Jovens buscam a
autenticidade do analógico.
O que leva jovens da
Geração Y a preferir discos de vinil a mp3, fitas de VHS e DVDs a vídeos do
YouTube, máquinas de escrever a laptops, filme fotográfico a câmeras digitais?
Uma pesquisa conduzida
pelo professor de marketing Joonas Rokka, da escola de negócios francesa Neoma
Business School, dá uma pista para entender essa busca pelo analógico e
“ultrapassado”.
A tendência, revelou a
pesquisa, é mais presente na cena alternativa, em ambientes de contracultura
mais distantes do hype da mídia digital.
“Esses jovens querem sentir a sua
cidade, ir para a rua, colecionar suas próprias impressões. Eles se interessam
pouco pelo consumo massificado de conteúdos online”, afirma Joonas Rokka.
O
professor finlandês dedica-se a estudar a cultura do consumo, novas mídias e
novas metodologias de pesquisa, como audiovisual.
A pesquisa apontou três
coisas:
1) Não é do passado em si
que os consumidores sentem falta, mas sim da sensação de contínua exploração e
do prazer encontrado em universos estéticos do passado;
2) Tudo o que está
facilmente disponível e em grande quantidade (por exemplo, conteúdos na
internet) parece perder seu valor;
3) A fascinação pela
nostalgia inclui a possibilidade de criar coisas únicas, artesanais,
particulares e sem polimento. As possíveis falhas fazem parte da autenticidade
e dão mais sabor do que tecnologias digitais “perfeitas”.
Diálogo com o hoje –
Embora se trate de uma pesquisa acadêmica, Joonas Rokka optou por um formato
bem contemporâneo para apresentar seus resultados.
Ao invés de escrever um
artigo formal para uma revista científica de seu segmento, Rokka optou por
criar um minidocumentário em vídeo (Follow Me on Dead Media: Analog
Authenticities in the Alternative Skateboarding Scene) e postá-lo na rede
social Vimeo.
Em linguagem informal, o vídeo está assim acessível para qualquer
interessado, em vez de restrito apenas a seus pares com acesso a revistas
técnicas/científicas.
É a democratização do conhecimento, via redes sociais.
Por seu formato inovador,
capaz de inspirar outros pesquisadores a adotar novas perspectivas e olhares, o
trabalho do professor da Neoma foi premiado no congresso da Association for
Consumer Research em Baltimore (EUA) na última semana de outubro.
Sobre a NEOMA Business
School
Nascida da fusão, em abril
de 2013, entre duas escolas de negócios na França -- Rouen Business School et
Reims Management School – a NEOMA tem uma dupla ambição: estar entre as
melhores escolas de gestão europeias e ser reconhecida como uma das principais
parceiras de empresas ansiosas por novos talentos.
Com campus em Rouen, Reims e
Paris, a NEOMA tem cerca de 8 mil alunos, orientados por mais de 200 professores
permanentes.
Em seu portfolio, oferece graduação (bacharelado), mestrado,
doutorado e programas de Educação Executiva, em cursos organizados em torno de
sete departamentos acadêmicos.
Historicamente, as duas instituições que deram
origem à NEOMA já formaram mais de 40 mil alunos de 120 países.
post: Marcelo Ferla
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