A retomada do que nunca
parou.
Estou tentando reimplementar
um novo hábito em minha vida.
No que se refere a este
hábito, já o tive em uma intensidade muito maior do que pretendo tê-lo, mas
confesso que agora, atualmente, e já escrevi sobre isto, não consigo postar
mais um texto autoral com facilidade.
No texto que escrevi a respeito
falei sobre os fatores que constroem tal dificuldade.
Na verdade falei sobre a
repetição e concentração ou esforço insistente da mídia como um todo em ser
possuída por assuntos que me sobrecarregam, não me dizem mais respeito de certa
forma, haja vista, eu já ter escrito muito sobre eles, das mais variadas formas.
Os mesmos também não têm
mais atratividade, e tudo isto, por dois simples motivos:
1-
eles ocorrem sempre, diariamente, não é
necessário qualquer esforço para os encontra-los das formas mais estapafúrdias
e
2-
eles são meios de elevação de curtidas,
audiência, likes, comentários, etc.
Falo do sensacionalismo,
da violência escrachada divulgada sem filtro, da apelação que os meios de mídia
utilizam alimentando vampiros moribundos intelectualmente com mais e mais
sangue nas notícias que envolvem este assunto.
A sede só aumenta, é um vírus,
um vício.
Como diz o historiador
Leandro Karnal, um de meus mentores:
"Somos ovelhas que agradecem quando a
ovelha que é abocanhada pelo lobo é aquela que está ao nosso lado e não nós.
Gostamos quando é com os
outros, pois temos a certeza de que não foi conosco ou com um dos nossos.
Ao pararmos ou reduzirmos a velocidade do caro para ver o acidente com vítimas, o fazemos para ter a certeza de que não é nada conosco."
Não que não devamos saber
como cidadãos sobre o assunto e sobre um país que vem se demonstrando
absurdamente violento das mais variadas formas, via racismo, via preconceitos,
homofobia, passionalidade, ignorância, etc.
A violência já foi um
nicho muito rentável para mim e para o blog, não no sentido financeiro, eis que
meu blog não é seguido por multidões que enchem vários estádios de futebol, nem
tão pouco ganho algo em relação ao que posto ou o quanto posto.
Meu blog é um diário
aberto, no sentido de eu postar materiais, os quais me interessam quando os
leio ou vejo, bem como, por eu escrever, quando consigo, sobre algo que sinto a
necessidade de externar.
Gosto de ser ou de forma
pretensiosa me sentir uma espécie de filtro para aqueles que não têm muito
tempo para a absorção de informações dos mais variados assuntos, também gosto
de escrever, apesar de achar que escrevo mal, sobre algo que faça com que as
pessoas saiam da sua zona de conforto, que por sinal é outra característica
perigosa que a mídia embuti em nossas cabeças sem que sintamos o ocorrido, tudo
por meio de matérias prontas e filtradas por ou a quem interessar e da forma que estes querem aquilo chegue até nós, ou
seja, algo que é absurdamente cômodo e confortável para nosso raciocínio.
Sim, digo isto, porque o
ato de pensar, refletir, divergir, olhar por todos os ângulos possíveis
atravessando a linha comum que a mídia apresenta, trata-se de atividade mental muito
cansativa e que pouquíssimos o fazem.
Trata-se tal atividade no ato
mental de detectar os pormenores de um texto pré-determinado, com intenções
pré-estabelecidas, implícitas, e com o intuito de formar o seu pseudointelecto,
aliás, pior do que isto, fazer com que você se sinta absurdamente bem informado
com um simples texto de jornal ou uma matéria sintética de um telejornal, enquanto,
na verdade, você está se pondo na vala rasa e comum daqueles que se conformam
com o que vende, com o pronto, com o não esforço mental da interpretação e da
crítica textual, e tragédia vende muito através deste mecanismo.
Sou igualmente repetitivo ao
dizer que não procuro me tornar famoso por meio de meu blog e minhas opiniões
pessoais, não através de assuntos apelativos, sensacionalistas e absurdamente
baseados em uma mídia podre, marrom.
Sou inquieto, gosto de fuçar.
Estarei me propondo, mesmo
que de forma breve, a escrever um texto autoral por semana, seja lá qual for o
assunto, já que muitos leitores não sabem, talvez os mais atentos saibam e
notem a diferença de que muitos textos introdutórios ou opiniões ao final do material que
postei são escritos por mim, logo é um pouco exagerado de minha parte dizer que
a muito não escrevo.
Digo desta forma, no
sentido de escrever um texto de cabo a rabo, totalmente meu.
Como sempre, agradeço a
todos que continuam me seguindo, simplesmente, por esta tentativa que sequer
sei se vem sendo eficaz, como o que estou escrevendo aqui, agora.
Espero que sim e espero
que leiam e despertem do sono da mídia comum para, a partir disto, se tornarem
pessoas mais bem informadas, mas principalmente, que após a leitura do post (
material ou texto), reflitam sobre o que leram ou viram e saiam com suas
próprias opiniões, não necessariamente concordando comigo.
Dito isto, vamos ao trabalho
e espero que gostem.
Texto: Marcelo Ferla
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