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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Pão e circo dados ao povo.
















Pão e circo dados ao ao povo.

Volto a escrever em meu blog depois de um tempo afastado desta atividade. Confesso aos meus leitores, se é que eles existem, que estava um tanto quando desanimado para o exercício desta atividade. O que estava ocorrendo é que todos os periódicos e jornais que leio todos os dias e que me inspiram, por meio das matérias que trazem em seus conteúdos, servindo assim de inspiração e material confiável, estavam sofrendo de uma das doenças que fazem parte do meu dia-a-dia, TOC, transtorno obsessivo compulsivo, o que para os jornalistas e colunistas vem a se tornar um verdadeiro martírio.

O TOC é caracterizado como sendo uma doença cognitiva comportamental em que o individuo se torna obsessivo em pensamentos e compulsivo em atos e é justamente esta compulsão que tomou conta dos jornais e periódicos que anteriormente citei, sim, porque estes, compulsivamente, escreviam somente sobre a gripe A e a crise explosiva do Congresso Nacional. Eram, e ainda são por vezes, matérias em cima de matérias, sempre faladas sobre ou sobre outro, quando não tomando todo conteúdo de um material de leitura, uma verdadeira compulsão por dois assuntos. Confesso que isso me derrubou um pouco como escritor ou colunista amador, mais cá estou.

Estou para falar, talvez tomado por uma compulsividade, apesar de criticá-la acima, de política, maldito assunto este, mas vamos lá.

Pois bem, eu sou um cara que gosto por demais da história do Império Romano e, logo que vi e li esta notícia, me lembrei do Coliseu Romano, sim, aquele, dos embates sangrentos entre Gladiadores, das corridas mortais de brigas, lutas entre homens e feras, ou seja, ação, sangue e delírio dos espectadores, formados pela plebe romana.

O Coliseu Romano foi uma das obras mais esplendorosas da Humanidade, estudado até hoje por sua estrutura arquitetônica, copiada até hoje para a construção de campos de futebol, ultramodernos, todos baseados no famoso e suntuoso Coliseu Romano, com sua arquitetura baseada no revolucionário sistema de arcos que revolucionou a arquitetura mundial. Mas o que isso tem haver com política atual?
   
Uma notícia vinculada nacionalmente e trazida a nos leitores no dia 25 deste mês, intitulada “Redução da jornada de trabalho volta ao debate” texto este desenvolvido a cerca da volta do debate a respeito da diminuição da carga de trabalho no Brasil, que hoje é de 44 horas semanais e que viria, por meio de Pec aprovada em ambas as casas legislativas, a ser reduzida para 40 horas semanais, com apoio do Presidente Lula, situação e alguns votos da oposição, já conformados.

A exemplo do que aconteceria em períodos de revolta da plebe romana, revoltada com os disparates dos Césares e de seus Conselheiros, que ao longo da história lapidaram o Império Romano e sua história, ao que me parece, tal decisão, surgida no epicentro da crise política generalizada que vem ocorrendo em nosso país, parece ter semelhança tênue com o sistema histórico anteriormente citado, ainda mais em se falando de véspera de ano eleitoral, quando os interessados em votos fazem de tudo para costurar os panos que serão embebidos em água quente e, posteriormente, serem postos por cima de acontecimentos deste tipo, ou seja, pão e circo ao povo revoltado.

Lá, na antiguidade, eram dias infindáveis de festas, animais sacrificados, comidas, jogos, diversão, enfim, ofertas aos Deuses (difícil saber que Deuses, se os Deuses mesmo, ou os de carne e osso), enquanto que nos dias atuais, são aquelas ofertas substituídas por cestas básicas, promessas, medicamentos, iluminação, saneamento básico, consultas médicas, dinheiro, serviços temporários, dentre outras coisas, ou seja, são ainda as mesmas coisas, a mesma centralização de poder, o mesmo povo e o pior de tudo, a mesma ilusão, a de que tudo vai melhorar.
 
Os Césares de Hoje, José Sarney e seus Conselheiros, Renan Calheiros, Michel Temer, Fernando Collor de Mello, Wellington Salgado, dentre outros, da mesma forma como os da antiguidade, andam passando completamente imunes as regalias e decisões autoritárias que vem tomando, prejudicando diretamente o povo brasileiro de uma forma generalizada, do gari até o intelectual poliglota, visto que a “blindagem”, palavra tão usada atualmente, é forte e se fortalece cada vez mais, visto que aqueles que estão no poder tem carta branca para manter o poder, portanto, não há previsão de mudanças nesse sentido.
 
Estamos diante de uma espiral e você sabe que uma espiral é infinita. Eis o problema. Um bom exemplo disto, se dá quando da ocorrência da instalação de CPI’s, (coisa que nem sei mais o que significa e qual serventia possui) que tem em sua composição sempre aqueles que atuam em favor da manutenção do atual poder e daqueles que estão nele. Portanto, não servem para nada, não cumprindo sua função constitucional.

Pior se torna a situação quando nos deparamos, por meio de nossa escassa memória, do tempo que esta tropa está no poder. Para se ter uma idéia, e isso deixou de ser novidade, José Sarney é hoje um dos mais antigos políticos em atividade no país. Alguém fez isso acontecer, nós.

Pelo que vejo, o tempo passou, mas as estratégias, os contatos, as mobilizações, todas internas, permanecem intocadas, fortalecidas pela impunidade, demagogia, hipocrisia e muita, mas muita cara de pau, alimentada esta última com o óleo de peroba da “blindagem”.

Roma era assim, e o Brasil vem sendo a Roma da América Latina. 

Existem outras Romas na América Latina? A resposta é sim, mas a que mais me interessa é a nossa. E aguardem, porque estamos entrando no período em que pão e circo são distribuídos com fartura, o primeiro para alimentar, o segundo para distrair e fazer esquecer.

Cabe a nós, não comermos desse pão e não assistirmos a este circo, pois se assim for, poderá a Roma dos dias de hoje perdurar tanto quanto aquela lendária perdurou no passado.

Texto: Marcelo Ferla  
Edição: Michelle Jefinny

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