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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Diabetes.



Estudo sobre insulina pode pôr fim às injeções.

Injeções diárias de insulina fazem parte da rotina dos diabéticos.

Pesquisadores conseguiram decifrar o mecanismo de fixação da insulina em seu receptor celular, comparado a "um aperto de mãos molecular", uma descoberta que pode ser crucial para milhões de diabéticos em todo o mundo.

Os trabalhos, publicados nesta quinta-feira na revista Nature, permitem conhecer melhor o funcionamento da insulina, hormônio que retém o açúcar do sangue para metabolizá-lo e transformar em energia.

Ao estabelecer um modelo do hormônio fixado em seu receptor (uma proteína) graças a um acelerador de partículas, "mostramos que a insulina e seu receptor se modificam graças a uma interação", destacou Mike Lawrence, professor associado do Walter and Eliza Hall Institute de Melbourne.

— Um fragmento de insulina se desloca e as partes fundamentais do receptor vão ao encontro do hormônio da insulina. Isso pode ser chamado "um aperto de mãos molecular" — explicou.

Seu laboratório fez esta descoberta em associação com a Case Western Reserve, da Universidade de Cleveland (Ohio), com a Universidade de Chicago, a Universidade de York (Grã-Bretanha) e o Instituto de Química Orgânica e Bioquímica de Praga.

— Agora podemos utilizar esses conhecimentos para elaborar novos tratamentos com insulina mais eficazes — acrescentou Lawrence.
Milhões de pacientes podem, por exemplo, esperar uma importante melhoria de sua qualidade de vida graças ao fim das injeções diárias de insulina.

A destruição de células beta produtoras de insulina leva à diabetes de tipo 1, enquanto problemas em seu funcionamento provocam a forma mais corrente da doença, a diabetes de tipo 2 (DT2). A diabetes DT2 afeta mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Este número poderá ser duplicado nos próximos anos devido à epidemia de obesidade e a vida sedentária acompanhada de alimentação rica em gordura e açúcar. Alguns fatores genéticos também favorecem o aparecimento da doença.

— Nós ainda não temos um tratamento para a diabetes, mas descobertas como a da fixação da insulina nos dão esperança de estarmos mais próximos — declarou Nicola Stokes, do Conselho Australiano de Diabetes.

A diabetes é uma doença silenciosa: quando aparecem os sinais (sede, necessidade frequente de urinar, taxa de açúcar no sangue muito elevada), é porque a doença já evolui há muitos anos. Durante esse período, a deterioração dos órgãos já começou.

A diabetes, muitas vezes associada à hipertensão e a taxas de colesterol altas, expõe a um risco maior de infarto cardíaco e de acidentes vasculares encefálicos. A doença pode também obrigar o paciente a fazer hemodiálise, levar à amputações e à cegueira.

Colaboração: Paulo Ferla

post: Marcelo Ferla


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