Durante a maior parte da minha vida fui contra a pena
de morte. Até que senti de perto, no exercício da minha profissão, a dor
profunda das pessoas que eram familiares de vítimas destroçadas pelos
assassinos e estupradores de suas mães, seus filhos, seus pais.
E pude ver assim como dói, como punge e como devora dor
dos familiares de vítimas mortas violentamente.
E quando senti isso passei a ser a favor da pena de
morte.
***
Claro que tenho de manter a lucidez: só defendo agora a
pena de morte quando todas as provas do inquérito e do processo forem
absolutamente claras contra o réu, se subsistir no processo uma só dúvida sobre
a autoria do crime, eu afastaria a possibilidade de condenar o acusado de
perder a vida pelo crime monstruoso perpetrado por ele.
***
Vejam o caso da menina que foi estuprada cruelmente no
entardecer da última segunda-feira na Zona Sul da cidade. Ela estava até esta
quarta-feira internada em estado gravíssimo na UTI do HPS.
O autor do atentado, um rapaz de 18 anos, estuprou e
martirizou a menina de 7 anos pela simples causa de que era namorado da tia da
menina e foi por ela abandonado.
Para se vingar da tia da menina, o monstro
esgualepou-a, estuprou-a e a deixou abandonada num matagal, onde a garota ficou
agonizando por cinco horas para ser levada após a um hospital, os restos dela
pareciam que iriam ter destino num cemitério.
***
Um tarado que comete uma barbárie dessas não tem
regeneração. Tem de ir para a forca ou para a cadeira elétrica.
Não há piedade que possa socorrê-lo.
Se os nossos presídios tivessem segurança, eu talvez
não fosse a favor de matá-lo com a pena máxima. Mas do jeito que estão os
nossos presídios, que a incúria pública não quer que sejam privatizados, quem
me garante que um monstro desses não fugirá em seguida da cadeia?
Então temos de matá-lo. Ele tem de sofrer nem que seja
por medo um pouco do que sofreu em suas mãos e ainda sofre no hospital a pobre
meninazinha massacrada e vilipendiada.
Tem de matar o monstro. Só assim a consciência da
sociedade e a dor da vítima podem de leve vir a ser saciadas.
Paulo Sant'Ana
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