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quinta-feira, 26 de junho de 2014

Homens admiráveis.


Confira uma entrevista com Alexandre Beck, autor de Armandinho.

Personagem das tirinhas faz sucesso no Facebook com humor e inocência, convidando leitores a refletir sobre a vida.
Thiago Neres

Ele é pequeno e inocente. E, talvez por ser criança, enxerga o mundo de uma outra forma. Mas não é para ser subestimado. Armandinho é protagonista de tirinhas divulgadas, principalmente, via Facebook. E tem cerca de 225 mil curtidores em sua página oficial, criada no final do ano passado.
É por meio desse perfil que as conversas do menino - geralmente com adultos - são divulgadas. Além do humor, elas deixam o convite à reflexão. O personagem de quadrinhos que tem um sapo de estimação é fruto da mente criativa de Alexandre Beck, 41 anos, catarinense de Florianópolis.
Desde que concluiu o ensino médio, Beck passou pelas faculdades de agronomia, publicidade e jornalismo. Uma busca por encontrar a si mesmo que contrasta com a certeza absoluta da sua vida: a paixão por desenhar.

Seu primeiro curso numa universidade foi agronomia. Por quê?
Eu gostava muito de meio ambiente e bichos, tanto que vivia trazendo animais para casa. Levava gato, cachorro, rato, porquinho da índia, coelho e até sapo. Gostava de desenhar esses bichos, mas achava legal biologia e falaram que agronomia tinha futuro, então fiz.
Você falou que levava sapos para casa. É daí que vem o sapo do Armandinho?
Na verdade nunca parei para pensar nesta hipótese. Realmente existe uma história de como ele escolheu o sapo que pouca gente conhece. Talvez eu trabalhe isso melhor no livro.
Já tem previsão para lançar o livro?
Ainda estou vendo alguns ajustes, mas a intenção é que saia neste ano, no segundo semestre, com histórias inéditas e outras já conhecidas. 
Quando começou a fazer tirinhas?
Eu também estudei publicidade. Quando acabei, em 2000, o jornal Diário Catarinense estava precisando de ilustrador e fui por hobby. Dois anos depois apareceu uma vaga para fazer tirinhas e criei personagens. Alguns eram baseados em amigos meus. Eu ocupava a metade de um dia fazendo. Geralmente faço os esboços à mão e uso o computador para vetorizar e colorir. Saí do jornal em 2005 e voltei em 2009. 

Certo dia, um ano depois, pediram três tirinhas para uma matéria sobre economia onde os pais conversavam com as crianças. Assim surgiu o Armandinho.
De onde veio a escolha do nome?
Foi um concurso. As pessoas sugeriram nomes e deram a justificativa. Armandinho, segundo o leitor que venceu, é porque ele sempre está armando algo.
Por que só vemos as pernas dos pais?
Não foi algo planejado, mas que funcionou e eu gostei muito. Levava o dia quase inteiro para pensar numa tirinha, fazer o rascunho, vetorizar e colorir. Então me pediram três e eu precisei correr. Só fiz as pernas.

Acabou que hoje eu prefiro assim. Muita gente pede para ver o rosto dos pais do Armandinho, mas eu acho que o importante é mostrar a essência da pessoa e não cor, tamanho e aparência.
Por que a cabeça do Armandinho é tão grande e o corpo dele tão fininho?
Meus outros personagens tinham uma proporção mais equilibrada. Uma vez estava conversando com uma colega e comentando que precisava desenhar alguns alguns personagens da cintura para cima para mostrar bem as expressões. Funcionava, mas eu não estava satisfeito. Então ela deu a ideia e tentei fazer com proporções diferentes. Gostei do resultado. Também acho que personagem de tirinha precisa ser compacto.
Você tem filhos? Eles gostam de desenhar?
Minha filha mais nova tem dez anos, é a Fernanda. Ela gosta muito de desenhar pessoas patinando e bichos. Parece comigo quando era criança. Por isso dei a ela um porquinho da índia quando fez cinco anos. A Fê, que aparece nas tirinhas, é inspirada nela. Tenho outro filho, com 18 anos, que gosta mais de tecnologia e engenharia mecânica. Criei um personagem chamado Guto, o apelido dele, que foi usado em materiais educativos nas escolas de Florianópolis.
Você também fez uma tirinha sobre o incêndio da boate Kiss. Como foi o processo criativo?
Eu tinha me mudado para Santa Maria. No dia, acordei e vi algo na televisão sobre um incêndio, só que não sabia o que era. Então meu pai telefonou e perguntou se meu filho estava em casa e bem. Aí contou a história.

O que eu tinha visto na TV era o incêndio na boate Kiss. Minha esposa é professora e perdeu alunos lá. Filhos de vizinhos também morreram. Foi um dia longo e triste. As pessoas daqui estão sofrendo muito até hoje. Mas quando caiu a noite, veio uma lua cheia linda e um céu estrelado. Fiz a tirinha e publiquei no Facebook. Não foi para o jornal. Era um desabafo nosso.



Marcelo Ferla
fonte: diário de pernambuco        
       

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