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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Os Discípulos que não seguem.



















Os Discípulos que não seguem...


“Foram-lhe, então, apresentadas algumas criancinhas para que pusesse as mãos sobre elas e orasse por elas. Disse-lhes Jesus: “Deixai vir a mim estas criancinhas e não as impeçais, porque o Reino dos céus é para aqueles que se lhes assemelham.”

E, depois de impor-lhes as mãos, continuou seu caminho.”

Mateus 19: 13-15

“Trouxeram-lhe também criancinhas, para que ele as tocasse. Vendo isto, os discípulos as repreendiam. Jesus, porém, chamou-as e disse: Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se parecem com elas. Em verdade vos declaro: quem não receber o reino de Deus como uma criancinha, nele não entrará.”

Lucas 18: 15-17




O significado da palavra discípulo corresponde àquele que recebe instrução (em relação a quem lhe dá), aquele que aprende, o aluno, aquele que segue as doutrinas de outrem, ou seja, aquele que de uma certa forma se entrega a uma determinada disciplina e ao respectivo Mestre desta que, por sua vez, lhe ensina os caminhos, os atalhos, o controle, a doutrina de determinada religião e/ou filosofia de vida desta. Mais não é o que vêm ocorrendo em uma das instituições religiosas mais antigas e conservadoras do mundo.

As passagens bíblicas postas acima mostram que desde sempre, já nos tempos em que o Senhor andava por este mundo, seus ensinamentos ou não eram compreendidos ou não eram seguidos de forma clara e obediente por seus Discípulos, os famosos doze Apóstolos, fato este que atualmente, ao que me parece, também vem ocorrendo, ou melhor, fato este que talvez no decorrer da história da humanidade nunca tenha deixado de ocorrer, sempre nutrido por uma certa arrogância e imponência de quem esteve ou se diz ter estado ao lado do Senhor.

O homem muitas vezes e de muitas formas tenta se aproximar no decorrer dos tempos de uma força sobrenatural, de algo que acredita e que deposita toda a sua fé. No caso dos católicos tais crenças são baseadas em uma história rica e criativa, relatada no livro mais vendido do mundo e que conta a passagem do homem mais conhecido do mundo, o livro a Bíblia, o homem, Jesus Cristo de Nazaré.

Dele foi a intervenção citada lá em cima anteriormente relatada nos livros de Lucas e de Mateus, onde o Messias intervêm nas atitudes de seus discípulos que ao afastarem as crianças que queriam chegar perto do Senhor eram impedidas por estes. Jesus logo determinou que essas deveriam ficar próximas Dele, se aproximar mai Dele, pois a sua pureza era tal que todos deveriam tomar como exemplo a inocência e pureza desses enquanto seres desse mundo.

A Igreja Católica, chamada também de Igreja Católica Romana e Igreja Católica Apostólica Romana, é uma Igreja cristã com aproximadamente dois mil anos, colocada sob a autoridade suprema do Papa, Bispo de Roma e sucessor do apóstolo Pedro.

Seu objetivo é a conversão ao ensinamento e à pessoa de Jesus Cristo em vista do Reino de Deus. Para este fim, ela administra os sacramentos e prega o Evangelho de Jesus Cristo. Atua em programas sociais e instituições em todo o mundo, incluindo escolas, universidades, hospitais e abrigos, bem como administra outras instituições de caridade, que ajudam famílias, pobres, idosos e doentes. Isso realmente é verdade? A igreja enriquece e sempre enriqueceu de forma brutal e desonesta? Isso é outra história, contada em outros capítulos.

Ela elaborou sua doutrina ao longo dos concílios a partir da Bíblia, comentados pelos doutores da Igreja. Ela propõe uma vida espiritual e uma regra de vida aos seus fiéis inspirada no Evangelho e definidas de maneira precisa. Precisa? Tenho minhas dúvidas.

Regida pelo Código de Direito Canônico, ela se compõe, além da sua muita bem conhecida hierarquia ascendente que vai desde o simples diácono ao supremo Papa, de vários movimentos apostólicos, que comportam notadamente as ordens religiosas, os institutos seculares e uma ampla diversidade de organizações e movimentos de leigos.

Ela não pensa como a Igreja dentre outras, mas como a Igreja estabelecida por Deus para salvar todos os homens. Esta idéia é visível logo no seu nome: o termo "católico" significa universal em grego.

