Sonda
Parker será lançada com o objetivo de ‘tocar o Sol’
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Ilustração da sonda
Parker divulgada em 6 de julho de 2018 pela Nasa e pelo Laboratório de Física
Aplicada da Universidade Johns Hopkins - NASA/Johns Hopkins APL/AFP/Arquivos
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Dotada com um escudo de alta
tecnologia para protegê-la do intenso calor, a sonda Parker será lançada no
sábado com o objetivo de “tocar o Sol” e tentar responder a uma pergunta que
instiga os cientistas: por que sua coroa é infinitamente mais quente que sua
superfície?
A sonda, que decolará no
sábado de Cabo Canaveral, Flórida, será o primeiro objeto construído pelo homem
para lidar com as condições infernais desta parte da atmosfera do Sol, e a
passará 24 vezes a 6,2 milhões de quilômetros da sua superfície durante os sete
anos que a missão está prevista para durar.
Para sobreviver, a nave está
equipada com um escudo composto de carbono de 12 centímetros de espessura que
deve protegê-la de uma temperatura de 1.400 graus – suficiente para fundir o
silício – e manter funcionando os instrumentos científicos a cômodos 29 graus.
Estes instrumentos devem
permitir medir as partículas de alta energia, as flutuações magnéticas e fazer
imagens para compreender melhor esta coroa, que é “um ambiente muito estranho,
desconhecido para nós”, diz Alex Young, um especialista no Sol da Nasa.
De fato, a observação à
distância chegou ao seu limite, diz Nicky Fox, membro do Laboratório de Física
Aplicada da Universidade Johns Hopkins e responsável científica da missão.
“Temos que ir aonde isto
ocorre, onde acontecem todas estas coisas misteriosas”, diz.
– Quanto mais longe, mais
quente –
Diferentemente de uma
fogueira, onde a parte mais quente está no centro, a temperatura aumenta à
medida que você se afasta do Sol.
“Quando você passa da
superfície do Sol, que está a 5.500 graus Celsius, para a coroa, nos
encontramos rapidamente a milhões de graus”, explica Young.
O especialistas espera que
Parker, a única nave da Nasa que leva o nome de um cientista ainda vivo – o
famoso astrólogo de 91 anos Eugene Parker -, ajude a dar respostas ao que a
Nasa chama de o “problema do aquecimento da coroa”.
O assunto também é
importante para prever melhor o clima espacial.
As tempestades solares
chegam a ser sentidas até na Terra, onde podem perturbar o funcionamento da
rede elétrica, mas também provocar falhas nos satélites que orbitam o planeta
ou inclusive pôr em perigo a vida dos astronautas.
“É tão importante para nós
sermos capazes de prever o clima espacial como de prever o clima na Terra”,
afirma Young.
Parker, que se tornará a
nave espacial mais rápida construída pelo homem, com uma velocidade máxima de
692.000 km/h, deve decolar em 11 de agosto da base espacial em Cabo Canaveral
às 03H48 (04H48 em Brasília).
O veículo, que tem o tamanho
de um automóvel e custou 1,5 bilhão de dólares, já está instalado na parte
superior do foguete Delta IV-Heavy, que o levará ao espaço.
post: Marcelo Ferla
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