Menina
vive isolada devido a doença rara em povoado no Iraque
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Haura, menina de 4
anos que sofre de uma doença de pele, em Wahed Haziran, em 17 de abril de 2018
- AFP
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Haura quase nunca sai de
casa.
Em seu povoado no sul do Iraque, as outras crianças não querem se
aproximar da menina de 4 anos, porque ela sofre de uma doença que cobre sua
pele com uma grande mancha negra coberta de pelos.
Desesperada diante do
isolamento e da condição, que pode se tornar maligna, a família não consegue
encontrar uma solução.
A escassez de recursos
econômicos lhes impede de tentar uma cirurgia, que precisaria ser feita longe
do povoado de Wahed Haziran, na província agrícola de Diwaniya, a 200
quilômetros ao sul de Bagdá.
Os pais de Haura vestem a
menina diariamente com roupas de manga comprida e gola alta, mas não conseguem
esconder a doença.
Os poucos centímetros de
pele visíveis no pescoço deixam à mostra a mancha negra que provoca as
humilhações e a rejeição dos demais.
“Daqui a dois anos deverá ir
para a escola, tememos muito esse momento”, conta sua mãe, Alia Jalif.
“Como as demais crianças vão
se portar com ela?
Não podemos garantir que ficará confortável em uma escola, e
é o maior obstáculo para seu futuro”, lamenta essa iraquiana, coberta com o
tradicional véu negro.
Haura nasceu um com nevo, ou
sinal, gigante, uma marca coberta de pelos que se estende por seus ombros, por
parte do torso e nas costas.
O sinal poderia se tornar um
melanoma, ou câncer de pele, “que pode ser fatal”, aponta o dermatologista Aqil
al-Jaldi.
O tratamento mais eficaz
seria um transplante de pele, sessões de laser e acompanhamento psicológico,
garante.
Isso é praticamente
impossível de se conseguir no Iraque, onde o setor médico foi afetado por uma
década de embargo comercial e anos e violência e corrupção.
Todos os médicos que a
família visitou sugerem a ida a um centro especializado no exterior, segundo a
mãe.
“Mas não podemos pagar a
viagem, nem os custos médicos.
O que temos dá apenas para viver e mandar seus
quatro irmãos e irmãs à escola”, explica Alia Jalif.
post: Marcelo Ferla
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