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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Dica do Blogueiro.


‘S´IMBORA, O MUSICAL – A HISTÓRIA DE WILSON SIMONAL’  TRAZ AOS PALCOS A VIDA DE UM DOS MAIORES E MAIS POLÊMICOS ÍDOLOS DA MÚSICA BRASILEIRA
Escrito por Nelson Motta e Patrícia Andrade, com direção de
Pedro Brício, espetáculo estreia dia 16 de janeiro, no Teatro Carlos Gomes


O sucesso pode ser efêmero, mas o verdadeiro talento é eterno. A trajetória de Wilson Simonal levou essa máxima às últimas consequências. 

O cantor se transformou em ídolo nacional de forma meteórica, suas músicas estiveram no topo das paradas. Só Roberto Carlos rivalizava com ele em popularidade. De repente, a sombra de uma acusação de delator envolveu a carreira do ‘rei da pilantragem’, que entrou em um exílio artístico, de onde nunca mais saiu. 

A obra de Simonal, contudo, se mantém cada vez mais moderna e chega pela primeira vez ao teatro pelas mãos de Nelson Motta e Patrícia Andrade, com direção de Pedro Brício. ‘S´imbora, o musical – a história de Wilson Simonal’ estreia em 16 de janeiro, no Teatro Carlos Gomes.  

Quase uma personagem da peça, a cidade escolhida não poderia ser outra: o Rio de Janeiro com sua malandragem, seus célebres programas de auditório, suas lindas mulheres e a música que até hoje balança o Brasil.
O papel-título é interpretado por Ícaro Silva, que viveu nos palcos outro ícone da música brasileira, Jair Rodrigues, em ‘Elis, a musical’, também da autoria de Nelson Motta e Patrícia Andrade. Ícaro se destacou ainda em ‘Rock´n´Rio – o musical’ e em espetáculos como ‘R & J de Shakespeare’. 

Para concorrer ao papel-título, mais de 1000 atores mandaram material, sendo selecionados 100 para as audições, onde foi escolhido o protagonista.
Nelson Motta, Patrícia Andrade e Pedro Brício fizeram uma série de reuniões e trocaram muitas ideias até chegarem ao formato final do musical. 

“Queríamos descobrir que espetáculo queríamos fazer, o que focar na história do Simonal. Tem muitas atmosferas dramáticas, porque a vida dele foi assim. Fazemos um resgate do riquíssimo repertório dele, mostrando essa figura improvável, pobre, negro, que se tornou o maior astro popular do país, fazendo música de altíssima qualidade. Ele é um personagem único”, exalta.
O musical, contudo, não se furta a falar sobre a decadência de Simonal, condenado a um “exílio” involuntário, e toca nos temas polêmicos que cercaram a carreira do artista, sem tomar partido. 

“Ele é um mistério, não é um herói romântico, pelo contrário. É uma figura contraditória, com múltiplas facetas, mas a peça não faz um julgamento. 
O espetáculo tem essa riqueza, essa multiplicidade: vai da ascensão absoluta do primeiro artista negro pop à sua total decadência”, define.
O roteiro final foi sendo formatado no decorrer dos ensaios. Os autores fizeram toda a seleção do repertório, mas Pedro Brício fez sugestões, juntamente com o diretor musical, Alexandre Elias. Algumas cenas de dramaturgia foram surgindo no ensaio, já que a música está diretamente ligada à encenação.
Autor de dois musicais biográficos de grande sucesso, ‘Elis, a musical’ e ‘Tim Maia – Vale Tudo, o musical’, Nelson Motta acredita que o espetáculo sobre Simonal tem uma dramaticidade ainda mais acentuada. 

“A maior qualidade de um musical é ter grandes canções. É o forte do Tim Maia e da Elis também. Mas o Simonal, além de histórias e músicas sensacionais, tem uma carga dramática incrível, porque ele é um personagem que foi do céu ao inferno, com uma densidade maior do que a do Tim e a da Elis. É uma história que começa alegre e termina dramática, tristíssima”, comenta Nelson.

