hoje insistem em abraçar e que, em geral, enfraquecem as potencialidades delas.
Mudar um conceito que foi forçado e reforçado durante várias gerações é um processo lento, mas acredito que estamos no caminho para que algum dia expressões como “alma feminina” deixem de fazer sentido.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
Jogue os dados.
post: Marcelo Ferla
Sexy Girls.
post: Marcelo Ferla