Pois bem, eis ai em cima uma breve citação do que a Igreja Católica e seus componentes devem exercer enquanto membros desta instituição religiosa.

Porém, nos esquecemos muitas vezes e tenho a impressão de que os próprios componentes desta instituição religiosa esquecem algo que é muito importante, qual seja, o fato de que não possuem a perfeição divina de seu Mestre, ou seja, são humanos e não divindades acima do bem e do mal e como tais cometem erros, erros estes que muitas vezes são insuportáveis, intoleráveis e que em nada tem haver com a doutrina cristã.

O que quis dizer acima é que Deus, Jesus Cristo ou o Espírito Santo, como queiram os católicos ou mesmo qualquer pessoa em sua sanidade comum, estando dentro de suas atribuições normais, sem estar abalada por nada externo ou interno, não faz, nem permite que seja feito o que leremos adiante.

Lemos a poucos dias em todos os jornais e periódicos a notícia de que um coral de vozes formado por meninos, situado em uma cidade na Irlanda, fora foco de crimes de pedofilia envolvendo os responsáveis pelo coral, religiosos da Igreja Católica e os meninos deste.

Posteriormente, surgira a notícia de que em uma escola coordenada pelo irmão do atual Papa Bento XVI, o reverendo Georg Ratzinger, fora foco de denúncias feitas por pessoas da região, até então silenciosas em sua dor, acerca de crimes de pedofilia e agressões físicas que ocorriam com freqüência assustadora, agressões estas na forma de “tapas” como admitira o próprio Georg, afirmando que estes serviam de lição coletiva contra os supostos atos errôneos cometidos por estas crianças e que tais tapas jamais poderiam ser considerados e/ou igualados a “agressões”. Seu irmão, o Papa assinou embaixo.   

Esses dois acontecimentos, que não são os únicos e que por isso me surpreendem, na medida em que o atraso nas reações adversas a estes por parte das autoridades canônicas é nula, uma vez que acontecem desde sempre e nada até hoje fora feito.

Tais acontecimentos, atualmente, acenderam a fogueira, não da inquisição, mas dos acontecimentos e dos olhos de quem os acompanha, alertando todos que a muito, ou pior, e repito, que desde sempre estes ocorreram dentro das paredes deste império que se comporta de forma atrasada em relação ao mundo ao qual faz parte e que jamais foram reconhecidos por seus regentes mas que agora, numa tentativa desesperada de amenizar as críticas ferozes e inevitáveis sobre um assunto que não pode nem possui mais condições de permanecer nebuloso atrás da fumaça de purificação com incenso que faz parte do culto exercido por seus membros em missas.

Outro aspecto que motiva a negligencia e a omissão da instituição como um todo se refere a preservação de uma série de mandados papais que passaram batidos pelos acontecimentos com seus olhos fechados e com suas costas viradas para este grave problema e, em sendo assim, nada fizeram para sanar o problema visível e sabido por todos que sofreram com isso desde sempre. Ademais o único sinal que se vislumbra para tudo isso parte de atos tímidos e minúsculos diante dos acontecimentos que estão sendo a muito custo dados como verdadeiros, numa clara tentativa de se amenizar a atitude ridícula e conservacionista da Igreja Católica sobre estes atos que não agradam e atiçam a instituição como um todo.

Quanto a lista de acontecimentos já comprovados e levados a justiça dentro de nossos tempos, temos até agora:

Estados Unidos: em 1996, o cardeal Joseph Ratzinger, que veio a se tornar o papa Bento XVI em 2005, não respondeu a cartas vindas de clérigos americanos acusando um padre do Estado do Winsconsin de abusar sexualmente de menores.

O padre Lawrence Murphy, que morreu em 1998, é suspeito de ter abusado de até 200 meninos em uma escola para surdos entre 1950 e 1974. Mais do que isso, foi revelado que dois padres de Boston, Paul Shanley e John Geoghan, estavam envolvidos em casos de abuso nos anos 1990 e foram supostamente acobertados por líderes da Igreja, que os transferiam de paróquia em paróquia. Entre indenizações milionárias para acobertar os casos e milhares de processos ( mais de 500), além de informações concretas, como no caso de matéria vinculada pela revista Veja, Editora abril, edição nº 1982, ano 39, nº 45, de 15 de novembro de 2006, publicou uma reportagem nas páginas 112/114, sobre dois advogados norte-americanos, John Aretakis, de Nova Iorque e Jeff Anderson, de Minnesota, recordistas de clientes vítimas de abusos sexuais, tendo o primeiro patrocinado 250 ações, com indenizações no valor de um milhão de dólares obtidas da Igreja Católica e o segundo patrocinado mil ações, com indenizações no valor de 150 milhões de dólares, também, obtidas da mesma instituição religiosa.

