Haverá duas notícias
preocupantes para os gaúchos no boletim epidemiológico que o Ministério da
Saúde deverá divulgar na tarde desta segunda-feira, em Brasília.
A primeira: o
Rio Grande do Sul continua a registrar a maior incidência de casos de aids no
país.
A segunda: Porto Alegre é a cidade campeã.
Os números não podem ser
divulgados antes que o Ministério da Saúde autorize, o que deve ocorrer às 14h
desta segunda.
Em um artigo analisando a situação, o professor de epidemiologia
da UFRGS Ricardo Kuchenbecker avisa que o Estado já é considerado um
"local crítico" pelo Programa das Nações Unidas para HIV/aids.
— Dados sugerem uma
epidemia elevada na população em geral, através da transmissão heterossexual,
mas igualmente alta nas populações mais vulneráveis, como gays e usuários de
drogas injetáveis — alerta Kuchenbecker.
No artigo (produzido em
parceria com Gerson Winckler, da Secretaria Municipal da Saúde de Porto
Alegre), o epidemiologista dimensiona o avanço da aids entre os gaúchos.
Destaca que, entre as 20 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes e
maior incidência, sete estão na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Há quase duas décadas que
o Estado apresenta as taxas mais elevadas de aids.
Sobre a região
metropolitana, Kuchenbecker constata escassez de dados e insuficiência nas
ações preventivas. Observa que aspectos econômicos, sociais e de mobilidade
urbana precisam ser considerados.
As pessoas dormem numa cidade, trabalham em
outra e se divertem numa terceira.
A secretária Estadual da
Saúde (SES), Sandra Fagundes, confirma que a incidência de aids voltou a
crescer no Estado. Diz que há programas em andamento, mas os resultados podem
demorar.
Lamenta que o Estado só tenha instalado o teste rápido para detecção
do vírus HIV nos postos de saúde em 2013, com quatro anos de atraso.
No passado, houve
argumentos de que o Estado liderava o ranking por dispor de um sistema de
notificação mais avançado do que os demais. A própria Sandra esclarece que a
hipótese não se sustenta.
— Há várias causas, a
principal ainda não conseguimos identificar. Tomamos medidas para reduzir, mas
os índices ainda são altos — diz a secretária.
post: Marcelo Ferla
fonte:Zero Hora
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe sua opinião.