Que me perdoem as
equilibradas, mas eu prefiro as loucas.
Erick
Morais - 14 set, 2015
Esse negócio de mulher
racional, do tipo que marca hora para dizer eu te amo, que escolhe
milimetricamente cada palavra, é para homem frouxo, que tem medo de ser amado.
Que me perdoem as equilibradas, mas eu prefiro as “loucas”.
Mulher boa é mulher que grita,
chora e diz que ama.
Aquele tipo de mulher que não perde a oportunidade de
fazer um drama.
Mas não qualquer um. Um drama daqueles que te prende do começo
ao fim, sem direito a intervalos comerciais.
Mulher boa é mulher que
pega no pé, que reclama da toalha em cima da cama.
Aquele tipo de mulher que
não tem medo da reação do outro.
Não tem medo de ser cobrada.
Ela ama e,
portanto, quer se esforçar, quer chamar atenção, quer que você seja mais do que
tem sido, mais do que demonstra, mais do que flores sem cartão.
Mulher boa é mulher que
pega a gente no colo, que saboreia cada gesto de amor até lamber os dedos.
Aquele tipo de mulher que faz questão de mostrar que é louca por você, que
abraça sem medo de se perder, que se joga de cabeça, que reclama da ausência,
que declara seu amor nas madrugadas.
Mulher boa é mulher
geniosa, que ama, mas faz questão de mostrar que é dona do seu nariz.
Aquele
tipo de mulher que não vive sem seu chocolate preferido, que faz questão de
desafiar, que bate e afaga ao mesmo tempo, que não se preocupa com críticas,
que diz que te odeia, mas não vive sem você.
Mulher boa é mulher que
nos tira do sério.
Aquele tipo de mulher que faz perder o sono, que faz queimar
neurônios, que intriga, que instiga, que sorri para acalmar as tempestades do
coração.
Mulher boa é mulher
temperamental, que não permite abafar o que sente.
Aquele tipo de mulher que
canta de um jeito irritante, que conta piadas sem graça, que fala sem parar,
que deixa qualquer um loucamente apaixonado, porque nada pior para um homem do
que o silêncio de uma mulher.
Mulher boa é mulher
indecisa, que não sabe que vestido usar.
Aquele tipo de mulher que se atrasa,
que come biscoito com café, que mistura brigadeiro com beijinho.
É forte e
frágil. Sabe conjugar risos e soluços como ninguém.
Daquelas que fazem da
sabedoria masculina uma simples aprendiz.
Que em meio a toda confusão, só tem a
certeza que nos ama.
Mulher boa é mulher
passional, do tipo que explode, que não fica de braços cruzados, que vai lá e
fala o que sente, de forma espontânea.
Aquele tipo de mulher que não se esconde
do perigo, que arrisca, que nos bota na parede e diz umas verdades.
Daquelas
que não se entregam pela metade, ou leva o fruto e tem o trabalho de tirar as
sementes ou deixa no pé.
Mulher boa é mulher que
usa batom vermelho.
Aquele tipo de mulher que te faz trocar as palavras, que te
faz mudar de caminho, que faz ler Shakespeare.
Daquelas que te fazem chorar com
filmes de romance.
Que te fazem mais sensível, que te livram da obrigação de
ser “machão” o tempo todo.
Que impõem os seus caprichos, mas se dobram quando
recebem flores.
Mulher boa é mulher louca.
Louca por nós.
Aquele tipo de mulher que assume que ama, que faz questão de
gritar pelos quatro cantos esse amor.
Daquelas que sentimos o cheiro com o
vento, que nos faz comprar algodão doce na rua, que faz rir. Que, quando chora,
nos faz reféns sem direito a fuga.
Mulher boa é mulher que a
gente se entrega.
Aquele tipo de mulher que precisaríamos de outra vida para
demonstrar o quanto sua presença faz da vida um lugar mais divertido.
Daquelas
que choram? Sim.
Daquelas que gritam? Sim.
Daquelas que sentem, que nos
desarmam e que nos faz querer ter um amor para se prender.
Se as mulheres mais
equilibradas ou, talvez, umas que me achem machista, discordam do texto, por
favor, me perdoem.
São apenas devaneios tolos, escritos em um chão de giz, com
marcas de um coração que quer ouvir mais eu te amos, sem medo de se prender ou
se decepcionar.
Todavia, ainda assim, posso estar errado e se estiver, mais uma
vez, me perdoem, mas eu prefiro as loucas.
post: Marcelo Ferla
Texto:
Erick Morais
"Um menestrel
caminhando pelas ruas solitárias da vida."
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