Oito atitudes típicas de
pessoas que têm depressão, mas não demonstram.
Medo ou desconhecimento?
Nesse artigo conheça 8
sintomas de pessoas que levam a vida com o que chamamos de “depressão
mascarada”, doença que elas tentam esconder ou mesmo que nem sabem que têm.
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Embora a sociedade atual
demonstre, de modo geral, um maior conhecimento sobre a depressão, o que se vê,
muitas vezes, é uma compreensão equivocada desta doença e de seus sintomas.
Por tratar-se de uma
doença marcada por um estigma, nem sempre conseguimos identificar familiares ou
pessoas próximas que estejam lutando contra a depressão.
Pior ainda: devido às
concepções equivocadas sobre os diferentes modos de manifestação da doença, e o
tipo de ajuda a ser buscado, muitos indivíduos que sofrem de depressão não
recebem o devido diagnóstico.
O resultado disso é que
muitos indivíduos convivem com uma depressão mascarada – ou seja, invisível
para as pessoas que os cercam, ou mesmo para eles próprios.
Além disso, nos casos
em que não recebeu o diagnóstico adequado, o indivíduo tenderá a lidar com seus
problemas de modo a esconder a depressão, e terá dificuldades para reconhecer
os verdadeiros sintomas da doença.
É preciso deixar de lado a
concepção de que o sofrimento é sempre visível. Deste modo, será possível
compreender melhor e oferecer ajuda aos que lutam contra as doenças não
manifestas. Listamos, a seguir, alguns sinais de uma pessoa que talvez sofra de
uma depressão mascarada.
1. Ela talvez “não pareça
deprimida”
Influenciados por
estereótipos culturais e veiculados pela mídia, muitos têm uma imagem
equivocada do comportamento e da aparência do indivíduo com depressão. Na visão
do senso comum, esta pessoa raramente sai de seu quarto, veste-se com desleixo,
e parece estar sempre triste. Porém, nem todos que sofrem de depressão têm o
mesmo comportamento.
Claro que os indivíduos
são diferentes, assim como variam os sintomas e a capacidade de cada um de
lidar com a doença. Muitos conseguem exibir um “verniz” de boa saúde mental –
como mecanismo de autoproteção –, mas o fato de serem capazes de fazê-lo não
significa que eles sofram menos. Do mesmo modo, as pessoas incapazes de mostrar
tal “verniz” não são mais “fracas” que as demais.
2. Ela pode parecer
exausta, ou queixar-se de um cansaço constante
Um efeito colateral da
depressão é um cansaço permanente. Embora este sintoma não se manifeste em
todos que sofrem de depressão, ele é muito comum.
Em geral, é um dos piores
efeitos colaterais desta doença.
Além disso, se o indivíduo
não recebeu o diagnóstico de depressão, a causa deste cansaço pode ser uma
incógnita.
Mesmo que ele durma um número suficiente de horas à noite, talvez
acorde na manhã seguinte como se tivesse dormido pouco.
Pior que isso: talvez
ele culpe a si mesmo, atribuindo isso à preguiça ou então que algum defeito de
sua personalidade esteja causando esta sensação de fraqueza e falta de energia.
Este sintoma também acaba
se tornando uma dificuldade para quem recebeu o diagnóstico de depressão, mas
tenta ocultá-la dos amigos e colegas. Isso porque esta sensação de cansaço
afeta o seu ritmo de trabalho e também os seus relacionamentos pessoais.
3. Ela poderá ficar mais
irritadiça
O comportamento de uma
pessoa com depressão pode ser interpretado equivocadamente, como melancolia.
É
muito comum que a pessoa deprimida fique mais irritadiça, e que isso não seja
interpretado como um sintoma da doença. Isso é compreensível, já que a
depressão não é problema de saúde “visível”, e tampouco pode ser medido com
precisão – o que dificulta o combate à doença.
Além disso, o esforço
constante exigido do indivíduo para lidar, ao mesmo tempo, com as inúmeras demandas
de sua vida cotidiana, e com a depressão, suga suas energias, deixando-o
impaciente e incapaz de ter a compreensão exata sobre as coisas.
Se o seu amigo ou
conhecido recebe o diagnóstico de depressão, e compartilha esta informação com
você, uma dificuldade poderá surgir, caso o comportamento desta pessoa não
corresponda à imagem (equivocada) que se tem de uma pessoa com depressão: um
indivíduo tímido e calado. A tendência a ter “pavio curto” e a irritar-se com
facilidade é, na verdade, um efeito colateral da depressão.
4. Para ela, pode ser
difícil corresponder ao afeto e preocupação das pessoas ao redor.
A ideia equivocada mais
comum em relação à depressão, sugerida nos parágrafos acima, é que ela causa um
sentimento de tristeza.
