Ariano Suassuna.
Origem:
Wikipédia.
Ariano Vilar Suassuna
(João Pessoa, 16 de junho de 1927 — Recife, 23 de julho de 20141 ) foi um
dramaturgo, romancista, ensaísta e poeta brasileiro. Autor do Auto da
Compadecida e A Pedra do Reino, foi um preeminente defensor da cultura do
Nordeste. Foi Secretário de Cultura do Pernambuco, de 1994 a 1998, e Secretário
de Assessoria do governador Eduardo Campos até abril de 2014.
Biografia
Ariano Vilar Suassuna
nasceu em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa (PB), no dia 16 de junho de
1927, filho de Cássia Vilar e João Suassuna. No ano seguinte, seu pai deixa o
governo da Paraíba e a família passa a morar no Sertão, na Fazenda Acauã, em
Aparecida, Paraíba.
Com a Revolução de 1930,
seu pai foi assassinado por motivos políticos no Rio de Janeiro e a família
mudou-se para Taperoá, onde morou de 1933 a 1937. Nessa cidade, Ariano fez seus
primeiros estudos e assistiu pela primeira vez a uma peça de mamulengos e a um
desafio de viola, cujo caráter de “improvisação” seria uma das marcas
registradas também da sua produção teatral.
A partir de 1942 passou a
viver no Recife, onde terminou, em 1945, os estudos secundários no Ginásio
Pernambucano, no Colégio Americano Batista e no Colégio Osvaldo Cruz. No ano
seguinte iniciou a Faculdade de Direito, onde conheceu Hermilo Borba Filho.
E,
junto com ele, fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Em 1947, escreveu
sua primeira peça, Uma Mulher Vestida de Sol. Em 1948, sua peça Cantam as
Harpas de Sião (ou O Desertor de Princesa) foi montada pelo Teatro do Estudante
de Pernambuco. Os Homens de Barro foi montada no ano seguinte.
Em 1950, formou-se na
Faculdade de Direito e recebeu o Prêmio Martins Pena pelo Auto de João da Cruz.
Para curar-se de doença pulmonar, viu-se obrigado a mudar-se de novo para
Taperoá. Lá escreveu e montou a peça Torturas de um Coração em 1951. Em 1952,
volta a residir em Recife. Deste ano a 1956, dedicou-se à advocacia, sem abandonar,
porém, a atividade teatral.
São desta época O Castigo da Soberba (1953), O Rico
Avarento (1954) e o Auto da Compadecida (1955), peça que o projetou em todo o
país e que seria considerada, em 1962, por Sábato Magaldi “o texto mais popular
do moderno teatro brasileiro”.
Em 1956, abandonou a
advocacia para tornar-se professor de Estética na Universidade Federal de
Pernambuco. No ano seguinte foi encenada a sua peça O Casamento Suspeitoso, em
São Paulo, pela Cia. Sérgio Cardoso, e O Santo e a Porca; em 1958, foi encenada
a sua peça O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna; em 1959, A Pena e a Lei,
premiada dez anos depois no Festival Latino-Americano de Teatro.
Em 1959, em companhia de
Hermilo Borba Filho, fundou o Teatro Popular do Nordeste, que montou em seguida
a Farsa da Boa Preguiça (1960) e A Caseira e a Catarina (1962). No início dos
anos 60, interrompeu sua bem-sucedida carreira de dramaturgo para dedicar-se às
aulas de Estética na UFPE. Ali, em 1976, defende a tese de livre-docência A
Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira.
Aposenta-se como professor em 1994.
Membro fundador do
Conselho Federal de Cultura (1967); nomeado, pelo Reitor Murilo Guimarães,
diretor do Departamento de Extensão Cultural da UFPE (1969).
