Britânico conta os
desafios de fotografar prédios abandonados pelo mundo.
MARCELO ALMEIDA
DE SÃO PAULO
O fotógrafo britânico Dan Marbaix, 33, se acostumou desde cedo a explorar lugares desabitados, motivado por uma curiosidade que ele considera natural.
Após começar a trabalhar como vendedor para para uma empresa de tecnologia e se ver obrigado a viajar constantemente, ele começou a se interessar por fotografia e viu que poderia aliar os dois interesses, passando a registrar de asilos a escolas abandonadas, sem preconceitos.
Hoje em dia, ele largou o antigo emprego e foca apenas no que começou como um hobbie, tendo lançado em julho seu primeiro livro, "States of Decay: Urbex New York" --feito em parceria com o fotógrafo Daniel Barter--, que aborda a temática da desolação em alguns Estados norte-americanos, sobretudo Nova York.
"Estive em castelos abandonados e casas senhoriais que passavam a impressão de que as pessoas haviam acabado de se levantar e deixar aqueles locais", diz Marbaix. "Esses tipos de lugares são ótimos para se fotografar, têm um silêncio difícil de se encontrar, te deixam pensar sem que humanos fiquem entrando em seu caminho."
Ele também diz ter uma preferência por grandes espaços, encontrados em pátios industriais, como de estações de energia.
Os prédios abandonados de Dan Marbaix
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Hospital psiquiátrico abandonado no Estado de Nova York (EUA) |
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Pista de boliche no abandonado hospital psiquiátrico no Estado de Nova York (EUA) |
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Resort judaico abandonado no Estado de Nova York (EUA) |
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Resort judaico abandonado no Estado de Nova York (EUA) |
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Escola abandonada no Estado de Nova York (EUA) |
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Sanatório abandonado no Estado de Nova York (EUA) |
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Hospital abandonado na Bélgica |
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Chateau na Bélgica |
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Torre de resfriamento em usina abandonada na Bélgica |
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Chateau na Bélgica |
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Torre de resfriamento na Bélgica |
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Torre de resfriamento em estação abandonada na Bélgica |
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Igreja abandonada na Bélgica |
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Chateau na Bélgica |
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Quartel abandonado na Alemanha |
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Hospital abandonado no Reino Unido |
ARMA NA MÃO
Mas ele relata que a jornada nem sempre é uma caminhada silenciosa registrando vultos do passado.
"Já fui detido várias vezes e questionado pela polícia e por seguranças desconfiados. Uma vez, fui preso sob a mira de uma arma na Itália, mas a maior parte das vezes não se faz queixa porque as pessoas percebem que eu sou um fotógrafo, não um ladrão de metais", diz Marbaix.
Ele explica que usa diferentes métodos para achar o lugar ideal para fotografar. "Pode ser a casa abandonada pela qual você passa todos os dias, uma igreja ou fábrica que esteja fechando e você acaba sabendo pelo jornal local", diz.
"A partir do momento que se aproxima da comunidade de 'exploradores urbanos', você começa a compartilhar informação e conhecer pessoas para explorar sua região, e começa assim."
Existe uma meca dos lugares abandonados? "Eu diria que a Bélgica. Todo lugar na Bélgica é abandonado. Detroit também, mas não é muito seguro, porque invasão é um delito nos Estados Unidos", diz o fotógrafo.
Marbaix diz que a atmosfera solitária desses lugares não o deixa deprimido.
"Geralmente vou com um amigo, Daniel Barter, ou em um pequeno grupo, porque é muito mais seguro do que ir sozinho. Mas eu gosto da solidão desses lugares. Eu costumava trabalhar em Londres, e os prédios abandonados davam um elemento de paz e quietude à minha vida. Alguns são realmente assustadores e depressivos, mas eu me sinto privilegiado por poder documentá-los em fotografias", afirma.
Marcelo Ferla
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