Depois de ter presenciado a eleição presidencial mais acirrada da história de nosso país desde o fim da ditadura trago este texto para que possamos refletir se essa disputa e vitória de Dilma não se deu pelo maior peso na balança de ofensas dela, a partir do momento em que ofendeu mais seu adversário, o derrotando por apontar suas falhas como gestor político ou se ocorrera o contrário, o que prejudicou o candidato Aécio o levando a derrota foi a balança ter pesado mais para o seu lado por ter sido ele mais agressivo e menos agradável?.
O certo é que tivemos uma campanha de muitas poucas propostas e sobra de ofensas e ameaças.
Leiam e reflitam.
“Por que os candidatos se
agridem?"
*Professor
J. Vasconcelos
A esfera de atuação dos
políticos na democracia representativa que nós temos aqui no Brasil é voltada,
basicamente, aos interesses pessoais e partidários. Eles visam à perpetuação do
Poder, relegando os interesses da comunidade para segundo e, quando não, até
para terceiro plano. No sistema de eleição como está apresentado hoje no Brasil
e em boa parte do mundo, os políticos exploram os sentimentos das pessoas.
Preocupam-se em atacar os adversários para extrair sentimentos de repulsa dos
eleitores. Querem lançar sobre o objeto (candidato) os sentimentos de aversão
das pessoas.
A democracia verdadeira é
feita pelos cidadãos comuns e não pelos políticos que estão à frente do poder.
Por isso, a chamada "Democracia
Pura", que o nosso movimento defende, é sim a mais autêntica expressão
da vontade popular já que dispensa os intermediários na tomada de decisão de
interesses comuns.
Essa é uma forma de participação mais democrática que atende
mais aos interesses do cidadão. Qualquer pessoa pode apresentar uma proposta
para a comunidade e levar o projeto a votação, usando a internet como
ferramenta de aferição imediata da vontade popular. É uma versão moderna dos
encontros realizados em praças públicas pelos atenienses para decidir as
questões políticas da Grécia Antiga e tem como referência atual as votações
realizadas nas praças dos cantões suíços.
A Democracia Pura utiliza
um sistema próprio de pontuação para escolha de candidatos e propostas.
É o SHP
(Sistema de Habilitação e Pontuação).
Nele, não há a possibilidade de
confrontos e agressões mútuas, uma vez que nesse processo os sentimentos ficam
anulados, não exercendo nem sequer papéis periféricos; o objeto em questão
(candidato ou proposta) é que age com suas características positivas e
negativas sobre os cidadãos e esta é a diferença.
O cidadão pode se manifestar
sobre os problemas que o afetam diretamente.
Ele pode apresentar uma proposta,
por exemplo, de iluminar uma rua ou um bairro.
O projeto é apresentado na
internet e passa a ser discutido por outros moradores da região.
Os prós e
contras da proposta são amplamente debatidos e os pontos positivos valem pontos
no sistema. Essa pontuação vai dar ao eleitor a condição de analisar bem o
assunto.
A partir daí é iniciada a votação online. Depois que a proposta é
avaliada pelo sistema de pontos e todos os lados da questão são apresentados e
amplamente debatidos, inclusive com a definição dos custos necessários para a
execução do projeto, o cidadão tem condições de tomar uma decisão mais racional
e acertada, e o melhor, sem confrontos e agressões como deve ser numa sociedade
civilizada.
*J. Vasconcelos é
professor, filósofo, pesquisador e publicista; pós-graduado em Direito Constitucional,
Socialismo e Democracia, em Hamburgo (Alemanha) com cursos na Sorbonne(Paris)
sobre História Natural do Homem.
Tem desenvolvido pesquisas
sobre a produção de ideias em prosseguimento aos estudos de Locke e Stuart,
promovido cursos e proferido palestras em universidades de todo o país.
Democracia no terceiro milênio (Nobel) é um de seus livros de maior destaque.
Também é autor do livro
"Democracia Pura", que apresenta um novo modelo de governo para que a
democracia se concretize efetivamente, o livro já na 4º edição.
post: Marcelo Ferla
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