Ligado diretamente
à cultura, iniciou em 1970, em Recife, o “Movimento Armorial”, interessado no
desenvolvimento e no conhecimento das formas de expressão populares
tradicionais. Convocou nomes expressivos da música para procurarem uma música
erudita nordestina que viesse juntar-se ao movimento, lançado em Recife, em 18
de outubro de 1970, com o concerto “Três Séculos de Música Nordestina – do
Barroco ao Armorial” e com uma exposição de gravura, pintura e escultura.
Secretário de Cultura do Estado de Pernambuco, no Governo Miguel Arraes
(1994-1998).
Entre 1958-79, dedicou-se
também à prosa de ficção, publicando o Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe
do Sangue do Vai-e-Volta (1971) e História d’O Rei Degolado nas Caatingas do
Sertão / Ao Sol da Onça Caetana (1976), classificados por ele de “romance
armorial-popular brasileiro”.
Ariano Suassuna construiu
em São José do Belmonte, onde ocorre a cavalgada inspirada no Romance d’A Pedra
do Reino, um santuário ao ar livre, constituído de 16 esculturas de pedra, com
3,50 m de altura cada, dispostas em círculo, representando o sagrado e o
profano. As três primeiras são imagens de Jesus Cristo, Nossa Senhora e São
José, o padroeiro do município.
Membro da Academia
Paraibana de Letras e Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (2000).
Em 2004, com o apoio da
ABL, a Trinca Filmes produziu um documentário intitulado O Sertão: Mundo de
Ariano Suassuna, dirigido por Douglas Machado e que foi exibido na Sala José de
Alencar.
Em 2002, Ariano Suassuna
foi tema de enredo no carnaval carioca na escola de samba Império Serrano; em
2008, foi novamente tema de enredo, desta vez da escola de samba Mancha Verde
no carnaval paulista. Em 2013 sua mais famosa obra, o Auto da Compadecida será
o tema da escola de samba Pérola Negra em São Paulo.
Em 2006, foi concedido
título de doutor honoris causa pela Universidade Federal do Ceará, mas que veio
a ser entregue apenas em 10 de junho de 2010, às vésperas de completar 83 anos.
"Podia até parecer que não queria receber a honraria, mas era problemas de
agenda", afirmou Ariano, referindo-se ao tempo entre a concessão e o
recebimento do título.
Durante o mandato de
Eduardo Campos, Ariano foi Assessoria Especial do Governo de Pernambuco, até
abril de 2014.
Ariano Suassuna era
torcedor fanático do Sport Club do Recife.
Morte
Ariano morreu no dia 23 de
julho de 2014 no Real Hospital Português, no Recife, onde deu entrada na noite
do dia 21 vítima de um acidente vascular cerebral (AVC), passando por
procedimento cirúrgico com colocação de dois drenos para controlar a pressão
intracraniana. Ele ficou em coma e respirando por ajuda de aparelhos.
Estudos
Em 1942, ainda
adolescente, Ariano Suassuna muda-se para cidade do Recife, no vizinho estado
de Pernambuco, onde passou a residir definitivamente. Estudou o antigo ensino
ginasial no renomado Colégio Americano Batista, e o antigo colegial (ensino
médio), no tradicionalíssimo Ginásio Pernambucano e, posteriormente, no Colégio
Oswaldo Cruz. Posteriormente, Ariano Suassuna concluiu seu estudo superior em
Direito (1950), na célebre Faculdade de Direito do Recife, e em Filosofia
(1964).
De formação calvinista e
posteriormente agnóstico, converteu-se ao catolicismo, o que viria a marcar
definitivamente a sua obra.
Ariano Suassuna estreou
seus dons literários precocemente no dia 7 de outubro de 1945, quando o seu
poema "Noturno" foi publicado em destaque no Jornal do Comércio do
Recife.
