Vaticano abre arquivos
sobre ditadura argentina.
São
três mil cartas que serão disponibilizadas em breve.
O Vaticano e a Conferência
Episcopal Argentina anunciaram nesta terça-feira (25) que terminaram o processo
de organização e digitalização dos arquivos do período da ditadura militar na
Argentina conservados pela instituição católica.
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Foto:
Getty Images
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Em um comunicado conjunto,
as duas entidades informaram como será feito o acesso dos interessados nos
documentos.
"Com base em um protocolo que será estabelecido em breve,
poderão consultar os relativos documentos as vítimas e os familiares diretos
dos desaparecidos e detidos e religiosos e seus superiores", informaram.
A nota ainda informou que
o processo foi realizado "em conformidade com as decisões e as indicações
do Santo Padre e representa o fim de um trabalho iniciado há anos pela
Conferência Episcopal Argentina".
O documento também ressalta que o
trabalho "é um serviço à verdade, à justiça e à paz, continuando com o
diálogo aberto para a cultura do encontro".
De acordo com informações
divulgadas pelo arcebispo de Buenos Aires, cardeal Mario Aurelio Poli, são
cerca de três mil cartas escritas entre os anos de 1976 e 1983 que foram
conservadas pela Conferência.
"Trata-se, na maior
parte, de cartas dos familiares, sendo algumas com respostas a tais
solicitações, com as comunicações que se faziam ao governo [..] manifestando
preocupações e pedindo pelas pessoas", disse Poli em coletiva de imprensa
em Buenos Aires.
Segundo o religioso, a
etapa anunciada representa a conclusão dos trabalhos desenvolvido pelo
Episcopado e "aprofundado em novembro de 2012, promovido então pelo
cardeal Jorge Bergoglio".
Depois que foi eleito
Papa, Francisco quis levar o trabalho adiante com a ajuda de outros organismos
da Santa Sé.
"A Igreja não teme os
arquivos porque eles conservam uma verdade histórica. Um serviço à
Pátria", disse ainda o cardeal Poli.
post: Marcelo Ferla
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