Série de fotos histórica
escancara o racismo nos EUA da década de 1950.
Se o ano de 1956 pode hoje
parecer distante e superado, na grande perspectiva da história é como se ele
tivesse acontecido ontem.
Impressiona, entristece e assusta lembrar que, numa
época tão recente um país como os EUA, hoje presidido por Barack Obama, ainda
possuía diversos estados em que a segregação racial era oficial.
As fotos exibidas aqui
foram tiradas pelo norte-americano Gordon Parks, um dos mais importantes
fotógrafos do século 20.
O ensaio, batizado The Restraints: Open and Hidden
(algo como Os Restringidos: Aberto e Escondido) acompanha a vida de três
famílias da cidade de Mobile, no estado do Alabama, em 1956 – ilustrando a
rotina de uma cidade separada entre brancos e negros.
As fotos foram
redescobertas em 2012, seis anos após a morte de Parks, e assombram pela beleza
e força, assim como pelo horror que retratam.
Bastante focado em
registrar a questão racial, a pobreza em seu país, a luta pelos direitos civis
e a vida urbana, Gordon Parks não só foi um grande ativista e fotógrafo
(tornando-se o primeiro negro a trabalhar para a revista Life), como também foi
um celebrado compositor, autor e cineasta.
Vale a pesquisa sobre sua obra em
geral, assim como assistir ao filme Shaft, dirigido por Parks, e ouvir sua
maravilhosa trilha sonora, composta por Issac Hayes e lançada em disco
homônimo.
Olhar para trás e conhecer
a história é gesto fundamental para compreender os efeitos de um passado atroz
sobre um presente tão ainda cheio de injustiças e desigualdades.
Ainda que as
conquistas do movimento negro sejam importantes e evidentes em diversos
aspectos – fazendo do mundo um lugar um pouco mais justo – o tamanho da luta
ainda pela frente é proporcional ao horror que há muito pouco tempo era a
realidade dessa questão – não só nos EUA, como aqui e em todo mundo.
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Autorretrato de Gordon
Parks
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post: Marcelo Ferla
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