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domingo, 5 de março de 2017

Rubem Alves.



"(...) as mulheres são as primeiras a falar sobre o tamanho enorme do seu desejo. 'Para o meu desejo, o mar é gota' diz Adélia. (...)
Aí os homens começam a ter medo do desejo da mulher. 
'Melhor uma mulher sem desejo. 
Pois se ela não tiver desejo, não passarei pela humilhação de não satisfazê-lo'. 
Por isso os homens de gerações passadas queriam noivas virgens, não por razões religiosas de pureza, mas para impedir a possibilidade da comparação.
O homem não suporta imaginar que o desejo de sua amada, que ele não consegue satisfazer, possa ser satisfeito por outro. 
Daí o terror da infidelidade da mulher. 
Não, não se enganem. 
A ferida não é ficar sem ela, a dor não é a perda dela. 
A dor maior, insuportável, é narcísica. 
Pois 'ao me ser infiel e me abandonar ela está proclamando aos quatro ventos a minha incapacidade de satisfazer o seu desejo: ela revela o segredo da minha incompetência'.
O que vai ser insuportável para o homem não é a ausência da mulher, mas os olhares dos seus pares, homens. 
A identidade sexual também se define, 'homossexualmente', pela confirmação dos outros do mesmo sexo. 
'A minha masculinidade deve ser reconhecida não só pela mulher como também pelos meus pares'. 
Saunas não deixam de ser santuários de reconhecimentos. 
Mas se a mulher não tiver desejo, o homem estará protegido deste horrível perigo metafísico.
A virgindade, a ablação do clitóris praticada por certas tribos africanas, a indiferença sexual e, no seu ponto extremo, o crime de amor são formas de possuir a mulher através da destruição do seu desejo. 
'Uma mulher sem desejo será sempre minha'. (...)"
(Rubem Alves)

post: Marcelo Ferla
fonte: Nani Nascimento 

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