Antes de dormir, você costuma conferir se a porta de casa está realmente trancada? Pois isso indica que você é uma pessoa responsável. Mas tem gente que, em vez de conferir uma ou duas vezes, faz isso dezenas de vezes, tornando-se refém de um ritual que, se não for cumprido à risca, gera grande angústia.
Essas pessoas são vítimas de TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), doença mental que mantém o cérebro permanentemente envolvido em uma necessidade que a própria vítima pode considerar absurda, mas da qual ela não consegue se desvencilhar.
Existem dois tipos de sintomas: os obsessivos e os compulsivos. As obsessões são idéias persistentes. A preocupação excessiva com a sujeira é um exemplo. As compulsões são comportamentos repetitivos que podem estar ligados às obsessões.
Uma pessoa que, no plano das idéias, tem obsessão por limpeza, no plano das ações pode estabelecer a necessidade de lavar as mãos mais de cem vezes por dia devido ao receio de ser contaminado por micróbios, por exemplo.
"A pessoa tem consciência de que a repetição não adianta, mas fica angustiada se não cumprir o ritual", diz Marina Arnoni Balieiro, psicóloga do Hospital Edmundo Vasconcelos, da capital.
Alguns rituais, como organizar as roupas conforme a cor de cada peça, podem ser praticados sem que indiquem uma doença. Eles se caracterizam como distúrbio quando a medida é observada como uma necessidade –a vítima imagina que, se não cumprir rigorosamente o ritual, algo de grave vai acontecer a ele ou a uma pessoa próxima, por exemplo.
O diagnóstico é feito por avaliação clínica –não existem exames capazes de detectar a doença.
O transtorno obsessivo-compulsivo não tem cura, mas pode ser controlado. Conforme o caso, pode ser necessário manter por toda a vida o tratamento, feito com medicamentos e terapia.
"Um dos maiores problemas é a vergonha que o paciente sente e que faz com que ele se esconda, deixe de ter vida social", conta a psicóloga.
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