Ascensão e queda de um astro
A trajetória de Simonal não encontra paralelos na história da música brasileira. O prólogo parecia ser comum: garoto pobre tem que batalhar muito para conseguir mostrar o seu talento. 

Mas, no momento em que foi descoberto por Carlos Imperial - personagem fundamental na história do futuro astro e narrador da peça -, ele explodiu. 

O Brasil inteiro cantou ‘Balanço Zona Sul’ (seu primeiro sucesso), ‘Sá Marina’, ‘País Tropical’, ‘Meu limão, meu limoeiro’, ‘Lobo bobo’, ‘Mamãe passou açúcar em mim’, todas presentes no roteiro do espetáculo.
Na década de 60, Simonal era um astro da televisão e do rádio e apontado por muitos como o maior cantor brasileiro, com público e crítica a seus pés. 

“Ele era um grande entertainer, contava piadas, dançava e dominava a plateia como nenhum artista do seu tempo, fazendo o Maracanãzinho lotado cantar como um coral em que ele era o maestro”, exalta Nelson.
Já no início da década de 70, sua carreira começou a se desestruturar: Simonal encerrou um contrato com a TV Globo, brigou com o Som Três, que o acompanhava desde o início, e desfez o escritório da Simonal Produções. 

A gota d´água aconteceu quando ele, desconfiado do seu contador, pediu ajuda a amigos policiais (agentes do DOPS), que o sequestraram para que denunciasse quem o estava roubando na sua produtora. 

O episódio culminou na prisão do cantor, que, posteriormente, em uma cadeia de equívocos, foi acusado de delator a serviço da ditadura militar. Embora nada nunca tenha sido provado, Simonal dizia que até torturadores e terroristas foram anistiados, menos ele, que se transformou em um morto-vivo e foi condenado a um ostracismo artístico até sua morte, em 2000.
Interpretado por Thelmo Fernandes, o polêmico Carlos Imperial é o narrador do espetáculo.

“Ele não é muito confiável, não sabe exatamente o que aconteceu, é um pouco como é a história, que é a narrativa. Li muito sobre o Simonal; A montagem tem o respeito de se manter dentro dos fatos, mas tem muita ficção. Você está criando um personagem, é preciso traduzir as emoções, não é um documentário, uma reportagem. Pensamos em como tranpor isso para o palco. Não temos mentiras, nada é inventado, mas tomamos liberdades poéticas”, afirma Pedro.
A peça é também um importante panorama da política e sociedade brasileira da época. 

“Ela não apenas fala da história de um homem, mas sobre nosso país, como era nossa sociedade, não só em termos de preconceitos, mas de conflitos políticos. O que aconteceu com ele tem a ver com o período, talvez não tivesse acontecido em outro contexto histórico”, explica Pedro.
A cenografia é de Hélio Eichbauer, que assinou o cenário de montagens históricas, como ‘O rei da Vela’, de José Celso Martinez Corrêa, além de ter profunda ligação com a música brasileira, já tendo dirigido shows de Gal Costa (‘Mina d´agua do meu canto’) e  assinado a cenografia de inúmeros shows de Caetano Veloso, como ‘O Estrangeiro’ e ‘Cê’, entre outros.

“É muito importante termos o Hélio na equipe. O cenário será muito especial, não fica buscando o espetacular pelo espetacular. É uma estética intrinsicamente brasileira, que tem muito a ver com a época, mas não é alegórico. É teatral, musical, mais minimalista. Tem um impacto pela beleza estética. Nada é decorativo, ele tem uma síntese que está em sintonia o pensamento arquitetônico do Hélio”, define Pedro.
Marília Carneiro concebeu mais de 250 figurinos para o espetáculo, em uma média de 17 por personagem, com exceção do próprio Simonal (que terá 12) e de Carlos Imperial, com três figurinos, além de uma dezena de perucas, usadas por todo o elenco.
A direção musical de Alexandre Elias e os arranjos de Max de Castro, filho de Simonal, são fieis à obra do Simonal, mas trazem um olhar criativo, contemporâneo. 

