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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Contribuição do leitor.


Hoje entrei em meu facebook e tive uma grata surpresa com a postagem de um texto magnifico de Sammy Lachmann - Cronista de "O Pasquim", feita por Maria Elena Rocafort. Quanto ao jornal, aliás, este deveria existir até hoje, principalmente, neste momento tão deliciado que nosso país vive politicamente, eis que O Pasquim era um jornal de crítica muito inteligênte feitas por intelectuais, jornalistas e personalidades de altíssimo intelecto.

Mas vamos ao que interessa, o magnifico e divertidíssimo texto de Sammy Lachmann. Boa Leitura.

 Circuncisão - memórias de um judeu

Sempre que ouço aquela música do Chico, "ó pedaço de mim, ó pedaço arrancado de mim", me bate uma deprê braba.

Lembro da minha infância e acabo voltando no tempo. Estava eu deitado no meu bercinho, ainda com uma semana de vida, quando começou a chegar gente em casa. Era dia de festa. E festa de judeu lembra muito reunião do PSDB: só tem tucano. Cada nareba que não tem mais tamanho. Mamãe convidou só 30 pessoas, mas como era boca livre, veio judeu de tudo quanto foi canto. Se mamãe cobrasse ingresso, corria o risco de nem o papai aparecer... Não precisa dizer que os presentes não trouxeram presentes. Metade esqueceu em casa e a outra metade disse que não tinha dado tempo de comprar... Coisas da religião.

Cada um que chegava, vinha até o meu bercinho. Quando se abaixavam para me ver mais de perto, virava um autêntico ataque do exército israelense. Contabilizei pelo menos umas 30 narigadas na barriga. Em vez de olharem para os próprios umbigos, vinham olhar pro meu. Acho que era por causa da "faixa de gaze".

De repente, se fez o silêncio. Um ser estranho, trajando um terno preto pra lá de surrado, com barba até a cintura, chapéu e cabelo ponhonhóin dos lados adentrou a sala. Parecia o Capitão Caverna na versão judaica.

Ele veio na minha direção. Tirou um bisturi reluzente. Ficamos frente a frente. Ele, o lobo mau, e eu,o solidéu vermelho. Para que esse nariz tão grande, perguntei. Por uns segundos, cheguei a pensar que mamãe tinha resolvido fazer uma plástica no meu nariz que, com menos de uma semana de vida, já era avantajado. Mas o negócio era mais embaixo. Bem mais embaixo.

Ele tirou a minha fraldinha descartável,que mamãe tinha acabado de lavar,e eu gritei, abri o berreiro: "Tira esse Michael Jackson ortodoxo daqui! Esse comunista judeu quer comer criancinha!!! E no rabino, não vai nada?" Apesar de tanta tecnologia, buááááá não vem com legenda. Não sei por que ainda não inventaram uma tecla SAP para bebês. Parti então para a minha última tentativa: um ataque com armas químicas. Soltei duas bombas de efeito moral: PUM! PUM! Mas o bigode do sujeito cobria o nariz como uma máscara antigases. Ataquei com meus jatos poderosos, mas o xixi não conseguiu furar o bloqueio da barba blindada do velho. Não teve jeito. O Jacozinho virou o Jacozinhozinho.

Vai entender o que esse povo tem na cabeça, além desse chapeuzinho medonho? Em vez de sacrificarem uma galinha como na velha e boa macumba, eles sacrificam o pinto. Cortaram o meu pausówsky, meu penisberg. Ficou só o "cara". O "lho" foi-se. Uma parte de mim estava agora que nem pinto no lixo, literalmente. Depois de circuncidado, passei a entender o porquê daquele muro das lamentações. Eu, pelo menos, lamento até hoje.

Ó pedaço de mim...

Sammy Lachmann - Cronista de "O Pasquim 21"

Um comentário:

  1. adorei as memórias do judeuzinhoooo...meu filho escapou, não casei com judeu!!! e a mãe dele não fará isto...
    Parabéns pela homenagem aos judeus! povo culto, religioso e incrível

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