Após liderar protesto,
Lobão diz ser contra golpe militar.
Cantor
voltou a fazer críticas ao PT e pediu recontagem de votos do segundo turno das
eleições.
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Músico Lobão disse que sairia do País em caso de vitória de Dilma Rousseff (PT) no segundo turno das eleições.Foto: Débora Melo / Terra |
O músico Lobão divulgou
nesta quarta-feira uma nota de esclarecimento na qual reafirma seu
posicionamento político e debate temas como intervenção militar e separatismo.
O músico, que agiu ativamente na campanha pela eleição de Aécio Neves (PSDB),
tem criticado com veemência os governos do PT.
Lobão começa a nota
dizendo que não faz parte de nenhuma liderança política e que nunca apoiou
qualquer tipo de intervenção militar no Brasil.
O assunto surgiu depois de uma manifestação
no último final de semana, durante a qual algumas pessoas levaram cartazes com
a pedida da volta dos militares ao poder.
“(Eu) nunca, jamais em tempo algum, apoiei
uma ditadura e sempre disse e continuo a insistir que qualquer ditadura é
injustificável. Partindo desse princípio, não haveria a menor possibilidade de
ter o meu nome associado a golpe militar, intervenção militar ou coisa que o
valha”, falou o músico, que voltou a criticar pessoas com pensamentos ligados
ao comunismo. “Isso é uma forma tão cretina de reagir como ainda acreditar que
Cuba é uma vítima dos EUA e que é "cool" sair por aí impunemente de
camiseta de Che Guevara. Quem apoia (sic) uma ditadura não tem condição moral
de ir contra nenhuma outra”.
Lobão aproveitou também
para se posicionar diante de declarações separatistas, como a dada pelo
Deputado Estadual eleito por São Paulo Coronel Telhada (PSDB) logo após a
reeleição de Dilma. Na ocasião, Telhada disse que “chegou a hora de São Paulo se
separar do resto desse país”. O preconceito contra os nordestinos
também chegou às redes sociais, com diversos ataques de ódio por causa da boa
votação que Dilma recebeu na região.
Diante destes discursos,
Lobão se posicionou contrário.
“Amo meu país de norte a sul e todos os meus
irmãos. É um absurdo querer apontar uma região como responsável pelo naufrágio
político, social, moral e econômico que nos encontramos”, disse.
Críticas
ao PT
Como de costume, o músico
criticou o PT e atribuiu ao partido o que ele chamou de fim da democracia.
“Se
uma democracia vive de seus três poderes independentes, então já não vivemos
numa democracia há muito tempo. Se o Estado brasileiro deve ser soberano em
suas ações, é evidente que não mais possuímos essa soberania. Temos um governo
atrelado ao Foro de SP. Seria muita ingenuidade nós olharmos ao redor, na
América do Sul e não percebermos o que estamos passando”, falou.
Ele pediu, ainda, a
recontagem dos votos, sugerindo que houve algum tipo de fraude eleitora.
“O
que acredito que temos de fazer é insistir na recontagem dos votos, não nos
acomodarmos com um resultado imposto goela abaixo, pois quando há indícios
inúmeros de fraude, é legítimo exigirmos transparência. Se somos obrigados a
votar, temos o direito de saber o que acontece com os nossos votos. Esconder
isso da gente nos aponta uma vez mais para um regime ditatorial”, disse
Lobão, talvez sem saber que poucas horas antes o TSE garantiu ao PSDB o direito
de fazer uma auditoria sobre o sistema das eleições, como é previsto por lei.
Em seu longo texto, o
músico ainda falou sobre sua promessa de sair do Brasil caso a presidente Dilma
Rousseff fosse reeleita. Se contrariando, ele disse que vivemos em uma
democracia e que ele tem o “direito de ir e vir e de trocar de opinião
o manifestá-la quando quiser”.
