A estátua do Gaúcho Oriental amanheceu com os lábios
pintados de vermelho e as maçãs do rosto coloridas em lilás neste 20 de
Setembro. Se é um ato de protesto, simples vandalismo ou uma intervenção
artística, não se sabe. Os maquiadores do monumento situado no Parque da
Redenção não deixaram pistas.
Junto à Avenida João Pessoa, próximo ao viaduto
Imperatriz Leopoldina, o Gaúcho Oriental já havia tido os dedos e depois a mão
inteira arrancada por vândalos em 2008. Confeccionada em tamanho real e fundida
em bronze, a estátua foi um presente da comunidade uruguaia, em janeiro de
1935, como homenagem à comemoração do Centenário Farroupilha. De autoria do
uruguaio Frederico Escalada, a obra possui uma réplica em uma praça de
Montevidéu.
Para Leo Antonio Bulling, supervisor de Praças, Parques
e Jardins da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), o vandalismo que
ocorre nos espaços públicos da cidade é muito grande, e o Parque da Redenção é
bastante sujeito a atos de vândalos:
— Ali é muito
frequente a pichação e o furto de placas e bustos de monumentos. Estamos
tomando as devidas providências e limparemos a estátua.
Blog: Independentemente de ser, na melhor das hipóteses, tal ato tratado como movimento artístico de revolta ou seja lá o que for, este ato demonstra e desmascara essa demagoga máxima de que nós gaúchos somos um dos povos mais politizados, polidos, europeus e blá, blá, bla do país. Só demonstra sim um ato destes duas coisas que já acontecem a muito em todo o país e, na minha visão em uma intensidade muito grande e com forte frequência aqui na capital gaúcha.
Os gaúchos são tão vândalos, baderneiros, desocupados e despreocupados quanto o restante dos brasileiros que por omissão se tornam coautores de atos desta natureza. Há que se entender que vivemos em um tempo em que se não brigarmos pelo que queremos as coisas só piorarão, e como não brigamos, eis que temos mais o que fazer do que cuidar de estátuas de mortos, fica evidenciado em atos como estes que somos um país de colonizados e, por fim, de que realmente e infelizmente somos um país sem memória histórica, fato que se dá através do mesmo desinteresse das autoridades para com a preservação de nosso patrimônio cultural como um todo, bem como pela declaração do supervisor Leo, que finaliza esse quadro de péssimo gosto de forma sublime, se demonstrando em sua declaração mais uma autoridade impotente e de argumentação ridícula diante da ocorrência.
Marcelo Ferla
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe sua opinião.