Advocacia e teatro
Na Faculdade de Direito do
Recife, conheceu Hermilo Borba Filho, com quem fundou o Teatro do Estudante de
Pernambuco. Em 1947, escreveu sua primeira peça, Uma mulher vestida de Sol. Em
1948, sua peça Cantam as harpas de Sião (ou O desertor de Princesa) foi montada
pelo Teatro do Estudante de Pernambuco. Seguiram-se Auto de João da Cruz, de
1950, que recebeu o Prêmio Martins Pena, o aclamado Auto da Compadecida, de
1955, O Santo e a Porca - O Casamento Suspeitoso, de 1957, A Pena e a Lei, de
1959, A Farsa da Boa Preguiça, de 1960, e A Caseira e a Catarina, de 1961.
Entre 1951 e 1952, volta a
Sousa, para curar-se de uma doença pulmonar. Lá escreveu e montou Torturas de
um coração. Em seguida, retorna a Recife, onde, até 1956, dedica-se à advocacia
e ao teatro.
Em 1955, Auto da
Compadecida o projetou em todo o país. Em 1962, o crítico teatral Sábato
Magaldi diria que a peça é "o texto mais popular do moderno teatro
brasileiro". Sua obra mais conhecida, já foi montada exaustivamente por
grupos de todo o país, além de ter sido adaptada para a televisão e para o
cinema.
Em 1956, afasta-se da
advocacia e se torna professor de Estética da Universidade Federal de
Pernambuco, onde se aposentaria em 1994. Em 1976, defende sua tese de
livre-docência, intitulada "A Onça castanha e a Ilha Brasil: uma reflexão
sobre a cultura brasileira".
Ariano acredita que:
"Você pode escrever sem erros ortográficos, mas ainda escrevendo com uma
linguagem coloquial."
Movimento Armorial
Para maiores informações
acesse o artigo completo sobre o Movimento Armorial.
Ariano foi o idealizador
do Movimento Armorial, que tem como objetivo criar uma arte erudita a partir de
elementos da cultura popular do Nordeste Brasileiro.
Tal movimento procura
orientar para esse fim todas as formas de expressões artísticas: música, dança,
literatura, artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura, entre outras
expressões.
Obras de Ariano Suassuna
já foram traduzidas para inglês, francês, espanhol, alemão, holandês, italiano
e polonês.
Academia Pernambucana de
Letras
Em 1993, foi eleito para a
cadeira 18 da Academia Pernambucana de Letras, cujo patrono é o escritor Afonso
Olindense.
Desde 1990, ocupa a
cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é Manuel José de
Araújo Porto Alegre, o barão de Santo Ângelo.
Academia Paraibana de
Letras
Assumiu a cadeira 35 na
Academia Paraibana de Letras em 9 de outubro de 2000, cujo patrono é Raul
Campelo Machado, sendo recepcionado pelo acadêmico Joacil de Brito Pereira.
Obras selecionadas
Uma mulher vestida de Sol,
(1947);
Cantam as harpas de Sião
ou O desertor de Princesa, (1948);
Os homens de barro,
(1949);
Auto de João da Cruz,
(1950);
Torturas de um coração,
(1951);
O arco desolado, (1952);
O castigo da soberba,
(1953);
O Rico Avarento, (1954);
Auto da Compadecida,
(1955);
O casamento suspeitoso,
(1957);
O santo e a porca, (1957);
O homem da vaca e o poder
da fortuna, (1958);
A pena e a lei, (1959);
Farsa da boa preguiça,
(1960);
A Caseira e a Catarina,
(1962);
As conchambranças de
Quaderna, (1987);
Fernando e Isaura,
(1956)"inédito até 1994".
Romance
A História de amor de
Fernando e Isaura, (1956);
O Romance d'A Pedra do
Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, (1971);
História d'O Rei Degolado
nas caatingas do sertão /Ao sol da Onça Caetana, (1976)
Palestras
Defesa contra a teoria da
evolução.
Poesia
O pasto incendiado,
(1945-1970);
Ode, (1955);
Sonetos com mote alheio,
(1980);
Sonetos de Albano
Cervonegro, (1985);
Poemas (antologia),
(1999).
Marcelo Ferla
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