Mesmo
em isolamento, Geddel mantém indisciplina, segundo presídio; juíza cobra
investigação sobre remédios em cela
Por Andréia Sadi e
Mariana Oliveira
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(Foto: Editoria de
Arte / G1)
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O ex-ministro Geddel
Vieira Lima, em julho do ano passado, após audiência na Justiça Federal, em
Brasília. (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
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A juíza Leila Cury, da Vara
de Execuções Penais do Distrito Federal, afirmou ter recebido informações do
Presídio da Papuda de que, mesmo diante do isolamento imposto ao ex-ministro
Geddel Vieira Lima, ele permanece indisciplinado.
Segundo a juíza, em decisão
do começo de julho, o isolamento disciplinar não prejudica o estado de saúde
dele, que tem se recusado a receber todas as refeições diárias e sair para o
banho de sol.
"Informa (a direção do
presídio), ainda, que mesmo em isolamento disciplinar, Geddel vem se
comportando de forma indisciplinada e vem se recusando ao recebimento de parte
das quatro refeições diárias ordinariamente disponibilizadas a todas as pessoas
em privação de liberdade naquela unidade prisional, insistindo em ter acesso à
cantina do Bloco 5.
Além disso, ele se recusa a sair diariamente para o banho
de sol", afirma o despacho.
Além disso, Geddel
também já foi alvo de suspeitas de uso de remédios não prescritos dentro do
presídio, o que está sob apuração.
No fim de junho, uma supervisora da vara de
execuções cobrou, de ordem da juíza Leila Cury, o presídio sobre as medidas
tomadas.
A respeito do isolamento de
Geddel, Leila Cury citou um relatório psiquiátrico, do fim de junho, que aponta
o ex-ministro "um pouco irritado e impulsivo, o que é compatível com o
período de mudança da medicação antidepressiva".
Na avaliação de Leila Cury,
não cabe nesse momento discutir se houve ou não falta disciplinar por parte do
preso, uma vez que isso está sob apuração.
Mas frisou não ver "o menor
indício de irregularidade" na medida.
A juíza destacou que, como
em todo isolamento, Geddel teve acesso suspenso à cantina, à televisão e
visitas, tendo sido mantido banho de sol diário de 3 horas, mas que ele se
recusa sem "razão plausível".
Ela citou que Geddel estava cumprindo o
isolamento em cela com mais de seis metros quadrados, tamanho mínimo
recomendado, e com estrutura mínima.
Leila Cury destacou que a
equipe do presídio tentou encaminhar o ex-ministro para atendimento médico em
rede hospitalar externa, mas que ele também se recusou "e ainda ameaçou
fazer escândalo caso o retirassem de lá".
Segundo ela, embora tenha se
recusado a todas as refeições, ele aceita o café e a ceia, que correspondem
"a dois pães, sendo um deles recheado, um achocolatado e um suco, não
havendo, por ora, indícios de riscos à sua saúde".
A decisão autoriza, no
entanto que, caso necessário, Geddel deixe a penitenciária para obter
atendimento médico externo.
"Considerando a
responsabilidade do Estado pelo resguardo da integridade física das pessoas em
privação de liberdade, fica autorizado desde já, em caso de urgência que não
possa ser atendida pela equipe de saúde do estabelecimento prisional, o
encaminhamento do custodiado para a rede externa de saúde, caso
necessário", afirma o despacho.
post: Marcelo Ferla
fonte:
https://g1.globo.com/politica/blog/andreia-sadi
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