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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Luto.

Morre aos 71 anos Lou Reed, lendário músico do Velvet Underground
Ele teve que passar por um transplante de fígado em maio
Morreu neste domingo, 27, aos 71 anos, o extremamente influente compositor e guitarrista Lou Reed, que ajudou a dar forma a quase 50 anos de rock. A causa da morte não foi oficialmente confirmada, mas ele havia passado por um transplante de fígado em maio.
No fim da década de 60, com o Velvet Underground, Reed fundiu a urgência das ruas com elementos da música avant-garde da Europa, casando beleza e barulho, enquanto dava toda uma nova honestidade, em termos de letras, à poesia do rock. Como artista solo criativo, entre as décadas de 70 e 2010, ele estava sempre surpreendendo e desafiando os fãs com seu estilo camaleônico. Glam, punk e rock alternativo são todas coisas impensáveis sem ele.





Lewis Allan "Lou" Reed nasceu no Brooklyn, em 1942. Fã de doo-wop e dos primórdios do rock (em uma cerimônia tocante, ele ajudou a introduzir Dion ao Hall da Fama do Rock, em 1989), Reed também devia parte de sua formação e inspiração ao período em que estudou na Universidade de Syracuse com o poeta Delmore Schwartz.

Depois da faculdade, ele trabalhou como compositor para o selo Pickwick Records (com a qual conseguiu um pequeno hit em 1964 com a paródia dance "The Ostrich").
Em meados da década de 60, ele ficou amigo do músico John Cale, de formação clássica. Reed e Cale formaram uma banda chamada Primitives, depois mudaram o nome para The Warlocks. 

Depois de conhecer o guitarrista Sterling Morrison e a baterista Maureen Tucker, eles se tornaram o Velvet Underground. A banda chamou atenção de Andy Warhol. "Andy costumava exibir os filmes dele na gente", Reed contou certa vez. "Usávamos preto para que desse para ver o filme. Mas a gente só usava preto, de qualquer forma".
Com "produção" de Warhol, mas sem qualquer repercussão comercial, ao ser lançado no início de de 1967, o disco de estreia do VU, The Velvet Underground & Nico, é hoje um marco na história da música que pode ser comparado a Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, ou Blonde On Blonde, do Bob Dylan. As descrições de Reed a respeito da vida boêmia de Nova York, com alusões a drogas, e sadomasoquismo, eram invejáveis até aos momentos mais sombrios dos Rolling Stones, enquanto as doses generosas de distorção e barulho gratuitos revolucionavam a guitarra no rock.

Os três discos seguintes da banda, White Light/White Heat (1968), The Velvet Underground (1969) e Loaded (1970), foram também ignorados. Mas seriam admirados por gerações futuras, fixando o status do Velvet Underground como uma das bandas mais influentes de todos os tempos, nos Estados Unidos.
Depois de se separar dos Velvets em 1970, Reed foi para a Inglaterra e, seguindo sua tradição de ser paradoxal, gravou um disco solo com apoio dos integrantes da banda de rock progressivo Yes. Mas foi o disco seguinte dele, Transformer (1972), produzido pelo discípulo de Reed, David Bowie, que o elevou para além do status de cult, fazendo dele um genuíno astro do rock. Apesar da alusão a sexo oral, “Walk On the Wild Side”, uma evocação carinhosa, embora não fosse sentimental, à cena do estúdio de arte Factory, de Warhol, se tornou um hit nas rádios e “Satellite of Love” ganhou muitas covers, incluindo uma versão do U2.

Reed passou a década de 70 desafiando expectativas quase como se isso fosse um esporte. Berlin (1973) era uma literariamente pomposo enquanto Sally Can’t Dance (1974) tinha sopros do soul e guitarras ousadas. Em 1975, ele lançou Metal Machine Music, um experimento barulhento que o selo RCA vendeu como música clássica avant-garde, enquanto em 1978 saiu o ao vivo Take No Prisoners que era quase como um álbum de comédia em que Reed destruía nominalmente críticos de rock (“Lou certamente é um adepto de descobrir novas maneiras de cagar nas pessoas”, disse um desses críticos, Robert Christgau, naquela época).

Ao explicar a trajetória inusitada da carreira, Reed disse ao jornalista Lester Bangs: “As minhas merdas valem mais do que os diamantes das outras pessoas .”
A personalidade sexualmente ambígua de Reed e o abuso de drogas ao longo dos anos 70 ajudaram a fazer dele um mito do rock. Mas na década seguinte, ele começou a ficar mais suave.

Casou-se com Sylvia Morales e mostrou um pouco da vida de recém-casado no excelente The Blue Mask (1982), o melhor trabalho dele desde Transformer. New Sensations (1984) tinha aspecto mais comercial e, em 1989, New York encerrou a década com uma coleção de músicas engraçadas e políticas que foram amplamente elogiadas.

Em 1991, ele colaborou com Cale em Songs For Drella, um tributo a Warhol. Três anos mais tarde, o Velvet Underground se reuniu para uma série de shows bem-sucedidos na Europa.
Reed e Morales se divorciaram no começo da década de 90. Poucos anos depois, Reed começou um relacionamento com a artista performática Laurie Anderson. Os dois se tornaram ícones inseparáveis de Nova York, colaborado e se apresentando juntos ao vivo enquanto também se envolviam em ativismo cívico e ambiental. Eles se casaram em 2008.
Reed continuou a seguir os impulsos idiossincráticos como artista depois de 2000. Depois de passar por uma fazer de roqueiro decadente, se tornou um ávido estudante de T'ai Chi, chegando até a levar o instrutor para o palco durante shows, em 2003. Em 2005, lançou um disco duplo chamado The Raven, baseado no trabalho de Edgar Allen Poe. Em 2007, lançou um álbum de ambiente intitulado Hudson River Wind Meditations. Reed retornou ao rock mainstream em 2011 com Lulu, uma colaboração com o Metallica.
“Ao longo de tudo isso, sempre achei que se você pensa em tudo isso como um livro, então você tem o Grande Romance Americano, sendo que cada disco é um capítulo”, ele disse à Rolling Stone EUA em 1987. “Estão em ordem cronológica. Se você empilhar tudo e ouvir em ordem, é o meu Grande Romance Americano."

Marcelo Ferla
fonte: Rolling Stones

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