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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Fardos de uma cultura





















9.1.10


Fardos de uma cultura

Foi com certa surpresa que recebi dia destes o comentário de que o recém eleito Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, era nomeado o mais novo vencedor do Prêmio Nobel da Paz, entregue a este em cerimônia na cidade de Oslo, na Noruega.


O recebimento do prêmio por este, bem como a sua indicação, decorrem de uma análise do Comitê Nobel, que, diga-se de passagem, já havia sido feita, de forma agerar uma decisão controversa, desde o mês de Outubro deste ano, passando, desde então, a optar pelo Presidente Obama sob a justificativa de que este lançou uma nova era de engajamento e multilateralismo na política externa americana.


Multilateralismo na política externa? Tudo um tanto quanto precoce e rápido a meu ver. Pois bem.


A mim, não parece ser este o real fundamento que justifica esse ato precoce por parte do Comitê Nobel. Há muito mais do que isso.


Não sou contra a pessoa de Barack Obama, pelo contrário, escrevi aqui neste blog, com tremenda euforia, três textos no período em que ocorrera a sua histórica escolha como líder da maior potência do mundo, ambos intitulados “O Hussein Bom, I, II e III”.


O acho um homem extraordinário, preparado, pelo menos em sua formação, o que não é sinônimo de experiência prática política, mas que mesmo assim, deu a cara à tapa para enfrentar as mazelas deixadas pelo governo anterior, deu o corpo para governar e levar às costas, um fardo imenso e injusto para com ele, deixado por seu antecessor, o desastrado enão menos ridículo texano furador de poços de petróleo George W. Bush, Filho, que tem filho no nome ou assim é chamado por ser um legítimo filhinho de papai que brincou de ser presidente. Até ai Obama não tem nada com isso e com o que ocorreu nesse período efadonho.


Bem, dito isto, começo minha análise sob o enfoque de uma cultura que persegue os Estados Unidos da América desde 1899, a “cultura da fomentação econômica americana através do mercado bélico”. Isso se dá desde a ocorrência da Guerra entre EUA e as Filipinas que perdurou de 1889 até 1902, onde ambos lutaram pela independência daquele pobre país, país este que restou dominado pelos EUA.


Há que se recordar e falar de algo irrefutável em se falando de EUA, armas e Guerras. A economia americana sempre teve como uma de suas locomotivas de desenvolvimento, o financiamento de guerras, de tropas estrangeiras em guerra e o ingresso da própria nação em tantas outras que nem suas eram.


Prova disso se dá nos dias de hoje em que soldados americanos são alvejados e mortos nas guerras no oriente médio, mais especificamente no Afeganistão, com as mesmas balas e armas que o próprio governo americano fornecera a este povo quando da invasão da ex-URSS sobre este território, em épocas de guerra fria e temor de armas atômicas. Coisa do destino, do aqui se faz aqui se paga.


Mais não foi somente isso, essa cultura americana e maldita de manter parte de suas rendas através do caos mundial e de sua intromissão como julgador dos justos e injustos tem uma série de capítulos que passarei a relatar logo abaixo, tudo para dar ao leitor uma idéia de o quando andam juntos EUA, guerras e tudo de ruim que dizem respeito a estas.


1913


Na Revolução Mexicana, os EUA bloqueiam fronteiras mexicanas em apoio aos revolucionários.


1915


Tropas Americanas desembarcam no Haiti, em 28 de julho, e transformam o País num virtual protetorado americano.


1916


Os EUA instituem um governo militar na República Dominicana.


1927


Cerca de mil "marines" desembarcam na China durante a guerra civil local.


1914-1918


Primeira Guerra Mundial. Em 06 de abril de 1917, declaram guerra à Alemanha.


1939-1945


Segunda Guerra Mundial. O ataque japonês à base militar americana de Pearl Harbor, em 07 de dezembro de 1941, ocasiona a entrada do país na guerra.


1950


Início do conflito entre República Democrática da Coréia (Norte) e República da Coréia (Sul). Os EUA participam do lado dos sul-coreanos. Cerca de 03 milhões de pessoas morreram, e a guerra termina em 1955.


1955-1975


Guerra do Vietnã. Aliados aos sul-vietnamitas, os americanos tentam impedir, sem sucesso, a formação de um estado comunista, unindo o sul e o norte do país. Inicialmente, a participação americana se restringe a ajuda econômica e militar. Em agosto de 1964, após ataques norte - vietnamitas ao destróier americano Maddox, o congresso americano autoriza o presidente a lançar os EUA em guerra. Exilados cubanos anticastristas, apoiados pelo governo de John Kennedy, invadem a baía dos Porcos, em Cuba, em uma tentativa fracassada de derrubar Fidel Castro.


1980


Facassa a operação-resgate dos reféns na embaixada americana em Teerã, capturados por estudantes mulçumanos.


1983


Em meio a uma onda de intervenções em países da América Central, numa luta de forças entre a esquerda e a direita, na qual os EUA insistem em se envolver militarmente, o presidente Ronald Reagan envia tropas à ilha caribenha de Granada com o objetivo de impedir a expansão do comunismo na América Latina. Os EUA derrubam o governo local.