O caso mais famoso foi o do padre Mark Haight, de Albany, que estuprou um menino, diariamente, durante seis anos. Seguem-se os casos do padre James Porter, que molestou 28 crianças e foi condenado em 1993 a 28 anos de prisão, do padre Paul Shanley, que molestou uma menina durante três anos e foi condenado a doze anos de cadeia, do padre John Geoghan, molestador de mais de cem crianças, foi condenado a dez anos de prisão e do padre Rudolph Kos, que molestou onze crianças e a sua diocese pagou indenizações no valor de trinta milhões de dólares às vítimas.  fora elaborado um relatório encomendado pela Igreja em 2004 concluiu que mais de 4 mil padres americanos enfrentaram acusações de abuso sexual nos últimos 50 anos, em casos envolvendo mais de 10 mil crianças - principalmente meninos.  Viva a América!

Alemanha: Desde o início de 2010, pelo menos 300 pessoas acusaram padres católicos da Alemanha de abuso sexual ou físico.  As alegações estão sendo investigadas em 18 das 27 dioceses da Igreja Católica no país natal do papa Bento XVI. Entre as acusações, está o abuso de mais de 170 crianças por padres em escolas jesuítas, além de casos dentro de um coral de meninos dirigido durante 30 anos pelo monsenhor Georg Ratzinger, irmão do papa.

Irlanda: No ano passado, dois documentos que examinaram acusações de pedofilia entre clérigos irlandeses relevaram a profundidade do problema no país, com casos de abuso, acobertamentos e falhas hierárquicas envolvendo milhares de vítimas durante várias décadas. Um dos documentos mostrou que quatro arcebispos de Dublin fizeram vista grossa para casos de abuso ocorridos entre 1975 e 2004. Quatro bispos renunciaram e toda a hierarquia da Igreja irlandesa foi convocada ao Vaticano para depor pessoalmente diante do papa Bento XVI. Em meio a isso, um novo escândalo veio à tona neste mês de março, com a informação de que o chefe da Igreja Católica irlandesa, cardeal Sean Brady, estava presente em reuniões realizadas em 1975, quando crianças fizeram um voto de silêncio sobre reclamações contra um padre pedófilo, Brendan Smyth.

Holanda: Ainda neste mês de março, bispos da Holanda pediram uma investigação independente diante de mais de 200 acusações de abuso sexual de crianças por padres, além de três casos ocorridos entre 1950 e 1970. Inicialmente, as acusações envolviam a escola do mosteiro de Don Rua, no leste da Holanda. O escândalo fez surgir dezenas de novas alegações de supostas vítimas em outras instituições do país.

Itália: Em janeiro de 2009, vários homens deficientes auditivos vieram a público para dizer que foram abusados, quando eram crianças, no Instituto para Surdos Antonio Provolo, na cidade de Verona, entre 1950 e 1980. No fim do ano passado, a agência de notícias Associated Press obteve uma declaração por escrito de 67 ex-alunos da escola nomeando 24 padres e outros religiosos a quem acusavam de abuso sexual, pedofilia e castigos físicos. A diocese de Verona disse que pretendia entrevistar as vítimas, depois de uma solicitação do Vaticano.

Áustria: Acusações independentes de abuso sexual infantil por padres surgiram em várias regiões do país. 
Após um dos escândalos, cinco padres de um mosteiro em Kremsmuesnter foram suspensos. Em Salzburgo, o chefe de um mosteiro local renunciou ao cargo após confessar ter abusado de um menino há 40 anos, quando ele era monge.

Suíça: Uma comissão formada pela Conferência dos Bispos da Suíça em 2002 vem investigando acusações de abuso envolvendo religiosos do país. Este mês, um membro da comissão, o abade Martin Werlen, disse em uma entrevista que cerca de 60 pessoas fizeram acusações sobre casos que teriam ocorrido nos últimos 15 anos. Um padre do cantão de Thurgau foi preso no último dia 19 sob suspeita de abuso sexual de crianças.

