“Biópsia
líquida” pode diagnosticar câncer sem dor
Tecnologia está sendo
desenvolvida há três anos nos EUA – e pode mudar a forma como tratamos o câncer
e a metástase.
Por
Ana Carolina Leonardi
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(Duke
University/Reprodução)
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Não há nada de agradável na
posição de alguém que está esperando para saber se tem câncer ou não.
E, para piorar, é quase
impossível escapar dessa dúvida sem a temida biópsia.
Sempre invasiva e quase
sempre dolorida, a biópsia é o exame que retira um pedacinho de uma massa
suspeita – que pode ou não ser um tumor – para entender o que diabos é aquilo,
e definir quais serão os próximos passos do preocupado paciente.
Para ser totalmente justa
com a biópsia, ela é a melhor no que faz.
Hoje, não existe forma mais
segura e a mais certeira de definir o melhor rumo quando há suspeita de uma
doença tão complexa quanto o câncer.
O que, é claro, não torna o
exame mais agradável.
Mas uma alternativa –
razoavelmente indolor! – pode estar próxima.
A Universidade Duke dedicou
um bom par de anos aperfeiçoando uma técnica ambiciosa: combinar ondas sonoras
e exames de sangue para criar uma “biópsia líquida” supereficiente.
Biópsias líquidas
Câncer que pode ser
detectado por exame de sangue sempre vira notícia – como você comprova aqui,
aqui e aqui.
O motivo é simples: isso é
extremamente difícil de fazer.
Câncer não é uma doença, são
várias.
E, por isso, cada exame vai
ser criado, a duras penas, para detectar uma punhada deles – e só.
Criar uma “biópsia líquida”
é ainda mais difícil.
Quando você tem um pedaço do
tumor para analisar, geralmente consegue um monte de informações vitais não só para
diagnóstico, mas também para tratamento.
Informações que não costumam
estar fluindo pelas veias de ninguém.
A exceção à essa regra são
as CTCs: células tumorais circulantes.
São pedacinhos de tumor que
se desprendem e caem na corrente sanguínea.
Eles são fundamentais para
que o câncer se espalhe e estão na raiz das metástases.
Quando CTCs começam a
aparecer com mais facilidade em exames de sangue, é porque a coisa ficou feia e
o câncer provavelmente já progrediu bastante.
Mas muito antes que o câncer
comece a se espalhar, já existem CTCs no sangue.
Elas só são muito mais raras
e difíceis de detectar – coisa de meia dúzia a cada bilhão de células
sanguíneas.
post: Marcelo Ferla
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