Proposta
para moralizar o Brasil
Ricardo Amorim
A aproximação das eleições
tem me feito pensar sobre as mudanças mais necessárias para construirmos um
país próspero e justo.
Concluí que uma das razões essenciais de nossas mazelas
é nossa incapacidade de separar direitos de privilégios.
Um direito tem de ser
universal, conquistado em um processo justo, e que beneficie também a sociedade
como um todo, não apenas seu beneficiário direto.
Um “direito” que só alguns
têm, que não foi conquistado de forma justa, ou que só beneficia quem o
conquistou não é um direito, é um privilégio.
Por exemplo, o direito universal
à educação básica de qualidade beneficia não apenas os estudantes, mas toda a
sociedade que passa a contar com profissionais mais produtivos e cidadãos mais
conscientes.
Por outro lado, alguns estudarem de graça em universidades
públicas, financiadas pelos impostos pagos por todos, é bom para eles, mas como
não é extensivo a todos, é na realidade um privilégio.
No Brasil, o setor público
se autoconcedeu uma infinidade de privilégios que os outros brasileiros não
têm.
Esta situação tem de acabar.
Recentemente, a Câmara
Municipal de São Paulo aprovou um projeto que cria para os funcionários do
Tribunal de Contas do Município dois novos “direitos” e lhes concede um aumento
do salário-esposa – uma absurda remuneração para homens casados com mulheres
que não trabalham.
Só então descobrimos que milhares de funcionários municipais
e estaduais de São Paulo recebem há décadas o tal salário-esposa.
Quantas
outras mordomias escandalosas, financiadas com o dinheiro de todos os
brasileiros deve haver?
No
Brasil, o setor público se autoconcedeu uma infinidade de privilégios que os
outros brasileiros não têm.
Esta situação tem de acabar.
Minha conclusão é que a lei
mais urgente que o país necessita é a Lei da Moralização, uma Emenda
Constitucional que proíba a criação e acabe com qualquer benefício, auxílio,
regalia previdenciária ou abono existentes no setor público que não sejam
exatamente iguais aos existentes no setor privado.
Políticos, juízes, membros
dos tribunais de contas, militares e todos os outros servidores merecem ser
muito bem tratados, exatamente como os demais brasileiros que pagam os seus
salários e benefícios, não melhor do que eles.
O serviço público foi
deturpado.
Quem deveria servir ao público, com frequência está apenas
servindo-se do que é público.
Chega de privilégios, as regras têm de ser iguais
para todos.
Apoio a este projeto deve
ser o primeiro critério de todos nós para a seleção e eleição para qualquer
cargo em outubro.
Quem não está disposto a aprovar uma lei assim, logo na
primeira ação do seu mandato, quer manter o sistema atual de privilégios às
suas custas.
Cobre do seu candidato o compromisso da aprovação da Lei da
Moralização.
Se ele não se comprometer, troque de candidato.
#mesmasregrasparatodos
#leidamoralizacao
Ricardo Amorim, autor
do bestseller Depois da Tempestade, apresentador do Manhattan Connection da
Globonews, o economista mais influente do Brasil segundo a revista Forbes, o
brasileiro mais influente no LinkedIn, único brasileiro entre os melhores
palestrantes mundiais do Speakers Corner, ganhador do prêmio Os + Admirados da
Imprensa de Economia, Negócios e Finanças, presidente da Ricam Consultoria e
cofundador da Smartrips.co e da AAA Plataforma de Inovação.
post: Marcelo Ferla
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