Durante um tempo cheguei a
iniciar a coleta de material para escrever um texto sobre a saga iniciada por Bradley
Manning, o militar que se vestiu de mulher para tentar se livrar de uma pena
severa por ter sido considerado culpado em julho deste ano por roubar cerca de
750 mil documentos confidenciais e vídeos do Departamento de Estado e das
Forças Armadas americanas, com detalhes das ações da diplomacia americana e das
operações nas guerras do Iraque e do Afeganistão. Depois disto veio Snowden que
revoltado com tanta barbaridade do chamado "síndico do mundo"
entregou, igualmente, uma penca de documentos que deixaram o mundo em choque, o
que de certa forma não entendo, tenho dificuldade nesta parte, eis que o mundo
todo se assustou com um ato que é exercido desde sempre pelos EUA e que só fora
mais uma vez confirmado por Bradley e Snowden, o fato de que os EUA olha pelo
buraco da fechadura do restante do mundo. Achei que seria difícil escrever
sobre isso, não andava inspirado na época e deixei de lado, já que a imprensa
estava dando conta de criar e publicar milhares de análises e teorias a
respeito, causando uma confusão talvez proposital, talvez não. A mídia é
perigosa, sempre foi.
O que vale nisto tudo é
que aquilo que parecia história de cinema americano se tornou realidade. Aqui no
Brasil, também atingido pela gana americana, mais especificamente por petróleo,
e até ai nenhuma novidade, desde que não nos invadam e não extermine nosso povo,
a exemplo do que fizeram na cara dura com a invasão do Kuwait e depois do
Iraque e por ai vai, sempre atrás do ouro negro que hoje também possuímos em
uma proporção mais interessante.
Esse ato demonstrou que
eles se demonstram interessados nos índios aqui, situação esta que somada a
e-mail de Dilma invadido, Petrobrás arrombada em suas informações sigilosas,
pré sal na mira dos caras, gerasse como resultado final a indignação da líder
de nosso país, e aqui um ponto importante a ser analisado. Essa revolta, a
princípio válida e fundada, pode ser interpretada, ora como uma tentativa de
demonstração de autoridade firme perante o gigante mundial, não mais tão
gigante assim, para com isso, comprovar que o nosso povo não foge a luta e que jogamos
para valer quando a bola rola, e com isso, tal ato ser mais uma eficaz
propaganda eleitoreira que trará como resultado final a premiação tão desejada
de se reeleger, ora se trataria de algo mais ingênuo e leve, ou seja, tão
somente a exigência de respeito perante uma nação soberana untada com pura revolta
diplomática que sequer consegue retirar torcedores injustamente presos da
Bolívia, lá os deixando a perder de vista? Paradoxal, mas bem simples de se
entender. Primeiro o poder, depois o povo.
Como somos relativamente
embrionários no que se refere a jogos de espiões, e como ainda pagamos muito
pau para os Gi Joe’s, fico com a segunda opção, Dilma presidente reeleita. Mais
ou menos assim, sejamos duros com a maior potência do mundo, eis que somos uma
economia emergente que será uma futura potência de analfabetos e estaremos no
poder por mais quatro anos, não nos rebaixaremos a ninguém, somos um povo forte,
de futuro gigantesco, votem em mim e lhes provarei isto, já os enfrentei uma
vez e não deixarei eles mandarem em nós. Muito bonito como discurso de palanque
e bem eficiente para os menos avisados.
A questão é que as
desconfianças são muitas e sendo o assunto minado por teorias das mais
estapafúrdias para que se crie em torno disto a eficiente confusão mental do
povo, na duvida vamos de Dilma, aquela que não se rendeu ao “síndico do mundo”
ou uau, nossa presidente é faca na bota mesmo, foi lá e encarou o dono do
mundo, nem sequer falou e olhou direito para ele na convenção de São
Petersburgo e ainda disse que não iria a seu encontro lhe visitar, nossa,
quanto poder, que fibra, que coragem, que exemplo de desenvoltura e mostra de
segurança e firmeza.
Mas como sempre, há que se
esperar e ver se o Itamaraty tem café no bule para proteger, juntamente com a
nossa presidente da Petrobrás, já assediada como a best of the best do mundo
dos negócios, título concedido a ela semana passada, vejam vocês, por revista
deles, faça jus realmente a indicação, caso contrário se trata, como acho, de
um amaciante de carnes jogado numa bela peça de picanha a ser depois degustada
ou, igualmente, um petisco para uma cachorrinha já adestrada que adora guloseimas
e balança o rabo facilmente quando agradada com quase nada depois de obedecer
ao comando do adestrador, eis que é vaidosa, adora poder é importante e adorou
o mimo.
Que a merda toda venham de
encontro ao ventilador e que, em respingando em nós, seja jogada de volta, o
que acho bem difícil, estou descrente quanto a isto, mais ainda quando me
recordo que somos órfãos de colonizados e que na Amazônia eles tem laboratórios
mil que produzem remédios advindos das plantas que nossos índios conhecem tão
bem, mas que depois de industrializadas, não estão disponíveis em nossos postos
de saúde. Ah Brasil, meu Brasil cada vez mais brasileiro.
Marcelo Ferla
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe sua opinião.