Simpático ao PT, diz que o partido é vítima de perseguição e que, mesmo que haja provas de pilhagem na Petrobras, o impeachment não se sustenta por ausência de base jurídica.
Como avalia a decisão de Cunha em aceitar o impeachment no dia em que o PT decidiu votar contra ele no Conselho de Ética?
Examinei atentamente a Constituição, a legislação, e os argumentos dos que propuseram o impeachment, e cheguei à conclusão de que não há qualquer consistência jurídica. Esse processo é apenas um jogo político.
É assim que classifico a decisão do presidente Eduardo Cunha.
Ele está sendo fortemente pressionado, há dentro da Câmara um movimento muito forte contra o seu procedimento antiético e, por isso, propondo a cassação do seu mandato. Numa tentativa desesperada, ele faz jogo para tentar forçar uma negociação.
Quais as consequências para o país?
É apenas uma tentativa de se proteger. Há um grande risco de que a maioria dos deputados decida pela cassação do mandato do Eduardo Cunha.
Ele, não tendo outro caminho, apela à chantagem.
O senhor acredita que é uma vingança do Cunha ou tentativa de barganhar?
Ele diria que concorda com o arquivamento do pedido do impeachment e vocês (PT) não pedem a minha cassação.
É isso que ele tenta negociar.
Há riscos para a democracia e sociedade?
Estou tranquilo de que a nossa ordem democrática não corre risco porque é um processo sem consistência, não vai ter desdobramento sério.
No meio de uma severa crise econômica, da tentativa de emplacar um duro ajuste fiscal e com a base esfacelada no Congresso, o impeachment poderá paralisar o país e agravar o quadro?
É apenas uma discussão superficial, uma encenação, um teatro, não vai ter consequência.
O saque de bilhões da Petrobras, que abasteceu o caixa do PT e dos seus aliados, não é motivo suficiente para um impeachment?
E os recursos desviados da Petrobras e repassados às campanhas do PT, como se fossem doações oficiais, não caracterizam crime eleitoral?
A Constituição diz que, depois da diplomação, não há mais como questionar o mandato.
E a Dilma já foi diplomada há muito mais do que 15 dias.
Fez isso para maquiar um superávit primário. Há previsão legal sobre a irregularidade deste ato.
Não houve o mínimo prejuízo para o patrimônio brasileiro.
Então, para o senhor, mesmo que exista prova definitiva de corrupção, como no caso da Petrobras, não serve como base para o impeachment?
E nenhum desses atos caracteriza isso.
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