Artigo: Todo mundo quer
"direitos iguais", mas estamos preparados para eles?
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Por Dolores Affonso
Todos os dias escuto que
os direitos são iguais, homens e mulheres, negros e brancos, idosos e jovens,
cristãos e muçulmanos e assim por diante. O mesmo ocorre com os deficientes.
Todos os dias lutam por seus direitos, pela igualdade, pela inclusão, mas será
que estão preparados para isso? Para ter “direitos iguais”?
Você pode estar se
perguntando o que quero dizer com isso. Logo irá entender!
Mas acredite: a
grande maioria não está preparada para os “direitos iguais”.
Levando em conta
que, mesmo os direitos sendo iguais, as oportunidades oferecidas às “minorias”
ainda estão muito aquém da igualdade; e que mulheres, negros e tantos outros
grupos excluídos, esquecidos ou renegados continuam sofrendo com a
desigualdade, é importante estarmos preparados, seja para a “igualdade
desigual” que vivemos, seja para a igualdade verdadeira que ainda é uma utopia
no Brasil e em muitos países pelo mundo.
Quiçá em todo o planeta!
Vejamos: negros continuam
recebendo um salário menor que brancos, assim como menos promoções e ocupando
menos posições de chefia ou destaque. Mulheres, a mesma coisa. Se forem negras,
menos ainda.
Se, além disso, forem deficientes, a situação fica ainda pior!
Bom, isso foi só para nos
lembrar da realidade da “igualdade” em nosso país. Mas se ela realmente
acontecesse... se tornasse realidade, você estaria preparado? Nós todos
estaríamos preparados para abrir mão de determinadas “coisas”?
Pense bem:
algumas mulheres estariam prontas para abrir mão de um marido que as
“sustente”? Alguns homens estariam preparados para abrir mão da sua posição de
“provedor” e “marido” cuidado pela esposa, para assumir o papel de parceiro nos
cuidados da casa, na educação dos filhos, como muitas mulheres assumiram a
posição de coprovedoras no sustento da família ou até mesmo a posição de
provedoras? Alguns negros estariam dispostos a abrir mão de declarar o “orgulho
de ser negro” ou de compreender que, se possuem este direito, o mesmo deveria
ser concedido aos brancos? Ou seja, se é considerado preconceito um branco andar
com uma camiseta “orgulho branco”, “raça branca” etc. por que para o negro não?
São apenas alguns exemplos
de situações e “coisas” que precisaríamos abrir mão para que os direitos fossem
realmente aplicados de forma igualitária.
E os deficientes? Estão
preparados para não serem mais os coitadinhos que todos precisam ajudar? Que o
governo precisa “sustentar”? Será que estão prontos para assumir postos de
trabalho como qualquer outra pessoa? Estão capacitados pessoal, profissional e
emocionalmente?
Claro que muitos vão
dizer: mas as cidades não estão preparadas... não possuem as mínimas condições
de acessibilidade e usabilidade! As empresas não estão preparadas para nos
receber! Sim, é verdade!
Mas neste mundo hipotético
em que os direitos são iguais, a acessibilidade também seria uma realidade.
Sendo assim, pense, se o mundo estivesse preparado para você, você estaria
preparado para o mundo? Sem medo de viver, de cuidar de si, de buscar os seus
sonhos? Você estaria apto a utilizar as tecnologias e ferramentas existentes?
Teria capacidade de interagir com as pessoas?
Você diz que as pessoas
não sabem se comunicar com um cego ou surdo, mas você sabe? Se você é cego,
aprendeu Libras tátil para se comunicar com surdos? Você, surdo, aprendeu
braille para se comunicar com um cego? Se sua resposta foi não para algumas
dessas perguntas, então não está preparado para um futuro de direitos iguais!
Pense nisso!
Para se preparar não é
fácil, verdade, mas é possível.
Coaching, cursos, capacitação, orientação,
terapia etc. estão disponíveis, seja na rede pública, seja por empresas, ONGs
ou profissionais que, assim como eu, buscam promover a autonomia das pessoas
com deficiência em todos os níveis e setores da vida.
Prepare-se! Esteja pronto
para o mundo em que você sonha viver!
Dolores Affonso
Dolores Affonso é coach,
palestrante, consultora, designer instrucional e professora. Ajuda pessoas a
superarem suas deficiências e limitações, alcançando autonomia, liberdade e
sucesso para viverem uma vida plena.
Especialista em Marketing
pela FGV e em Design Instrucional para EaD pela FACEL, é graduada em
Administração de Empresas e pós-graduanda em Educação Especial pela UCDB.
Diretora Executiva da Affonso & Araujo Consultoria, desenvolve e ministra
cursos, disciplinas e consultorias em Marketing e Empreendedorismo Digital, RH,
Design Instrucional, Acessibilidade, Novas tecnologias e Inclusão para diversas
empresas. É membro da ANATED - Associação Nacional dos Tutores da Educação a
Distância, da ABRADI - Associação Brasileira de Desenho Instrucional e do
Programa Rompendo Barreiras da Uerj.
post: Marcelo Ferla
fonte: RZT Comunicação
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