Computador que 'lê'
pensamentos permite a pacientes com paralisia total se comunicar.
James
Gallagher
Repórter
de Saúde e Ciência da BBC News
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A
'paciente W' foi uma das pessoas que participaram do estudo.
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Pacientes sem qualquer
controle sobre seus corpos finalmente foram capazes de se comunicar, dizem
cientistas.
Um computador foi usado
para "ler" seus pensamentos em busca de respostas básicas como
"sim" e "não" - inclusive, um dos participantes do estudo se
recusou diversas vezes a dar permissão para que sua filha casasse.
O estudo, realizado na
Suíça e divulgado no periódico científico PLOS Biology, indicou qua a técnica
trouxe uma grande melhora para a vida dos quatro pacientes que testaram a
tecnologia.
Eles têm esclerose lateral
amiotrófica em estágio avançado, e seus cérebros perderam a capacidade de
controlar os músculos.
Isso os deixou presos em seus corpos. Eles são capazes
de pensar, mas não se movem ou falam.
Muitas vezes nesses casos,
é possível desenvolver formas de comunicação com base nos movimentos dos olhos.
Mas todos os pacientes da pesquisa realizada pelo Wyss Center não conseguiam
fazer nem mais isso.
Sinais
A atividade das células
cerebrais muda os níveis de oxigênio do corpo, alterando assim a cor do sangue.
Os cientistas conseguiram
detectar a coloração sanguínea no interior do cérebro por meio de uma técnica
chamada espectroscopia de infravermelho.
Eles fizeram então
perguntas de respostas tipo "sim" e "não", tipo "O
nome de seu marido é Joaquim?", para treinar o computador na interpretação
dos sinais cerebrais.
A precisão do sistema
chegou a 75%, o que significa que os pacientes precisam ser questionados várias
vezes para se ter certeza de suas respostas.
"Isso faz uma
diferença enorme em sua qualidade de vida", diz o pesquisador Ujwal
Chaudhary, um dos cientistas que participou do estudo.
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Sistema
detecta mudanças na cor do sangue no cérebro para identificar respostas dos
pacientes.
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"Imagine se você não
tem nenhuma forma de se comunicar e passa a poder dizer 'sim' ou 'não'.
O
impacto é enorme."
Em um dos casos, a filha
de um paciente pediu benção de seu pai para se casar com o namorado.
Mas oito
das dez respostas foram negativas.
"Não sabemos por que
ele disse 'não'. Mas ela se casou mesmo assim", diz Chaudhary.
Essa forma de comunicação
está sendo usada para fins mais práticos ligados ao dia a dia, como para saber
se um paciente está sentindo dor ou quer receber uma visita da família.
"Se uma pessoa está
totalmente presa em seu corpo, isso liberta sua mente e permite que ela
interaja com o mundo à sua volta", diz John Donoghue, diretor do Wyss
Center.
"Isso é incrível."
post: Marcelo Ferla
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