A carta aberta do músico
foi divulgada por ele mesmo em suas redes sociais e colocada na página
principal de seu site. Veja o conteúdo na íntegra:
“UMA NOTA DE
ESCLARECIMENTO
Quero deixar bem claro,
pela enésima vez, através desta pequena carta, a minha postura em relação ao
que vem acontecendo no país:
Em primeiro lugar, é
necessário sublinhar que não faço parte de nenhuma liderança política. Sou um
músico que ama seu ofício e minha participação nas manifestações é a de um
cidadão indignado como qualquer outro brasileiro.
Em segundo lugar, vale a
pena lembrar que, nunca, jamais em tempo algum, apoiei uma ditadura e sempre
disse e continuo a insistir que qualquer ditadura é injustificável.
Partindo desse princípio,
não haveria a menor possibilidade de ter o meu nome associado a golpe militar,
intervenção militar ou coisa que o valha.
Isso é uma forma tão cretina de
reagir como ainda acreditar que Cuba é uma vítima dos EUA e que é
"cool" sair por aí impunemente de camiseta de Che Guevara.
Quem apóia uma ditadura
não tem condição moral de ir contra nenhuma outra.
Em terceiro lugar, jamais
concordei com a ideia de separatismo; amo meu país de norte a sul e todos os
meus irmãos. É um absurdo querer apontar uma região como responsável pelo
naufrágio político, social, moral e econômico que nos encontramos.
Venho me manifestando
veementemente contra a atuação lamentável do PT, sua militância fanática e
violenta, suas falcatruas astronômicas, já impossíveis de se camuflar e sua
evidente postura de impôr ao país um regime totalitário.
Se uma democracia vive de
seus três poderes independentes, então já não vivemos numa democracia há muito
tempo.
Se o Estado brasileiro
deve ser soberano em suas ações, é evidente que não mais possuímos essas
soberania. Temos um governo atrelado ao Foro de SP.
Seria muita ingenuidade
nós olharmos ao redor, na América do Sul e não percebermos o que estamos
passando.
Acredito que todo o
brasileiro que tem o mínimo de vergonha na cara e o mínimo de informação está
completamente indignado com essa presença inóspita e sombria a nos impôr suas
doutrinas com cinismo e mentiras.
A imprensa oficial com
rarísimas exceções, está completamente à mercê do governo e tudo alí é filtrado
e deturpado.
Portanto, o que acredito
que temos de fazer é insistir na recontagem dos votos, não nos acomodarmos com
um resultado imposto goela abaixo, pois quando há indícios inúmeros de fraude ,
é legítimo exigirmos transparência.
Se somos obrigados a
votar, temos o direito de saber o que acontece com os nossos votos.
Esconder isso da gente nos
aponta uma vez mais para um regime ditatorial.
Assim acontece na
Venezuela, na Bolívia no Equador e em todos os países fiados ao Foro de SP.
E se é inconstitucional um
governo ser subalterno a uma instituição internacional, o PT não tem condições
de governar o país.
Se é inconstitucional
enviar dinheiro para o exterior sem consultar o congresso nacional, a
presidente da República não tem condições de governar esse país.
O Brasil merece se
desenvolver, se tornar uma grande Nação, seu povo merece viver uma prosperidade
que nunca experimentou, ser unido e não viver refém de um ódio plantado por um
partido que, para governar precisa dividir.
E para sacramentar um
assunto mais que adormecido, aos que cobram a minha partida do Brasil por,
supostamente acharem que assim o prometi, é bom lembrar que ainda estando numa
democracia, tenho pleno direito de ir e vir, trocar de opinião e manifestá-la
quando quiser . E é bom acostumarem-se a essa realidade.
Como pessoa pública me
sinto na obrigação de me posicionar de maneira enfática por ter acreditado
nesse partido e feito companha de 1989 a 2002 para elegê-lo.
E, ao contrário do que a
militância petista quer acreditar, o meu histórico só fortalece a minha
postura, pois estive lá dentro e sei do que estou falando.
Continuarei a lutar por
meus direitos, pela liberdade e pela democracia sempre no campo da legalidade.
Que isso fique bem claro
de uma vez por todas!
E vamos todos juntos por
um Brasil livre que a hora é essa!
Lobão.”.
post: Marcelo Ferla
fonte: site terra.
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