Bagdá: treze séculos de
esplendor e destruição.
Obra
traz à vida o passado vibrante da cidade que foi um dia a capital do mundo.
Chega às livrarias em
outubro o livro “Bagdá - Cidade da Paz, Cidade de Sangue”, de Justin Marozzi,
considerado um dos expoentes mais brilhantes da nova geração de historiadores
dedicados à literatura de viagem.
Na obra, lançada no Brasil pela
Editora Manole, a capital do Iraque é retratada desde a fundação até os dias de
hoje, sob um olhar diferente.
Ao longo de treze séculos, Bagdá desfrutou de
exuberância tanto econômica como cultural, ocupando a vanguarda da produção
artística e intelectual e movimentando uma economia que alimentava a inveja de
diversas nações. Foi em Bagdá, no tempo dos califas, que surgiram As mil e uma
noites.
Ainda assim, Bagdá enfrentou grandes desafios, foi assolada por
epidemias, fome, enchentes e inúmeros invasores estrangeiros que trouxeram
consigo mortes e derramamentos de sangue cruéis.
Pela maior parte de sua existência
Bagdá – a "Cidade da Paz", como é chamada desde sua fundação – tem
sido um dos lugares mais violentos do mundo.
Os soldados norte-americanos, ao
entrarem lá em 2003, tornaram-se os mais novos personagens de uma história
turbulenta que remonta a 762 d.C., ano em que foram assentados os primeiros
tijolos da capital imperial encomendada pelo califa Mansur.
Por quinhentos anos, Bagdá foi a
sede do Império Abássida, uma maravilha de palácios resplandecentes, mesquitas
magníficas, universidades islâmicas e mercados vibrantes banhados pelo rio
Tigre. Esta foi a cidade do matemático Al Khwarizmi, inventor da álgebra; de
Harun Al Rashid, o califa imortalizado em vários contos de As mil e uma noites;
do grande poeta Abu Nuwas, cujos versos provocativos escandalizavam a
sociedade, bem como de inúmeros astrônomos, médicos, músicos e exploradores
pioneiros. Foi também um próspero entreposto comercial que atraía mercadores da
Ásia Central e do Atlântico, motor de uma economia de causar inveja tanto ao
Ocidente como ao Oriente.
Bagdá também tem sido uma cidade de
terríveis privações. Ela foi seguidamente assolada por epidemias, fomes e
enchentes, pelo temor de invasões estrangeiras, de ocupações militares e pelo
jugo brutal de homens fortes, de califas voluntariosos a Saddam Hussein.
Portanto, esta é também a história daqueles que governaram Bagdá, e daqueles
que a conquistaram: sultões otomanos, xás persas; entre ele, Hulagu,
descendente de Genghis Khan e de Tamerlão, que, em 1400, ordenou que fossem construídas
120 torres com as 90 mil cabeças decepadas de seus inimigos. Da mesma maneira,
este livro conta as histórias envolventes de homens e mulheres comuns, de
escravos a soldados, que viveram, sofreram e morreram nesta cidade tumultuada.
Sobre o autor
Justin Marozzi é membro do
conselho da Real Sociedade Geográfica e membro e pesquisador sênior em
jornalismo e história da Universidade de Buckingham. Marozzi trabalhou para o
jornal Financial Times e para a revista The Economist como correspondente
internacional, tendo passado boa parte da última década n Iraque, com longas
temporadas no Afeganistão, em Darfur, na Líbia e na Somália. Entre seus livros,
estão South from Barbary: Along the Slave Routes of the Libyan Sahara,
Tamerlane: Sword of Islam, apontado pelo Sunday Telegraph como livro do ano em
2004, e The Man Who Invented History: Travels with Herodotus.
Marcelo Ferla
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