Narloch destroça narrativa
esquerdista sobre “senzala e casa grande” e bota ‘especialistas’ no chinelo.
Em um artigo para o jornal
Folha de São Paulo, o escritor Leandro Narloch desmontou a narrativa
esquerdistas sobre “senzala e casa grande”, promovida especialmente pelo
movimento negro, que cria estorinhas sobre como a “elite branca” odeia ver
negros e pobres se dando bem na vida.
O escritor se referiu ao caso de Bruna Sena, estudante que passou – com um empurrãozinho de 25% de bônus
na nota – no vestibular de Medicina da USP de Ribeirão Preto, e que em seu
discurso ensaiado repetiu um dos mais patéticos jargões da extrema-esquerda.
Abaixo, confira na íntegra o texto de Narloch:
Bruna Sena conquistou uma
bela vitória ao passar em primeiro lugar em medicina na USP de Ribeirão Preto,
mas disse uma insensatez ao comemorar a aprovação pelo Facebook.
“A Casa Grande
surta quando a senzala vira médica”, afirmou ela, que é negra e vem de uma
família pobre.
Não se trata apenas da
opinião descuidada de uma adolescente; figurões influentes pensam da mesma
forma.
“A classe média tradicional mostrou que tem horror à ascensão social dos
pobres”, disse André Singer, colunista da Folha e professor da USP, em
entrevista à “Ilustríssima”, em 2015.
Na mesma época, Juca
Kfouri afirmou que as manifestações eram fruto “do incômodo que a elite branca
sente ao disputar espaço com esta gente diferenciada que anda frequentando
aeroportos, congestionando o trânsito e disputando vaga na universidade”.
E o economista
Bresser-Pereira acredita existir no Brasil um “espírito golpista dos ricos
contra os pobres”.
Deixa eu tentar entender
essa visão de mundo.
Para a estudante e os três senhores, o brasileiro rico
torce para que os pobres continuem pobres.
Se alguma notícia da TV mostra
redução de pobreza no país, o brasileiro rico esmurra seu sofá da Casa Grande.
Ao deparar com pobres dormindo na calçada, ele comemora.
Se uma negra pobre passa
na USP, o brasileiro rico, não haveria dúvidas, se incomoda e faz cara feia.
“Claro que a ascensão social do negro incomoda”, disse Bruna para a reportagem
da Folha.
Conforme esse retrato, o
brasileiro rico, ao conversar com outros turistas na fila da torre Eiffel, não
se mostra envergonhado com a miséria de seu país.
Pelo contrário, mostra fotos
do celular das coisas que mais gosta no Brasil: favelas, crianças barrigudas e
desnutridas, trens lotados de trabalhadores mal pagos.
Gente, vamos com calma.
Nem mesmo novelas mexicanas das mais marxistas retratam os ricos de forma tão
caricata.
É claro que deve haver
desmiolados que se incomodam com negros pobres no aeroporto.
Mas opiniões devem
se basear em estatísticas, e não em evidências anedóticas.
E o que as
estatísticas mostram é que a tolerância ao convívio entre classes aumenta
conforme a renda e a escolaridade dos brasileiros.
Por exemplo, para 76% dos
analfabetos, empregados devem usar o elevador de serviço, mesmo que os moradores
autorizem o uso do elevador social.
Entre os brasileiros com diploma, 72%
acreditam que moradores e funcionários devem usar o mesmo elevador.
O dado vem
de pesquisas do sociólogo Alberto Carlos de Almeida (aquele que apareceu em
conversas gravadas com o ex-presidente Lula).
Caricaturas como essa
fazem sucesso porque é confortável e estimulante acreditar que nossos
adversários intelectuais são trogloditas sem noção e sem escrúpulos.
Enquanto
muitos integrantes da direita acham que toda esquerda apoia Fidel Castro e
dança a música “Sou do Levante, estou com Maduro”, a esquerda imagina que os
ricos surtam quando pobres entram para a faculdade de medicina.
post: Marcelo Ferla
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