Beatriz Rodrigues - Mestre em Educação pela Universidade de Jàen na
Espanha; Psicanalista Clínica; Palestrante; Psicopedagoga Clínica e
Institucional; Pedagoga; Especialista em neurociência
Facebook: Psicanalista Beatriz Rodrigues;
beatrizpsicanalista@gmail.com
Depressão – um sentimento de não existir.
Por Beatriz
Rodrigues
Os deprimidos precisam ser
ouvidos cuidadosamente para que a dor de existir possa dar lugar à alegria de
viver que se sustenta no desejo.
Os estados depressivos promovem uma inibição
que Freud considerou um mecanismo de defesa que reage paralisando o retorno de
uma angústia que foi recalcada, ou seja, de algo que inconscientemente
insiste em não vir à tona, uma reação punitiva do superego.
Para Freud, a
depresssão congela as funções libidinais, o que gera uma perda
de interesse ou de capacidade. É uma maneira de evitar, de fugir do eu,
onde o sujeito se nega a lutar por algo como forma de evitar o confronto com
algo que o angustia. Na depressão, a dor está ligada à castração à qual o
sujeito é remetido a cada perda e na falta de ser, no vazio de ser do sujeito.
Freud, em Para além do princípio de
prazer, descreve o prazer aliado à dor, dor que é a satisfação da pulsão de
morte. A pulsão de morte é silenciosa e esse silêncio fala de um vazio, um
vazio de vida. Nesses sujeitos nada os empolga, as atividades que restam estão
no caráter da necessidade, não acrescentando nada ao sentimento de existir.
Como já
citei no meu post sobre Síndrome do Pânico, o mal-estar contemporâneo trouxe
novas reflexões sobre a teoria Freudiana, pois não somente os conflitos
neuróticos, comuns na sociedade
vitoriana, trazem dor psíquica. Hoje, patologias traumáticas, marcadas pela
angústia de aniquilamento, são as grande geradoras da aneroxia, bulimia,
compulsões e depressão, os males da atualidade.
“Daí aneroxia e
bulimia (assim como a chamada síndrome do pânico, alcoolismo, drogadicções)
serem consideradas hoje como perturbações pertinentes à era contemporânea, pela
concretude de suas expressões, pelo vazio de significações, pelos sucessivos actings, pelos constantes splittings e pela
impulasividade das ações violentas em detrimento da ponderação elaborada do
pensamento” MIRANDA, 2004
MIRANDA, Marina Ramalho. Revista Brasileira de
Psicanálise de SP, vol. 38 nº2,2004.
post: Marcelo Ferla
texto: Beatriz Rodrigues
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