1986


Aviões americanos atacam uma base aérea em Sirte, cidade de Muammar Gaddafi, líder líbio.


1986


Washington adota represálias contra Gaddafi, acusado de liderar o terrorismo internacional. Bases militares em Trípoli e Benghazi são atacadas e civis são atingidos.


Em dezembro deste mesmo ano, no Panamá, depois de fracassadas as tentativas de depor Manuel Noriega, o presidente George Bush, envia 24 mil soldados ao país, derruba o governo e empossa Guillermo Endara, eleito em pleito anulado por Noriega.


1990-1991


Após a invasão do Iraque ao Kuwait, em 02 de agosto de 1990, a OTAN e os EUA decidem impor um embargo econômico ao país, seguido de uma coalizão anti-Iraque que ganhou o título de "Operação Tempestade no Deserto". As hostilidades começam em 16 de janeiro de 1991, um dia depois do fim do prazo dado ao Iraque para retirar tropas do Kuait.


1992


Forças militares dos EUA chegam à Somália para intervir numa guerra entre facções do então presidente Ali Mahdi Muhammad e tropas do general rebelde Farah Aidib.


1993


No início do governo Clinton, um ataque contra instalações militares iraquianas é lançado em retaliação a um suposto atentado, não concretizado, contra o ex-presidente Bush, em visita ao Kuwait. 
1994


Tropas norte-americanas fortemente armadas chegam ao Haiti por ar e mar e, com um acordo firmado de última hora, o general Raoul Cédras promete deixar o governo. Assim, o presidente eleito, o exilado Jean-Bertrand Aristide, poderá tomar posse.


1995


Os EUA enviam tropas militares para Tuzla (norte da Bósnia) com o objetivo de garantir a assinatura formal do acordo de paz entre Sérvia, Croácia e Bósnia.


1995 á 2009


Ataques aéreos realizados nos Bálcãs em 1995 e 1999, a invasão do Iraque e a derrubada do governo de Saddam Hussein sob a alegação da existência de armas de destruição em massa existentes naquele país, armas que nunca foram encontradas, tendo como desfecho o julgamento do ditador iraquiano, condenado a forca e morto sumariamente e, até o presente momento, a campanha no Afeganistão Paquistão, após os atentados do 11 de Setembro, que perdura até os dias de hoje, com o recente reforço de mais 30 mil homens, totalizando quase 100 mil homens em território de guerra.


A meu ver o Comitê Nobel deposita em Barack Obama, muito mais a pressão de fazer valer o prêmio que recebera, oreal valor deste, tentando colocar o líder americano na contramão de suas ultimas decisões do que reconhecer e exaltar as motivações e comemorações do recebimento deste prêmio por ele. Obama ainda não fez absolutamente nada para merecer algo tão grandioso, ele mesmo reconhece tal situação, mais se o intuito do Comitê Nobel foi o de colocar o líder americano contra a parede no sentido de que se dê fim ao que vem ocorrendo no oriente médio com as tropas americanas e com o povo local, confesso que a jogada foi de mestre. 
Se você tem um Nobel da Paz na estande tem que fazer por merecê-lo e com paz e sua aplicação a exemplo dos grandes nomes que o antecederam, caso contrário estará sujeito a ser exposto ao ridículo mundialmente.


Para se merecer algo desta profundidade, deve-se ser um emissário da paz e tal função não combina com alguém que sustenta duas guerras em duas frentes de batalha distintas e que há poucos dias enviou mais tropas para o terreno hostil do inimigo, como já fora dito.


Devemos comemorar a nomeação de Obama com um prémio como o Nobel da Paz, somente se, e se, ele venha a ser uma das saídas para o término ou pelo menos amortização de tais conflitos, caso contrário o tiro dado pelo Comitê Nobel será como aquele que atinge um civil inocente em uma troca de tiros entre insurgentes e militares americanos nas ruas de qualquer cidade como Bagdá, Kandahar ou Cabul, isso pouco importa.


Ao contrário do que Obama defendeu em seu discurso sobre a aplicação da força através da guerra em favor de uma futura paz, equivoca-se ele ao pensar que o símbolo deste prêmio seja este, bem como as ações de quem o recebe.


O que o Comitê Nobel quis, foi estender uma bandeira de paz e não carregar mais ainda os cartuchos e veículos de guerra com balas e mísseis que destroem inocentes sem perdão. Espero que tenha sido a intenção positiva que tenha prevalacido na cabeça de cada membro do Comitê Nobel e mais do que isso, que a idéia seja compreendida e aplicada neste sentido, desta forma.




Obs. As conseqüências das intervenções militares impostas pelos EUA aqui mencionadas não citam a quantidade de vítimas decorrentes destas que chegam até o presente momento a milhões de pessoas inocentes mortas em confrontos entre soldados americanos e a resistência local encontrada por estes em combates nos locais de guerra. 




Marcelo Ferla   

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