- Quintana que o diga,
diante de tão bela montaria,
distinto traço,
porte elegante,
infenso ao trote,
soberana eumetria.
Assim é definido,
pelo passo fagueiro,
nosso majestoso eqüídeo,
refinado e meio-líneo,
animal vistoso e valente,
genuinamente brasileiro.
É o nosso Mangalarga,
Marchador que encantava
a nobreza lusa,
que elogios não lhe poupava,
pois sem abalo e de bom grado
a todos transportava,
ao ritmo suave
do seu leve andar marchado.
Hoje este representante legítimo,
do nosso rico patrimônio genético,
encontra-se irreconhecível
de tão modificado,
sendo facilmente confundido,
com qualquer trotão.
E o que dizer, então,
quando por muitos
é considerado,
apesar de profundamente descaracterizado,
como autêntico marchador,
ao arrepio do padrão,
por lei determinado.
Pensam entretanto,
alguns por engano,
outros por insipiência,
outros nem tanto,
que o Mangalarga Marchador,
sem critério e sem pudor,
deveria exibir o aspecto,
de um árabe, de um PSI,
ou de um hanoveriano.
O Mangalarga porém,
modesto e cordial,
admirável animal,
inigualável ao caminhar,
equilibrado e afável,
como límpido arroio,
prefere avançar serenamente,
sem sacudir o condutor,
com sua marcha confortável,
em tríplice apoio.
Ouça o que digo
criador amigo,
caro companheiro,
não o faço por glória, fama ou dinheiro,
quando livre o cavalo não marcha,
com certeza é de outra raça,
nunca foi um marchador.
Pode ter beleza e graça
mas, faça-me o favor,
beleza não põe mesa,
a marcha espontânea é a raça
e define o Mangalarga,
nosso esplêndido Mangalarga Marchador.
Bruno Hopf
Marcelo Ferla
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