É covardia despertar o
amor sem intenção de ficar.
Thamilly Rozendo -
19 jan, 2017
Imagem:
KIRAYONAK YULIYA/Shutterstock
É covardia dizer palavras
bonitas e depois agir feito criança que não sabe o que quer e o que diz. É
covardia dizer que pretende ficar quando, na verdade, irá partir a qualquer
momento.
Quantas histórias já ouvi
de enganos e daquela dor terrível de recomeçar. Quantos corações partidos que
deixam de acreditar no amor e, quando alguém aparece, já é descartado, com medo
de doer novamente.
É covardia conquistar, ser
gentil, só para inflar o ego e parecer o Don Juan.
Ter prazer em saber que
alguém “morre” de amores pela gente é dessas coisas bizarras da vida que eu
nunca vou entender.
Não entendo o gosto de
“pisar” o outro, dos joguinhos e de fazer promessas, quando as atitudes
demonstram o contrário.
Quando o príncipe vai logo virando sapo.
Covardia é quem chega de
mansinho, vai logo ocupando um espaço em nosso coração, doma os nossos medos e,
todas as vezes em que pensamos em dar um passo para trás, esse alguém segura a
nossa mão e nos faz darmos um passo à frente.
Então, esse alguém vai embora,
sem ao menos dizer adeus, sem ao menos dizer o porquê do sumiço.
Covardia é despertar
sentimentos, oferecer abraços, filmes no sábado à noite, no Netflix, quando, na
verdade, irá inventar uma desculpa qualquer para nos deixar em casa sozinhos,
pensando no que fizemos de errado.
Enquanto o outro curte a
vida, você tenta entender onde falhou; enquanto o outro descobre outros risos,
outros beijos, outros enganos, você se acha problema.
Bonito mesmo é quem fica,
até quando não merecemos; quem entende as nossas pausas e os nossos medos; quem
sabe dos nossos segredos e, mesmo assim, decide não partir.
Bonito é quem não promete,
mas prova, todos os dias, o quanto gosta da nossa companhia.
Quem não mente,
não engana e não se alegra com a dor do outro.
Bonito é quem desperta o
amor e fica, quem conquista e cultiva, quem não apenas planta como rega, cuida,
protege, como quem deseja não perder aquilo que cativou.
Thamilly Rozendo
Estudante de psicologia,
apaixonada por artes, música e poesia.
Não dispensa um sorvete e adora um
pastel de feira com muito requeijão, mesmo sendo intolerante a lactose.
Tem
pavor de borboletas, principalmente as no estômago.
post: Marcelo Ferla
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