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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Admirável mundo torto.


México: um país em choque com massacre dos 43 estudantes.


Segundo os organizadores, 120 mil pessoas participaram da marcha, no mais recente protesto pelo desaparecimento dos jovens.

O México amanheceu, neste sábado, horrorizado com o massacre dos 43 estudantes desaparecidos confessado por traficantes de drogas detidos - revelação essa em que os pais das vítimas se recusam a acreditar até que haja provas.
Depois de quase um mês e meio sem notícias claras sobre os estudantes, a Procuradoria Geral mexicana divulgou a chocante declaração de três membros do cartel de drogas Guerreros Unidos. O trio confessou o assassinato dos jovens, relatando que os corpos queimaram por 14 horas até serem jogados em um rio.

Painel com fotos dos 43 estudantes desaparecidos no México.
Foto: Daniel Becerril / Reuters
Até agora, a Procuradoria havia conseguido reconstituir apenas parte do crime ocorrido na trágica noite de 26 de setembro, em Iguala, no estado de Guerrero (sul). Policiais locais atacaram alunos da combativa Escola de Magistério de Ayotzinapa, por ordem do agora ex-prefeito detido. O objetivo era evitar protestos durante um comício liderado pela primeira-dama da prefeitura.
Nesses ataques, seis pessoas morreram, e 43 alunos foram dados como desaparecidos, a maioria entre 18 e 21 anos. Segundo confissões de outros envolvidos detidos, os jovens teriam sido entregues por policiais a traficantes do Guerreros Unidos.
A organização Human Rights Watch classificou o crime como "um dos mais graves registrados na história contemporânea do México e da América Latina".
Para o historiador Lorenzo Meyer, agora, "o importante é ver como a sociedade mexicana vai reagir. Vai continuar tão apática como foi durante anos? Tão acostumada com as coisas do jeito que são?".
"Espero que o estado de choque não seja apenas meu, mas que seja compartilhado por meus concidadãos. Se isso não causar um choque entre nós, nada poderá causar", disse Meyer à AFP.
Mais de 80 mil pessoas foram assassinadas no México, e outras 22 mil estão desaparecidas, desde que o ex-presidente Felipe Calderón lançou o combate militar contra os cartéis, em 2006.

Foto de arquivo do prefeito de Iguala, José Luis Abarca, preso pela polícia do México. 29/10/2013
Foto: Stringer / Reuters
Até o momento, os pais são os primeiros a garantir que não vão "baixar a guarda" diante da reviravolta nas investigações.
"Parece que interessa ao governo federal, com uma grande irresponsabilidade, que isso acabe logo, porque tudo é na base de depoimentos, não há nada certo", declarou Meliton Ortega, tio de um dos desaparecidos.
Com base nas confissões de três pistoleiros, divulgadas parcialmente em vídeos na sexta-feira, o procurador-geral do México, Jesús Murillo Karam, contou que os estudantes foram levados para um lixão da localidade vizinha de Cocula, na noite de setembro. Alguns já chegaram ao local mortos por asfixia, e os demais foram assassinados lá mesmo.
Segundo os pistoleiros, os corpos calcinados foram fraturados, colocados em sacos de lixo e jogados em um rio próximo de Cocula. No lixão, peritos encontraram cinzas e alguns vestígios de ossos humanos. Murillo Karam destacou que um dos sacos foi encontrado fechado, com restos humanos que dificilmente serão identificados.
Os pais das vítimas afirmam que acreditarão na versão atual apenas quando os restos mortais encontrados forem verificados por uma perícia independente. 
Na sexta-feira à noite, cerca de 300 pessoas se concentraram, levando velas, na emblemática praça do Ángel de la Independencia na capital e, depois, seguiram para a sede da Procuradoria. Na fachada do prédio, pintaram "#YaMeCanséDelMiedo" (#jamecanseidomedo).
"Sinto impotência, coragem, incredulidade em relação ao que o governo diz que aconteceu", disse à AFP Judit Ureña, mãe de uma menina de sete anos.
Também na sexta, os aguerridos professores da Coordenadoria Estatal de Trabalhadores da Educação de Guerrero (CETEG, na sigla em espanhol) ameaçaram radicalizar seus protestos, que incluíram bloqueios de estrada, saques a lojas e até atear fogo ao Palácio do Governo em Chilpancingo.
Este é o pior momento político do governo Enrique Peña Nieto, desde que o presidente assumiu o cargo em 2012. 

Neste ano, quando o Partido Revolucionário Institucional (PRI) recuperou a presidência, Peña Nieto foi aplaudido por chefes de Estado por suas polêmicas medidas, como a abertura do nacionalizado setor petroleiro ao investimento privado.
Protestos em massa varrem o país, e a expectativa é que aumentem após as últimas notícias sobre os estudantes.
Em meio ao estado de comoção nacional, continua a causar polêmica a viagem do presidente Peña Nieto à China e à Austrália, onde participará de cúpulas de economia, entre elas a do G-20. Ele embarca neste domingo.
"Isso o afeta negativamente, porque acho que o México, com as reformas, sobretudo, no tema energético, havia-se tornado um cenário muito atraente para os capitais", disse à AFP o especialista em Segurança Javier Oliva, da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam).
Peña Nieto encurtou a viagem em quatro dias, mas continua recebendo críticas.
"É uma ideia ruim que ele vá (...) Já imagino a primeira foto com Xi Jinping e com Peña Nieto com uma taça de champanhe, enquanto os pais estão tentando enterrar seus filhos", acrescenta Oliva.
Os pais dos estudantes acusam o governo de falta de sensibilidade. Já analistas consultados pela AFP, como o ex-oficial de Inteligência mexicano Alejandro Hope, suspeitam de que as novas revelações tenham sido divulgadas propositadamente na sexta-feira e antes da viagem do presidente.
"Para mim, parece que há uma tentativa de 'administrar tempos'. Se guardaram a informação, imagino que tenha sido por razões que tenham mais a ver com 'tempos políticos'", comentou Hope.

post: Marcelo Ferla
fonte: Site terra.

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