Diante de todos esses acontecimentos me pergunto como é possível tal distorção tão grosseira da palavra do Mestre quando exercida por seus mais celebres seguidores?

Muitas coisas vêm sendo ditas por especialistas das mais variadas áreas, para que se compreenda da forma menos pavorosa, se é que isso é possível, os motivos que levam um ser humano a um ato desta natureza.

A bem pouco tempo vi na televisão uma entrevista de um psicanalista da USP, onde este dizia que o fato do celibato, a série de abstenções físicas e materiais as quais os clérigos se submetem, pode sim afetar a questão psíquica de todos que fazem parte desta instituição em maior ou menor grau, dependendo de cada individuo na sua individualidade, fazendo com que estas abstenções estejam no quadro de composição da mente daqueles que praticam estes atos abomináveis. Mas como qualquer questão psíquica não se trata de um caso ou perfil traçado somente por um componente, portanto não tão somente o celibato explica isso.

Outro ponto muito forte na argumentação quando da análise das pessoas que apresentam esse tipo perfil e que cometem tais atos e que sempre vem à tona, trata do fato de estas pessoas já terem sofrido, antes ou durante sua vida religiosa, abusos sexuais em suas vidas, talvez no que pode ser definido como um “fenômeno em efeito cascata”, desde que levemos em consideração que boa parte destas pessoas começam muito jovens nesse oficio, muitos ou quase todos ainda crianças, nos trazendo assim, a idéia de que estamos novamente diante de algo que se não for analisado e tratado com o rigor e a disciplina que a instituição “Igreja Católica” diz ter, juntamente com a autorização desta da intervenção da lei dos homens, tal fenômeno deste “Efeito Cascata”, deste ciclo vicioso que destrói vidas não terá fim , nem tão pouco será extirpado.

O que deve se entender aqui é que aqueles que andam cometendo tais atos, por terem desde cedo freqüentado e se debruçado perante o estudo canônico, provavelmente se depararam ou fizeram parte direta de tais atos ou viam acontecer ou participavam de forma ativa ou passiva destes. Vale lembrar ainda que não sabemos quando isso começou e não há como se saber quantos criminosos e quantas vitimas de tais atos existem, uma vez que os próprios padres, bispos e por ai afora, podem, os próprios, terem sido em um passado não tão remoto, vítimas desse tipo de abuso no inicio de suas vidas religiosas. Pois eis ai mais uma vez o “Efeito Cascata”, o ciclo vicioso que isso pode ter se tornado.

Tal erro, o de afastar as crianças da religião católica ocorre desde quando os Apóstolos de Cristo não queriam deixar as crianças próximas ao Senhor se aproximar ainda mais deste, como dito lá nas passagens bíblicas no início do texto. Tal afastamento permanece ocorrendo hoje de uma forma mutante em relação àqueles tempos, de uma forma muito mais monstruosa e que em nada se compara ao simples ato de barrar crianças como os primeiros seguidores o fizeram.

Nos dias de hoje se violam corpos e vidas, vidas das vítimas, dos familiares destas vítimas, da sociedade das quais essas fazem parte, da credibilidade de seus fieis na Igreja Católica, ou seja, se um dia se acreditou em algo, hoje essa crença está a perigo, o que por si só já é muito perigoso em se falando da maior religião do mundo em número de seguidores. Ao que nos parece há que se acreditar em Deus e não mais nos homens, o que cá entre nós, não é nenhuma novidade nos dias atuais.

A lição final que se tira disso é que tal assunto, tal fenômeno, não pode cair no esquecimento como uma simples notícia de jornal, o que muito bem pode ocorrer em sendo esta a real vontade da Igreja Católica. 
Quando se tem acontecimentos dessa magnitude e dessa brutalidade essa coisa toda não pode ser esquecida assim, como algo qualquer, deve ser combatida, erradicada para todo o sempre.

Eu apoio isso, não posso me conformar e preciso acreditar que isso tem solução, mesmo não sendo católico. 
E se esses homens, ditos os legítimos representantes de Deus na terra, possuem um pingo de vergonha na cara para melhor representar Ele, que por Ele realmente sejam iluminados e acabem com isso.           

Marcelo Ferla.

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