Editora Unesp 837 páginas R$ 118 tradução - Luiza Ribeiro |
A partir de uma perspectiva histórica, sociológica e até mesmo psicológica, ele analisa textos literários, inscrições lapidares, obras de arte, diários pessoais para mostrar que as atitudes em relação à morte, própria e dos outros, foram se transformando, de modo quase imperceptível, no decorrer do tempo, até se tornarem irreconhecíveis em relação aos séculos anteriores.
A comparação entre a morte familiar e "domesticada" da sociedade cristã medieval e a morte repelida, percebida como negação absoluta e tornada oculta da Era Contemporânea, dão a medida justa dessa mutação.
Contudo, na Era Medieval o modelo predominante é o da morte como membro das comunidades, que conduz os homens a uma espécie de sono.
Em seguida, vem à tona o indivíduo e impõe-se a noção de sobrevivência da alma, a sede da individualidade.
É somente no século 18, segundo Airiès, que a morte adquire um sentido dramático e passa a ser encarada como transgressão, por "roubar" o homem de seu cotidiano e sua família - trata-se agora de olhar para a morte do outro.
Mas foi a partir dos anos 1930 que a medicina mudou a representação social da morte: morre-se agora em hospitais, não mais em casa, e a vida pode ser estendida, ainda que de forma vegetativa, por meses e anos.
Sobre o autor
Além de historiador, foi jornalista e ensaísta.
Coordenador da coleção História da vida privada, é autor de obras de grande repercussão, como História social da criança e da família e Sobre a história da morte no Ocidente.
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