“O importante é resgatar e sublinhar a obra dele. Independente do que aconteceu, ele deixou um legado para a black music brasileira”, afirma Pedro.
Nos últimos anos, foram lançadas biografias e documentários sobre sua trágica história, reconhecendo seus erros, mas o reabilitando como um dos maiores cantores do país. 

Os discos também foram relançados; suas músicas, redescobertas pelos DJs; vários projetos criados, como O baile do Simonal, organizado pelos filhos dele, Max de Castro e Simoninha.
Essa retomada da importância histórica do artista ganha nova página com a estreia de ‘S’imbora, o musical’. 

Simonal passeou por todos os gêneros: cantou rock, calipso, bossa nova e samba, ajudou a criar a pilantragem e ainda inaugurou uma escola de canto no Brasil, reunindo, ao mesmo tempo, o cool da bossa nova, o suingue da música negra e uma notável potência vocal.
‘S´imbora, o musical – a história de Wilson Simonal’ estreia no Rio e depois segue para São Paulo, no primeiro semestre de 2015. 

A montagem ainda traz na ficha técnica nomes como Renato Vieira (coreografia) e Rico Vilarouca (projeções), em uma realização da Planmusic , com patrocínio da Cielo  e apoio cultural da Bolt e Taesa. 

SERVIÇO
‘S´IMBORA, O MUSICAL  - A HISTÓRIA DE WILSON SIMONAL’
Estreia: 16 de janeiro (sexta)
Temporada: até 12 de abril
Teatro Municipal Carlos Gomes
Praça Tiradentes, 19
Telefone: 2232.8701

Horários
Quinta a sábado – 20h
Domingo – 18h

Preços:
Quintas, sextas e domingos: R$ 80,00
Sábados: R$ 90,00

Vendas na bilheteria do teatro
Horário da bilheteria: de terça à sexta,  das 14h às 18h;

Classificação etária: não recomendado para menores de 12 anos
Capacidade do teatro: 685 lugares
Duração: 2h40 (com intervalo)

FICHA TÉCNICA
Texto de Nelson Motta e Patrícia Andrade
Direção Geral: Pedro Brício
Direção Musical: Alexandre Elias
Cenário: Hélio Eichbauer
Figurino:  Marília Carneiro
Coreografias: Renato Vieira
Produção Geral: Luiz Oscar Niemeyer
Direção de Produção:  Joana Motta
Patrocínio: Cielo
Apoio Cultural: Bolt e Taesa
Realização: Planmusic

Elenco:
Ícaro Silva (Simonal)
Thelmo Fernandes (Carlos Imperial)
Gabriela Carneiro da Cunha (Tereza)
Gabriel Staufer (Miele/Walter Clark/ Guinsburg)
Kadu Veiga (Marcos Moran/Boscoli)
Victor Maia (Roberto Carlos/ Eduardo Araujo/ Cesar Camargo)
Marino Rocha (Jô/Boni)
Marina Palha (Elis/Jane Burkin)
Jorge Neto (Pelé/Simoninha/Zé Ary/ Jair)
Paulo Trajano (Delegado/Zagallo/ Flavio Cavalcanti)
Cássia Raquel (Sarah Vaughan)
Dennis Pinheiro (Sabá e Carlos Alberto Torres)
Lívia Guerra ( Marly Tavares / imperialete)
Natasha Jascalevich  (Brigite Bardot/ Laurinha Figueiredo)
Kotoe Karasawa (apresentadora da Record)
Ariane Souza (imperialete)
e JP Rufino e JD d´Aleluia (Simonal criança)

Banda:
Alexandre Elias: guitarra
Kim Pereira: bateria
Denize Rodrigues: sax
Romulo Duarte: baixo
Vinicius Lugon: trompete
Antonio Neves: trombone
Reginaldo Vargas: percussão
Fernanda Torres: pianista


post: Marcelo Ferla
fonte: Uns Comunicação
Alan Diniz + Sidimir Sanches

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