Jornalista Consuelo
Dieguez e pesquisador de comunicação e política Wilson Gomes discutem sobre os
limites da camaradagem e seu funcionamento no país.
Seria o Brasil o país do
compadrio? Quem discute e opina sobre isso na 4ª edição da Flica é a repórter
especial da Revista Piauí, Consuelo Dieguez, e o professor de Teoria da
Comunicação da UFBA (Universidade Federal da Bahia), Wilson Gomes.
O debate que
acontece às 10 horas, do dia 30 de outubro, quinta-feira, fala sobre a
tendência de algumas famílias de considerarem-se microestados dentro do Estado
Brasil e as negociações que convém a elas mas que infligem – ou não – o espaço
público.
Qual seria o limite para a camaradagem?
Um dos curadores do
evento, Aurélio Schommer, explica a escolha do tema.
“Foi levantado
principalmente por autores identificados como de direita, desde Varnhagen até
Roberto da Matta, passando por Capistrano de Abreu, numa crítica de viés
liberal ou mesmo conservador no sentido clássico, de Estado enquanto ente
impessoal.
A Flica, para não 'chover no molhado', traz um autor que aborda o
compadrio a partir de um viés de esquerda e uma jornalista investigativa, de
viés ideológico neutro, que traz fatos para um debate que interessa a todas
correntes políticas, não de um ponto de vista moralista, pois o compadrio,
desde a economia das mercês do período colonial, permeia toda sociedade,
ninguém é inocente nesse nosso arranjo social”, diz ele, que mediará o
bate-papo.
A Flica chama para a mesa
a jornalista Consuelo Dieguez, que já teve passagens pelo Globo, Exame e Veja,
venceu em 1997 o Prêmio Esso e o Prêmio Mulher Imprensa, em 2011, como melhor
profissional de revista. Seu foco é investigativo, especialmente no livro
Bilhões e lágrimas, um inventário de casos de compadrio recentes sem um juízo
de valor ideológico, além do perfil de alguns homens de empresas e negócios
públicos sequestrados por interesses privados.
Ao seu lado, Wilson Gomes,
que, a partir das relações entre mídia, capital e Estado oferece em
Transformações da política na era de comunicação de massa uma análise para o
vínculo entre esses três pilares que também é marcado pelo compadrio e troca de
favores.
Políticos profissionais planejam as suas ações com um olho no jogo
político partidário e outro no jornalismo; governantes nem podem se dar ao luxo
de abrir mão de um conjunto de profissionais de comunicação habilitados a uma
gestão eficiente da sua imagem; ninguém que tenha recursos e competência se
apresenta a uma eleição sem considerar as suas chances em face de cada um dos
“emes” fundamentais: media, money e marketing.
Essa é apenas umas das
mesas do evento, que vai do dia 29 de outubro a 2 de novembro e, este ano,
conta com patrocínio da Oi, COELBA e Governo do Estado da Bahia, através do
programa FazCultura. Cachoeira – cidade sede – é, depois de Salvador, o
município baiano que reúne o mais importante acervo arquitetônico no estilo
barroco, por isso, suas casas, igrejas, prédios históricos, dentre outras
construções, o Rio Paraguaçu e suas cachoeiras se misturam à poesia de vida das
pessoas que ali vivem e as que por ali passam.
Pela formação e notoriedade dos
convidados, o evento tem tudo para ser um marco na cultura nacional.
Acesse:
Festa Literária
Internacional de Cachoeira – Flica
post: Marcelo Ferla
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