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domingo, 4 de setembro de 2016
Depoimento do coronel Paulo Malhães, ex-agente do CIE.
Depoimento do coronel
Paulo Malhães, ex-agente do CIE a CNV - Comissão Nacional da Verdade.
Malhães falou pela
primeira vez sobre suas ações como torturador em 2012, à Comissão Nacional da
Verdade, 40 anos depois de ter sido designado pelo Centro de Informações do
Exército (CIE) para gerenciar um centro clandestino em Petrópolis,
coloquialmente conhecido como Casa da Morte onde a tortura era rotina.
Seu
trabalho ente 1970 e 1972 consistiu em torturar e interrogar suspeitos
opositores políticos do regime.
De acordo com Malhães, a meta nominal das
atividades no esconderijo era convencer os suspeitos a concordar em servir como
agentes duplos, chamados de "RX" no jargão militar.
Segundo
Malhães, além de pôr fim à tortura, os suspeitos que aceitassem virar
informantes do Exército receberiam pagamentos clandestinos como incentivos.
No
entanto, a única suspeita que ele descreveu concordar com isso, Inês Etienne
Romeu, mais tarde foi considerada insincera e foi presa por mais oito anos.
Os
detalhes das atividades na "Casa da Morte" foram confirmados pela
primeira vez em suas memórias, publicadas em 1979.
Pelo menos 22 suspeitos
detidos na casa foram mortos.
Malhães reconheceu que
Carlos Alberto Soares de Freitas, comandante da VAR-Palmares desaparecido e
nunca foi sido visto novamente, havia estado na casa.
O coronel também disse
ter participado da ocultação do corpo do deputado federal Rubens Paiva.
Em
depoimento posterior, o militar negou que tivesse participado da operação.
A seguir, na íntegra, o depoimento do coronel reformado
do Exército, Paulo Malhães, ex-agente do Centro de Informação do Exército, que
atuou em diversas missões de extermínio de opositores da ditadura e também na
Casa da Morte.
No depoimento, ele admite tortura, mortes, ocultações de
cadáveres e mutilações de corpos. Blogueiro: O que estão prestes a ver amigos e amigas é a mais desestruturadora forma de ser de um ser humano movido por uma causa e por seus ideias em detrimento de outros seres humanos. A figura do Coronel Paulo Malhães, codinome: Dr. Pablo (lhe fora dado este por ter feito parte e agido também na Operação Condor) é a figura de um ser arrogante, seguro de si, sem arrependimento algum, ardiloso, meticuloso, malicioso, técnico, dotado de uma oratória pausada, lúcida e extremamente cuidadosa, analítica e fria ao extremo. Trata-se de um ser sem culpa, de um sociopata que por um prazer que lhe fora proporcionado decorrente de um poder que lhe fora dado durante determinado tempo de sua vida, fala do que fez ora de forma confusa e matreira, ora de forma direta e sem pudor, demonstrando ao fim de tudo que o fazia para sentir-se, naquele período, maior do que os seus semelhantes, através de meios inaceitáveis. É este senão, o maior assassino do período da Ditadura em nosso país, um dos maiores, se é possível ter havido maior, bem como o coordenador de todos os demais que destruíram famílias inteiras com seus assassinatos e atos. Aproveite este momento histórico, se é que pode-se dizer isso, no mínimo para que não se faça vista grossa de algo que não pode ficar como está e que deve sim, por meio da CNV, ser trazido a público para a honra de uma nação e para o alento das famílias das vítimas e desaparecidos pelas mãos de seres repugnantes como Paulo Magalhães que envergonham a todos, e principalmente, os que hoje fazem parte da corporação militar da qual fez parte, o Exécito. parte 1/2.
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