Pelo contrário: muitas
vezes, o indivíduo com depressão não sente nada; ou então vive as emoções de
modo limitado ou passageiro. Depende de cada caso, mas muitos relatam um
sentimento parecido com o “torpor”, e o mais próximo que chegam de uma emoção é
uma espécie de tristeza, ou irritação.
Deste modo, o indivíduo
terá dificuldade para corresponder de modo adequado a gestos ou palavras
afetuosas. Ou então nem se dará ao trabalho de manifestar qualquer reação.
Talvez demonstre uma
irritação nada racional: é possível que o cérebro dele tenha dificuldades para
processar e corresponder ao seu afeto e carinho.
5. Talvez recuse a
participar de atividades de que gostava muito.
Uma atípica falta de
interesse em participar de atividades – e durante um longo período – pode ser um
sinal de depressão. Conforme mencionado acima, esta doença drena a energia do
indivíduo tanto no plano físico quanto no mental – o que afeta sua capacidade
de sentir prazer com as atividades cotidianas.
Um indivíduo com depressão
talvez não se sinta mais atraído por atividades que adorava no passado, pois
esta doença acaba dificultando o desfrute de tais atividades, que não
satisfazem mais o indivíduo.
Se não há nenhum outro sinal visível que possa
explicar o interesse cada vez menor do indivíduo por estas atividades, este
talvez seja um sintoma de depressão clínica.
6. Talvez passe a ter
hábitos alimentares incomuns.
O indivíduo deprimido
desenvolve hábitos alimentares incomuns por duas razões: como um modo de lidar
com a doença, ou como um efeito colateral da ausência do cuidado consigo mesmo.
Comer pouco ou em demasia é um sinal comum de depressão. A ingestão excessiva
de alimentos é vista como vergonhosa, e neste caso a comida talvez seja a
principal fonte de prazer da pessoa com depressão, o que a faz comer além do
necessário.
Quando o indivíduo
depressivo come pouco, em geral é porque a doença está afetando seu apetite,
transformando o ato de comer em algo desagradável.
Isso também pode ser uma
necessidade subconsciente de controlar algo, já que ele não é capaz de
controlar sua depressão.
Se a pessoa não recebeu o devido diagnóstico, ou se
omitiu diante das pessoas o fato de estar deprimida, elas poderão considerar
que os hábitos alimentares “errados” se devem a um defeito de personalidade, e
tal “julgamento” fará com que o indivíduo deprimido se sinta ainda pior.
7. Os outros talvez passem
a exigir mais de você.
Naturalmente, as funções
vitais de um indivíduo com depressão não podem ser as mesmas de alguém com boa
saúde mental. Haverá coisas que ele não será mais capaz de fazer com a mesma
frequência, ou abandonará de vez.
Perturbá-lo ou fazer com que ele se envergonhe
por causa disso só tende a causar mágoas, em vez de ajudar.
Se a depressão é um
assunto que ele tem tido dificuldade de abordar, será igualmente difícil para
ele lidar com alguém que fique irritado diante de sua incapacidade de agir do
mesmo modo que uma pessoa mentalmente sadia.
Por isso, convém sempre
ser compreensivo com as pessoas, seja de seu círculo profissional ou do
pessoal.
Não há como saber se um indivíduo está simplesmente “desacelerando”,
ou se está enfrentando um verdadeiro problema de saúde.
8. Ela poderá ter dias
ruins, e dias “melhores”.
Trata-se de uma doença com
altos e baixos.
Se o indivíduo sofre de uma depressão mascarada, ou não
diagnosticada, pode parecer que suas flutuações de humor são aleatórias,
dependendo da regularidade de sua depressão.
Para você (e mesmo para ele, no
caso de ele não ter recebido um diagnóstico), talvez não haja uma motivação
para as alterações de humor, mas esta é simplesmente a maneira como a depressão
se manifesta em algumas pessoas.
Se você sabe que o
indivíduo sofre de depressão, poderá ter a falsa impressão de que ele, tendo
passado por uma sequência de dias “bons”, está definitivamente curado.
O fato
de ele ter passado um dia melhor do que na véspera pode ser excelente, mas
convém que você sempre lhe peça para que ele deixe claro o que consegue ou não
fazer, e em que momentos.
Concluir que o indivíduo
que sofria de depressão está plenamente recuperado, ou forçá-lo a retomar
rapidamente a rotina normal poderá sobrecarregá-lo, e fazer com que ele se “retraia”
novamente.
Ofereça apoio ao amigo ou parente com depressão, mas deixe que ele
tome as decisões necessárias.
Por Jane Scearce
post: Marcelo Ferla
fonte: http://www.contioutra.com/
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