Brasil é o melhor “pior
país do mundo”!
Espaço Vital
Atribui-se a Gilberto Gil
com seu jeito brejeiro, certa vez, quando era ministro da Cultura do primeiro
governo Lula, ter respondido a uma crítica sobre as dificuldades brasileiras,
dizendo que “o Brasil é o melhor pior país do mundo”.
Talvez tenha tido razão,
se compararmos, por exemplo, que no Brasil de 2014 “ninguém sabia”, que na
Petrobras roubavam-se bilhões. E que, nesse contexto de “quem pode, pode”, os
bem remunerados juízes e promotores brasileiros tenham conseguido, via liminar,
o imoral “auxílio-moradia” de R$ 4,3
mil sem desconto de Imposto de
Renda. E por aí se vai.
Façamos agora uma
comparação com o noticiário internacional barra pesada: 1) massacre de
estudantes no México; 2) ataque a religiosos em Jerusalém; 3) recorde de
atentados no Iraque; 4) sequestro de general na Colômbia; 5) ebola na Libéria;
6) assassinato de miss em Honduras; 7) degola de reféns na Síria; 7)
linchamento de mulher pela própria família no Paquistão; 8) crimes contra a
Humanidade na Coreia do Norte; 9) liderança de Nicolas Maduro na Venezuela; 10)
comando total de Putin na Rússia... – e por aí se vai.
A impressão que se tem do
Brasil, é a de que – como disse Gil - ainda vivemos no melhor pior país do
mundo. Assim, “sorria, pois você está sendo filmado”...
Do Blogueiro:
Ao ler o
texto e analisa-lo não concordo totalmente com ele. Acho que o Brasil não é o
melhor entre os piores, mas sim os piores entre os piores, eis que algumas das
coisas postas acima ocorrem de forma analógica em maior volume e com uma frequência
muito maior do que nos lugares citados. Vejamos.
Massacre de estudantes no
México - como se aqui no Brasil, não ocorressem mortes diárias em decorrência
de acertos entre traficantes e policiais ou milicianos; ataques a religiosos em
Jerusalém - bem, podemos não ter ataques diretos a religiosos aqui, mas em
compensação quase que todas as outras formas de manifestação livre são objeto
de violência, opção sexual, cor da pele, forma do corpo, deficiências,
limitações, situação social e arisco dizer sim que por religião também, só não
me recordo de um caso pontual para citar agora; Recorde de atentados no Iraque
- pois bem, me digam o que seria a queima indiscriminada com vítimas fatais de
ônibus em escala também recorde em São Paulo, os assaltos a caixas eletrônicos
explodidos com uma quantidade de explosivos usados e apreendidos para este fim
que não deixa devendo em nada a quantidade que é utilizada nestes atentados no
Oriente, os Black blocs que vem em arrastões destruindo tudo e todos que veem
pela frente, arrastões no verão em vários locais do litoral por todo Brasil;
Sequestro de General na Colômbia – isso acho até desnecessário comentar.
Ao se
falar em sequestro no Brasil, tal delito é algo que rende uma trilogia de casos
famosos que terminaram bem e outros tantos que terminaram muito mal, com a
invasão atrapalhada da polícia, podendo aqui citar dois casos de comoção
nacional, o do ônibus 174, com a morte por asfixia do sequestrador dentro da
viatura e de uma das sequestradas que fora atingida por um tiro de um policial
do Bope quando o primeiro se entregava. Virou até filme.
O outro, não menos famoso é o da menina Eloá
que fora vítima de um rapaz desequilibrado, que nada tinha feito até que a
polícia com sua expertise de jogadores de primeira viagem de paintball, invadiu o local e fez
com que o rapaz matasse a mesma;
Ebola na Libéria – bom poderia este ser bem
mais difícil, mas em um país onde se tem surtos descontrolados de dengue e um
povo que não consegue se conscientizar em virar baldes, furar pneus e potes
onde se regam plantas, o ebola mataria a todos nós em uma semana e olhe lá;
Assassinato
de miss em Honduras e linchamento de mulher pela própria família no Paquistão –
é preciso repetir? O grau de violência contra a mulher no Brasil é algo digno
do tempo da ditadura militar aqui ou dos campos de concentração da segunda
guerra. Exagero?
Nos primeiros seis meses de 2014, a Central de Atendimento à
Mulher – Ligue 180 realizou 265.351 atendimentos, sendo que as denúncias de
violência corresponderam a 11% dos registros – ou seja, foram reportados 30.625
casos – somente por essa via em seis meses.
Em 94% dos casos, o autor da
agressão foi o parceiro, ex ou um familiar da vítima (fonte: Agência Patricia
Galvão) - ...a pesquisa estima que mais de 13 milhões e 500 mil mulheres já
sofreram algum tipo de agressão (19% da população feminina com 16 anos ou
mais).
Destas, 31% ainda convivem com o agressor. E pior: das que convivem com
o agressor, 14% ainda sofrem algum tipo de violência.
Este resultado, expandido
para a população brasileira, implica em dizer que 700 mil brasileiras
continuam sendo alvo de agressões. (fonte: Secretaria da Transparência – Data
Senado), e por ai os números se alastram sem dó nem piedade;
Degola de reféns na Síria
– caímos novamente nas barbáries geradas pelo tráfico de drogas e pelo crime
organizado no país.
Caso queiram mais dramaticidade podemos ir até o Maranhão,
onde no início do ano se arrancam cabeças de detentos em presídios deste Estado,
o que também ocorreu no Paraná no final do primeiro semestre do ano.
Aqui já podemos
adicionar os crimes contra a humanidade que ocorrem na Coréia do Norte.
Nicolas
Maduro na Venezuela – bem, quem tem Dilma não precisa de Nicolas Maduro e tão
pouco de Putin, eis que vivemos em um país em regime autoritário a muito.
Ainda somos o melhor
dentre os piores?
Ou somos um dos piores dentre os piores?
post: Marcelo Ferla
fonte do texto inicial: Espaço Vital
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