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terça-feira, 3 de abril de 2018

Mulheres admiráveis.



Tese de ex-aluna da UnB é considerada a mais importante do mundo para a biologia
por: Kauê Vieira

Uma ex-aluna da Universidade de Brasília (UnB) fez história ao ter sua tese de doutorado considerada a mais importante para a história da biologia
Thaís Vasconcelos se tornou a primeira latino-americana a ser premiada pela Linnean Society da Inglaterra desde o estabelecimento da premiação em 1888.
Graduada em ciências biológicas e com mestrado em botânica pela UnB, a jovem de 29 anos teve a oportunidade de cursar o doutorado no Reino Unido graças ao programa Ciências Sem Fronteiras.
Reconhecida por uma das mais importantes condecorações do mundo da ciência, a teste de Thaís analisou a história evolutiva das plantas por meio da comparação do material genético de espécies diferentes.
Com isso, é possível entender em que período histórico determinado grupo surgiu.

Taís Vasconcelos fez história na ciência mundial
Não se sabe ao certo quando as primeiras plantas surgiram. 
Há uma divergência entre especialistas, mas acredita-se que elas podem ter aparecido há mais ou menos 470 milhões de anos, no período Ordoviciano. 
A relevância do trabalho de Thaís é tão grande, pois dá a oportunidade aos cientistas de entenderem as relações de parentesco entre as espécies e as interferências no meio ambiente onde elas vivem.
Ao longo do percurso do doutorado, Thaís debruçou sobre a família Myrtaceae, que engloba plantas como a pitanga e o eucalipto, que sim, são da mesma família. 
Interessante notar que entre espécies presentes na América do Sul, muitas são originárias de um antigo continente, como Zelândia (atualmente Nova Zelândia) e pasmem, chegaram por aqui há 40 milhões de anos, “por meio da Antártida, quando esta ainda não era coberta por gelo. 
A gente sabe disso por causa do parentesco entre as plantas daquela região com as daqui e também por causa de fósseis na Antártida e na Patagônia”, conta a pesquisadora ao Correio Braziliense.

Algumas plantas migraram de outros continentes para a América do Sul
Marco para a ciência brasileira, o prêmio serve como combustível para que mais profissionais sigam tocando projetos de pesquisa. 
Enquanto espera por propostas da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal do Paraná (UFPR), Thaís Vasconcelos espera que o incentivo por parte do governo federal seja maior.
Nunca é demais lembrar que o governo de Michel Temer (MDB) foi responsável pelo corte de metade do orçamento destinado ao campo científico.
“É importante mostrar que aqui tem muita gente boa também e que a gente já entenderia muito mais sobre a nossa biodiversidade se houvesse mais incentivos à pesquisa dentro do Brasil. 
Espero que esse prêmio me dê mais energia para tentar fazer a diferença aqui, porque, às vezes, ir para fora do país parece muito atraente, parece que as coisas serão mais fáceis lá”, lamenta.

Fotos: foto 1: Arquivo Pessoal/foto 2: Pixabay
post: Marcelo Ferla

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