Retratos de Identificação
será exibido em 30 de janeiro na 18ª Mostra de Cinema de Tiradentes.
Documentário
sobre sobreviventes da ditadura que contam suas histórias quando se deparam com
fotos tiradas pela polícia e por militares tem sessão às 14h30, no Cine Teatro
SESI.
Durante a ditadura, os
presos políticos eram fotografados em diferentes situações: investigações, atos
de prisão, tortura, exames de corpo de delito, processos de banimento,
inquéritos e necropsias. Esses retratos de identificação policial, produzidos
com o objetivo de controle dos prisioneiros, ressurgem agora em Retratos de
Identificação, de Anita Leandro, como provas de crimes e atos violentos
perpetrados pelas Forças Armadas e pela Polícia Civil.
Resultado de quatro anos
de pesquisa junto aos arquivos públicos, o documentário será exibido na sessão
Cine Debate da 18ª Mostra de Cinema de Tiradentes, em 30 de janeiro, às 14h30,
no Cine Teatro SESI. O filme traz à tona um conjunto importante de documentos
textuais e iconográficos, até então desconhecidos, da história da ditadura
militar.
A documentação mostrada no
filme refere-se, especificamente, à prisão de quatro pessoas, todas
barbaramente torturadas. No filme, os dois únicos sobreviventes desse grupo se
deparam, pela primeira vez, com documentos e fotografias relativos a esses
acontecimentos.
Antônio Roberto Espinosa,
na época comandante da organização VAR-Palmares, conta como foi sua prisão ao
lado de Maria Auxiliadora Lara Barcellos e Chael Schreier, e testemunha sobre o
assassinato de Schreier. Reinaldo Guarany, do grupo tático armado ALN, relembra
sua saída do território nacional em 13 de janeiro de 1971, em troca da vida do
embaixador suíço Giovanni Bucher; a vida no exílio, sem documentos, e o
suicídio de Maria Auxiliadora Lara Barcellos, com quem vivia na época em
Berlim.
Alguns documentos
revelados pelo filme, como as fotos de Chael Schreier, comprovam que ele não
foi ferido em combate na noite da prisão, como pretende um documento forjado
por um de seus torturadores, o capitão Celso Lauria.
As fotografias,
provenientes dos acervos de diferentes agências de repressão, como o DOPS da
Guanabara e o Serviço Nacional de Informação, encontram-se, hoje, sob a guarda
do Arquivo Estadual do Rio de Janeiro, Arquivo Nacional e Superior Tribunal
Militar.
Documentarista e professora
de cinema na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Anita Leandro deu aulas,
por 6 anos, na Université Bordeaux 3, onde coordenou o master profissional
"Realização de documentários e valorização dos arquivos". Realizou
diversos documentários e instalações audiovisuais. Sua pesquisa em torno dos
acervos fotográficos das agências de repressão deu origem ao filme Retratos de
identificação e às instalações sonoras da exposição Arquivos da ditadura
(Centro Cultural Justiça Federal do Rio Janeiro, agosto-setembro de 2014).
Retratos de Identificação
Documentário, Brasil,
2014, cor, 71min
Realização: Anita Leandro
/ UFRJ / Comissão de Anistia do Ministério da Justiça (Projeto Marcas da
Memória)
Direção: Anita Leandro
Imagem: Marcelo Brito
Som Direto: Alexandre
Nascimento
Edição e Tratamento das
Fotografias: Marta Leandro
Montagem: Anita Leandro
Corte final: Joana Collier
e Isabel Castro
Videografismo: Guilherme
Hoffmann
Criação Sonora e Mixagem:
Edson Secco
Produção: Anita Leandro
Produção de Finalização:
Amanda Moleta e Pojó Filmes
Assistente de Produção:
Maíra Bosi
Finalização: Link Digital
post: Marcelo Ferla
fonte: F&M Procultura
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