ENQUANTO BRASIL TEM ESCOLA
DE PRINCESAS, CHILE DÁ CURSO DE DESPRINCESAMENTO.
Camila
Luz
A Escola de Princesas,
instituição mineira que ministra aulas de etiqueta, culinária e organização da
casa, bombou na internet recentemente.
Mas no mau sentido.
Foi criticada por
reforçar estereótipos de gênero e ensinar valores que conectam mulheres a
responsabilidades domésticas.
A instituição foi fundada
pela pedagoga Nathalia de Mesquita e já existe em Belo Horizonte, Uberaba e
Uberlândia.
São Paulo também deve ganhar uma unidade, comandada pela
apresentadora de TV Silvia Abravanel.
Segundo o site oficial, o
curso de princesa é voltado para meninas de quatro a 15 anos e ensina a arrumar
o cabelo, passar maquiagem, cuidar da casa, ter bom comportamento e até a
encontrar o verdadeiro príncipe.
As meninas também aprendem valores como
humildade, solidariedade e bondade.
As aulas acontecem em ambientes onde o
cor-de-rosa predomina.
Escola de princesas
repercute na internet
A Escola de Princesas
ainda ensina sobre “a importância da aparência” e a “resgatar os valores e os
princípios morais do matrimônio”.
Os valores foram bastante criticados no
Twitter:
Aquela™ @semprealimac
Chocante o vídeo da
"Escola de Princesas"! É de uma violência absurda ensinar uma menina
como não desejar ser nada e em pleno século XXI!
4:30 PM - 13 Oct 2016
Esse maravilhoso vídeo foi
relembrado:
|
Quebrando
o Tabu @QuebrandoOTabu
Escola
de princesas? Só se for pra elas ficarem assim! ❤️
1:12
PM - 16 Oct 2016
|
Escola de
“desprincesamento”
Enquanto isso, o
Escritório de Proteção de Direitos da Infância da cidade de Iquique, no norte
do Chile, tem um curso que pode interessar a quem criticou a Escola de
Princesas: o seminário de “desprincesamento” (“Taller de “Desprincesamiento”).
Segundo reportagem
publicada pelo site El Salvador em março deste ano, o seminário ensina que a
meta de uma mulher não deve ser só conquistar o príncipe encantado.
A atividade é voltada para meninas de nove a
15 anos de idade e é realizada na Casa da Cultura de Iquique.
Inclui
artesanato, canções e discussões para as meninas refletirem sobre o conceito de
ser uma mulher, beleza e felicidade.
“Nem Barbie, Cinderela ou
Branca de Neve.
Os modelos de mulheres que tentam inspirar o workshop são mais
parecidos com o de Beatrix Kidd em Kill Bill ou com a cientista Marie
Curie“, relata o site La Voz.
O objetivo
é questionar ideias legitimadas por contos de fada e filmes clássicos da
Disney.
Segundo o coordenador da
Oficina de Proteção de Direito, Yury Bustamante, espera-se abrir espaços de
discussão com as meninas sobre desigualdade de gênero, trazendo elementos que
elas possam identificar de acordo com a idade e incorporar na construção de
suas identidades.
“Buscamos dar a elas
ferramentas para que cresçam como meninas livres de preconceitos, empoderadas e
com a convicção de que são capazes de mudar o mundo, e que não precisam de um
homem do lado para isso”, disse, ao El Salvador.
Você gostaria de colocar a
sua filha em uma Escola de Princesas, ou no workshop chileno de
“desprincesamento”?
Deixe a sua opinião.
post: Marcelo Ferla
texto: Camila Luz
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