Reflexos de uma dor
A presidente Dilma Rousseff determinou o fim total do sigilo eterno dos documentos dados como ultrassecretos relacionados ao período da ditadura em nosso país.
Quer ainda que a base aliada no senado pressione a aprovação da lei que permite o acesso total e estes documentos, mais tardar até o dia 03 de maio deste ano.
Trata-se de uma manifestação e decisão muito importante para a história de nosso país, vez que a abertura destes documentos revelará uma série de informações que terão, efeito imediato, no esclarecimento do que ocorreu nos porões deste período nefasto do Brasil.
Outro ponto a ser relevado é que tal ato da Presidente se dá, principalmente, pelo fato de ser ela uma das pessoas que sofreu todas as mazelas deste período, uma vez que fora militante forte, presa e torturada, sendo este ato, nada mais do que um reflexo de uma dor que ela guardará por toda sua vida.
Corro o risco de dizer que a firmeza com que Dilma trata e decide que se mexa neste vespeiro só pode ser fruto da coragem intransponível de uma mulher.
Digo isso, pois passaram pelo planalto Presidentes que também foram vitimas do período ditatorial brasileiro e que nada fizeram a respeito, como fora o caso de Fernando Henrique Cardoso, que militou na época pelo MDB e que ficara por conta disto exilado no Chile e na França e que não mexeu nisso, talvez por ter origem sido originado em família de militares influentes.
Dessa forma, o passo que se dá em busca da verdade, do que realmente aconteceu, como aconteceu e quais foram os responsáveis por tudo, é de suma importância para a limpeza da mancha existente na história brasileira, bem como serve de alento e surgimento de direitos aos familiares das vitimas do período.
Assim devem ser tratadas as questões históricas de nosso país, com seriedade, força, coragem e sem burocracias mascaradas a perder de memória que trancam e impedem a eclosão da verdade dos fatos.
Pontos para Dilma.
Marcelo Ferla
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